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Avançar é preciso

Meio ambiente. No Brasil, condomínios são protagonistas em implantação de coleta seletiva e reciclagem

Em meio a um mar de desinformação, a coleta seletiva e a reciclagem, lentamente, avançam no Brasil, principalmente em condomínios. Mas, na opinião de especialistas, é preciso muito mais. O cenário já foi bem pior, antes da lei de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após duas décadas de tramitação, ela se encontra em fase de implementação. “A regulamentação destravou investimentos e ações do setor público e privado”, diz Erich Burger, diretor da Recicleiros, que trabalha com a implantação de sistemas de gestão de resíduos.

“Por mais que existam críticas ao que está sendo feito e sobre a efetividade dos investimentos, hoje em dia existe um mecanismo para forçar tanto o setor público (municípios) quanto a iniciativa privada (setor empresarial que comercializa produtos em embalagens) a efetivar investimentos na estruturação dos sistemas de coleta, transporte, processamento e destinação final dos resíduos”, observa Burger. Segundo ele, as mudanças, embora tímidas, criaram um movimento que atinge desde a educação ambiental até a destinação final para reciclagem.

A parcela mais expressiva dessa nova onda vem dos condomínios, afirma Alexandre Furlan Braz, fundador do instituto Muda, empresa de gestão de coleta seletiva em prédios da cidade de São Paulo. Ele acredita que os números da capital paulista refletem os contornos do problema no país. “De 20 mil toneladas diárias de lixo, 80% vêm das residências. Desse total, 2% é reciclado”. Ele acrescenta que no universo de 30 mil condomínios existentes na cidade, a prefeitura estima em 3 mil os pontos onde há coleta seletiva e reciclagem.

Entraves

Uma questão que não quer calar é, afinal, por que no Brasil a coleta seletiva ainda engatinha? Para Erich Burger, da Recicleiros, é um problema sistêmico. “Faltam comunicação, fiscalização para o fortalecimento das práticas, e um serviço mais bem estruturado e eficiente por parte da administração pública”.

Estrutura e remuneração precárias para quem realiza a triagem e destinação desses materiais são também empecilhos que impedem o avanço e eficiência do sistema, na análise de Burger.

“Faltam orientação, campanhas de engajamento e fiscalização”. Um “combo” que não estimula cumprimento da lei e boas práticas. No caso da coleta seletiva nas casas, as mudanças devem demorar ainda mais, porque é mais cara do que a convencional. “Isso tende a inibir a prática e o incentivo por parte dos gestores públicos.”

Quem recicla?

Dos 1.320 municípios que possuem coleta seletiva, apenas 2,0% dos resíduos são de fato separados para reciclagem, de acordo com dados de
levantamento do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento, do Ministério do Meio Ambiente.

Fonte – Metro de 09 de julho de 2018

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