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Desmatamento na BA cresce 207% em um ano; uma das causas, expansão da fronteira agrícola

Relatório da SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe mostra aumento de 57% no Brasil; pecuária, carvão e eucalipto aparecem como fatores de destruição

O nível de desmatamento da Mata Atlântica aumentou 57,7% em todo o território nacional em um ano. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, produzido pela SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O bioma está presente em 17 estados. Entre 2015 e 2016, período monitorado, perdeu 29 mil hectares de floresta nativa.

No período anterior (2014-2015), o desflorestamento da Mata Atlântica havia sido de 18 mil hectares. A diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, disse à Agência Brasil que há 10 anos a área não registrava um desmatamento dessas proporções.

“Tivemos um retrocesso muito grande, com índices comparáveis aos de 2005”, afirmou Marcia. No período entre 2005 e 2008, a Mata Atlântica perdeu 103 mil hectares de floresta, ou seja, média anual de 34 mil hectares a menos.

Pecuária desmata na Bahia

Fonte: SOS Mata Atlântica.

O estado com maior nível de desmatamento foi a Bahia. Foram 12.288 hectares desmatados, 207% a mais que no período anterior, quando foram destruídos 3.997 hectares de vegetação nativa. Os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte foram os que mais desmataram, com 3.058 hectares e 2.119 hectares.

A retirada da vegetação em outros municípios, conforme o Atlas da Mata Atlântica, como Porto Seguro e Ilhéus, mostra que cerca de 30% da destruição do bioma ocorreu em terras baianas. Em artigo no site da revista Época, Marcia Hirota e o diretor de Políticas Públicas da ONG, Mario Mantovani, apontam a pecuária e a silvicultura como causas:

– Florestas queimadas, destruídas, sem vida, em processo de retirada de madeira e limpeza de áreas onde o entorno apresenta forte atividade de silvicultura e pecuária. O mesmo padrão no município vizinho, Belmonte, que perdeu 2.122 hectares de floresta no período.

Santa Cruz Cabrália. (Foto: SOS Mata Atlântica)

Carvão e eucalipto em Minas Gerais

Minas Gerais aparece em segundo lugar no relatório, com 7.410 hectares desmatados. Os principais pontos de desflorestamento ocorreram nos municípios de Águas Vermelhas (753 hectares), São João do Paraíso (573 hectares) e Jequitinhonha (450 hectares). A Agência Brasil informa que, na região, a vegetação tem perdido lugar para a produção de carvão e o plantio de eucalipto.

Fonte: SOS Mata Atlântica.

No Paraná, o desmatamento do bioma passou de 1.988 hectares, entre 2014 e 2015, para 3.545 hectares entre 2015 e 2016, o que representa aumento de 74%. Segundo o relatório, a destruição está concentrada na região das araucárias, espécie ameaçada de extinção, com apenas 3% de florestas remanescentes.

Em seguida vem o Piauí, que pelo quarto ano consecutivo apresenta os maiores desmatamentos nos municípios de Manoel Emídio (1.281 hectares), Canto do Buriti (641 hectares) e Alvorada do Gurguéia (625 hectares), todos próximos do Parque Nacional Serra das Confusões. O estado – uma das principais fronteiras atuais da grilagem no Brasil – teve um aumento de 7%, comparado à avaliação anterior, e desmatou 3.125 hectares.

Fonte – Izabela Sanches, De Olho nos Ruralistas de 02 de junho de 2016

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