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Ao contrário de SP e Rio, o Quênia protege o meio ambiente quando proibe sacolas plásticas comuns

Lixo acumulado no bairro de Mathare, em Nairóbi. EFE/Dai KurokawaLixo acumulado no bairro de Mathare, em Nairóbi. EFE/Dai Kurokawa

Com uma das leis de sacos e sacolas mais rígidas do mundo, o Quênia dá uma lição de como preservar o meio ambiente e proteger a vida selvagem

Enquanto o Quênia e muitos países do mundo vem proibindo sacos e sacolas plásticas comuns não biodegradáveis e aprovando alternativas como os plásticos biodegradáveis, o município de São Paulo continua a desobedecer a lei do ex prefeito Kassab que proíbe sacolas plásticas quando na gestão Haddad editou um regulamento ilegal – segundo definiu a justiça – ao ferir a lei, dando outro nome, tamanho e cores para a mesma coisa (sacola plástica) e que permite o uso de sacolas plásticas em Polietileno não biodegradável desde que fabricadas com 51% de Polietileno derivado do Etanol, que tem como única fornecedora e fabricante no Brasil a Braskem da Odebrecht.

Os supermercadistas de São Paulo comemoram esta ajudinha quando o atual prefeito João Dória ignora e dá continuidade a essa ilegalidade. Agora os supermercados cobram pelas sacolas com a desculpa de ser uma sacola maior e mais espessa, mas omitem ser quimicamente iguais aquelas que foram proibida por lei, que nunca vão ser recicladas nem vão retornar como já não eram as anteriores. Um truque que engana o consumidor com o apoio do prefeito Dória.

O estado do Rio de Janeiro já está votando projeto de lei igual, que oficializa a poluição por sacolas plásticas não biodegradáveis desde que fabricadas com o material que a Odebrecht mantém como monopólio.

Será que os deputados fluminenses vão aprovar um escândalo destes?

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Quenianos tentam se adaptar às restrições para uso de sacolas plásticas

Há um mês, o Quênia aboliu as sacolas de plástico, mas ainda não foi muito bem esclarecido o que a população deve fazer a partir de agora. A proibição, a mais rígida do mundo, foi comemorada por ambientalistas, mas os consumidores dizem que o governo não informou sobre alternativas acessíveis.

O Executivo sugeriu o uso de materiais ecológicos e reutilizáveis, como papel para embalagem, juta ou lona, mas todas essas opções são muito caras para boa parte da população que vive com menos de R$ 6 por dia.

Apesar dos altos níveis de pobreza no país, a lei contempla multas de 1.988.801 e 3.949.179 xelins quenianos (R$ 60 mil a R$ 120 mil), e até dois anos de prisão para quem fabricar, importar, vender ou usar bolsas de plástico. Isto, em um país com uma das maiores taxas de corrupção do mundo, colabora para um inevitável aumento das extorsões por parte da Polícia, a instituição mais obscura do Quênia.

A Agência Nacional de Gestão Ambiental (Nema, na sigla em inglês) tem agentes próprios encarregados de aplicar a lei, mas os arredores dos supermercados agora estão mais cheios do que nunca de policiais em busca de usuários ingênuos.

“Se a população não sabe quem são os verdadeiros encarregados de zelar pelo cumprimento da regra, isso será um impulso para se pedir mais subornos”, admite à Agência Efe o diretor executivo para o Quênia da organização Transparência Internacional, Samuel Kimeu.

A situação de desamparo também afeta os pequenos comerciantes. Diane, que tem uma barraquinha de verduras, explicou à Efe que aderiu às bolsas de papel, mas precisou passar a cobrar 20 xelins por cada uma (R$ 0,60) para ter algum lucro, já que as pessoas passaram a comprar menos.

Os comércios menores viram seus rendimentos diminuir por não poder fornecer aos clientes bolsas resistentes para transportar as compras mais pesadas. Conforme a lei, nem o próprio vendedor pode usá-la. Assim, alguns começaram a camuflar as sacolas de plástico em recipientes legalizados, por exemplo, pacotes de papel.

Salm, proprietário de um açougue, revelou à Efe que está negociando a importação de bolsas de plástico biodegradável da China.

“Vai sair mais em conta do que as bolsas de papel”, defendeu o comerciante.

Segundo ele, os seus clientes têm colaborado e, ao que parece, os supermercados são os mais afetados pela medida.

A falta de ajuda para se adaptar a uma medida anunciada em fevereiro provoca cenas cômicas em diferentes cenários, como frutas esparramadas pelo chão, clientes desesperados e funcionários constrangidos.

Enquanto alguns optam por carregar as compras em caixas de papelão, outros estacionam o carro nos abarrotados estacionamentos e passam os produtos diretamente do carrinho para o porta-malas.

Abinesh é gerente de um dos supermercados da popular rede Chandarana e afirmou que a medida está afetando muito a todos.

“Alguns clientes não querem comprar as bolsas de papel e deixam os produtos nos caixas porque não podem carregá-los. De toda forma, é bom para o meio ambiente”, refletiu o gerente.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os supermercados quenianos distribuem 100 milhões de bolsas de plástico por ano e que costumam ser utilizadas apenas uma vez. Depois, elas são descartadas, contaminando o ambiente, sendo ingeridas por animais e causando doenças ou até a morte dos bichos.

Isto também representa um problema para as pessoas. Frequentemente vacas de Nairóbi são vistas pastando em áreas repletas de sacolas descartadas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), de 10% a 15% dos animais abatidos para consumo humano têm restos de plástico no organismo.

As bolsas de plástico também servem como criadouros de mosquitos que transmitem doenças temidas no país, como malária e dengue.

Esta é a quarta vez que o governo nacional tenta introduzir medidas de restrição ou proibição ao uso de bolsas plásticas. Em 2005, 2007 e 2011 as propostas foram por água abaixo por causa da força dos fabricantes e importadores destes materiais.

O Greenpeace comemorou este “fio de esperança”, mas lembrou ao governo o desafio de dar conta das toneladas de plástico que já estão contaminando o meio ambiente.

“Logo começaremos a ver cidades e estradas mais limpas. Uma viagem de milhares de quilômetros começa com o primeiro passo”, afirmou à Efe a diretora executiva do Greenpeace para a África, Njeri Kabeberi.

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Ainda bem que em países sérios se combate a poluição dos plásticos comuns. Se esperarmos o prefeito Dória cumprir a lei que proíbe sacolas plásticas todos estaremos vivendo afogados nas sacolas plásticas.

Fonte – EFE

Boletim do Instituto IDEAIS 24 de outubro de 2017

Observação da FUNVERDE: para todas as questões acima a resposta é só uma “sacola retornável”!

Irei comentar a matéria em um próximo post.

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