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7 dicas para tornar sua viagem ambientalmente amigável

Parque Nacional do Pantanal é uma sugestão de destino para viagem nacional. Créditos: ICMBioParque Nacional do Pantanal é uma sugestão de destino para viagem nacional. Créditos: ICMBio

Passeios podem ter menor ou maior impacto na natureza, basta fazer boas escolhas

Viajar e descansar são momentos bastante esperados, mas podem pesar na conta do meio ambiente se envolver atividades que o prejudicam. Para que seu tempo de lazer não se torne um pesadelo para a natureza, basta tomar alguns cuidados.

Confira 7 dicas para reduzir os impactos da sua viagem e até contribuir para a conservação da natureza:

1 – A opção mais econômica e ambientalmente amigável é aproveitar o que sua cidade tem para oferecer. Visitar parques, praças, museus e outras atrações locais é a opção mais acessível financeiramente e a mais amiga da natureza também. Dessa forma, você evita o uso de transportes como ônibus rodoviários ou aviões, um dos modais menos eficientes do ponto de vista energético. Caso o destino escolhido seja distante, não há como evitar a viagem de avião. A dica aqui então é optar por voos diretos, que têm impacto menor, já que a decolagem e o pouso são os grandes consumidores de energia, de acordo com o coordenador e professor da Academia de Ciências Aeronáuticas Positivo (ACAP) da Universidade Positivo (UP), Fabio Jacob. Estender as férias, evitando fazer diversas viagens ao longo do ano, também é indicado. E lembre-se que levar bagagens leves contribuem para a economia de combustível durante o voo.

2 – Para se locomover na cidade visitada, a sugestão é utilizar transporte público, como ônibus, trens e metrô, poupando o meio ambiente de emissões de gases de mais um carro. Além disso, esses meios de transporte proporcionam ao visitante uma experiência mais real com a cidade, trazendo mais proximidade com os moradores e a rotina local. De acordo com o membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, essa atitude contribui com uma preocupação nacional que é a redução das emissões de GEEs. “As emissões nacionais de gases de efeito estufa subiram 8,9% em 2016, em comparação com o ano anterior. É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004. As consequências disso são e serão sentidas por todo o planeta se não agirmos rapidamente”.

3 – Explorar as opções turísticas do Brasil e ainda apoiar as unidades de conservação nacionais é uma ótima forma de aproveitar as férias. O Brasil tem mais de 70 parques nacionais, consideradas unidades de conservação de proteção integral, de acordo com o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC). Além do objetivo primário de conservação, essas áreas também possibilitam a prática de turismo e promovem a aproximação com a natureza, que traz diversos benefícios para a sociedade. De acordo com Teresa Magro, professora da Universidade de São Paulo (USP) no Departamento de Ciências Florestais e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, estar próximo de áreas verdes ajuda a evitar o “transtorno de déficit de natureza”, ou seja, um dos impactos do nosso distanciamento das áreas naturais, além de aliviar o estresse e melhorar a capacidade de concentração. O site www.wikiparques.org é uma espécie de fórum online em que os viajantes podem indicar e compartilhar experiências em Parques Nacionais e áreas protegidas, e pode ser um bom guia para quem procura por esses destinos.

4 – Aproveitar o período de férias para se comprometer com alguma causa ambiental é uma ótima alternativa. Há, inclusive, agências de viagens que oferecem opções de voluntariado de diversos tipos, como o auxílio a pessoas em situação de risco, tratamento de animais em extinção e conservação de florestas e áreas naturais, em diversas regiões do mundo. No Brasil, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza mantém em uma de suas Reservas Naturais um programa de voluntariado que recebe voluntários há 20 anos. A Reserva Natural Salto Morato, localizada no litoral paranaense, recebe voluntários cujo trabalho agrega conhecimento e traz melhorias para a unidade de conservação, que ganha reforço nas ações de preservação da natureza e atendimento aos visitantes. De acordo com o administrador da Reserva, Bruno Rosa Alves, o tempo mínimo para o voluntariado é de um mês. “Nesse período, o voluntário consegue conhecer e se adaptar à rotina de trabalho e vivência no local. Além disso, tem tempo suficiente para compartilhar ideias e vivências, contribuindo para criar novas experiências e implementar melhorias às atividades na reserva”, explica.

5 – Continuar com os hábitos de conservação que se utiliza em casa é obrigatório. Não é porque você está em um hotel que deixará de apagar a luz quando sair, ou desligar os aparelhos como ventilador/aquecedor/ar-condicionado. Outra sugestão é reutilizar as roupas de cama e toalhas. Na sua casa, você troca as toalhas todos os dias? Então na viagem também não é necessário. Leide Takahashi, gerente de projetos ambientais da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, reforça: “Se você vai visitar um lugar, tem que cuidar do impacto que vai gerar. Não é só separar o lixo. É analisar se o seu comportamento não interfere na cultura local e se é adequado”. O mesmo vale para as compras: ao escolher aquela lembrança para familiares e amigos, dê preferência a mercadorias que valorizam a mão de obra local e produtos de fornecedores certificados, de baixo consumo, feitos com materiais “ambientalmente amigáveis” – material reciclado ou reciclável, fontes renováveis e que possibilitem reutilização. A especialista explica que o turismo sustentável ocorre em cadeia e atende tanto as necessidades dos turistas, quanto das comunidades.

6 – Evite atrações que utilizam exploração animal. Nado com golfinhos, performance de animais em circos e aquários, passeios em elefantes e visitas a zoológicos que permitem que você tire foto com animais silvestres, são alguns exemplos. Muita gente não sabe, mas para que esses animais fiquem disponíveis para os turistas, é preciso submetê-los a diversas privações físicas, sociais e psicológicas que não fazem parte da sua natureza selvagem. Se você quer conhecer animais, o melhor é observá-los em seu habitat natural, como Parques Nacionais, Reservas Naturais e outras categorias de unidades de conservação. Apesar disso, quando executado com cautela, o turismo de interação pode ser uma prática importante na sensibilização ambiental da sociedade para a conservação da natureza, como relata a pesquisadora Vera da Silva, coordenadora do projeto “Distribuição e estimativa populacional de boto-vermelho (Inia geoffrensis) e tucuxi (Sotalia fluviatilis) no baixo rio Negro, Amazonas”, realizado pela Associação Amigos do Peixe-boi (AMPA) com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e que também é membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza e coordenadora do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “O boto-vermelho e o tucuxi não são bem vistos na região e estão sendo caçados quase à beira da extinção. O turismo de interação é uma das únicas formas de conseguir a empatia da sociedade e a conscientização da necessidade de proteção desses carismáticos animais”, conta a pesquisadora.

7 – Quando for à praia, lugares que geralmente oferecem menos acesso à lixeiras e serviços públicos de limpeza, leve uma sacola para recolher seu lixo. Grande parte do lixo deixado na areia vai para o mar e pode causar prejuízos ambientais graves, como a perda do potencial turístico causado pela alteração estética, contaminação dos oceanos e a morte de animais marinhos, que confundem o lixo com alimento. Segundo estudos, 54% de todas as espécies de mamíferos marinhos, todas as espécies de tartarugas marinhas e 56% espécies de aves marinhas já foram afetadas pelo emaranhamento ou ingestão acidental de lixo. A dica aqui é seguir os mandamentos do turismo ecológico: não tirar nada a não ser fotografias; não deixar nada além de pegadas; não matar nada além do tempo e não queimar nada além de calorias.

Fontes – Rede de Especialistas de Conservação da Natureza / EcoDebate de 02 de fevereiro de 2018

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