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Gado verde ou gado orgânico

Consuma orgânicos, sempre. Sua saúde agradece.

Produção de leite orgânico aumenta quatro vezes na região de Maringá

Pesquisa desenvolvida há 13 anos pelo agrônomo Marcos Alberto Seghese aumenta significamente o volume da produção e ainda aprimora qualidade do produto

O leite orgânico promete deixar para trás, em termos de volume e qualidade, a produção convencional de leite na região de Maringá. A pesquisa da produção orgânica vem sendo desenvolvida há 13 anos por Marcos Alberto Seghese, professor e engenheiro agrônomo do Centro Universitário de Maringá (Cesumar). A técnica é conhecida por Sistema de Pastejo Rotacionado Racional (Sispasto).

As primeiras experiências voltadas para a região de Maringá apontam que a produção leiteira pode quadruplicar com o gado comendo apenas capins diferenciados, recebendo água em abundância e pastando entre piquetes (minipastos).

O Sispasto é composto de 14 piquetes, com 1,3 metro quadrado, no qual são utilizadas gramíneas de várias espécies do Brasil e de outros países.

Os primeiros estudos apontam que 20 vacas neste sistema chegam a produzir aproximadamente 400 quilos de leite por dia, ou 60 mil quilos por ano. A produção leiteira mundial com a mesma quantidade de animais, segundo Seghese, não chega a 15 mil quilos de leite por ano.

O estudioso informa que a alta produção se deve, principalmente, a policultura de gramíneas e leguminosas que fornecem proteína suficiente para o animal produzir leite de boa qualidade e em quantidade. Seghese destaca que o estudo do solo e do clima (microclima da região), além do fornecimento abundante de água para o gado, fecham o círculo para uma razoável produção leiteira.

Ele explica que o gado leiteiro transita entre os piquetes para promover o descanso do pasto, além de receber proteínas diferenciadas com a rotação de minispastos. Além deste aspecto, o professor explica que ectoparasitas (carrapatos, por exemplo) morrem de fome quando o hospedeiro (vaca) deixa o piquete, só retornando ao mesmo minipasto depois de 45 dias. Os endoparasitas (vermes) também morrem com a rotação de pastagem.

O professor destacou que uma das gramíneas utilizada no estudo, a Tifton 68, produz 18% de proteína para o gado leiteiro. Segundo ele, os concentrados – composto de milho, soja, farelo de algodão, agroquímicos, remédios e aceleradores do crescimento – têm os mesmos 18% de proteína.

“A diferença está no fato de que o produtor de leite planta o pasto e não precisa deixar suas economias no comércio para pagar o concentrado. Além disso, o leite é limpo, não tem produtos químicos”, compara. Ele acrescenta que tanto as mudas de gramíneas e as leguminosas quanto a técnica do Sispasto no Cesumar estão à disposição para o produtor leiteiro da região de Maringá.

Gramíneas são a base da alimentação

A produção leiteira estudada no Cesumar tem como base o campo agrostológico – coleção de espécies de gramíneas e leguminosas para produção numa pequena propriedade com concepções orgânicas. No Cesumar existem hoje 90 canteiros com mais de 70 espécies, entre leguminosas e gramíneas.

Estas plantas foram pesquisadas e adquiridas em várias regiões do país e do mundo. O professor de Agronomia de Cesumar, Marcos Alberto Seghese, esclarece que as plantas escolhidas levam em conta terrenos encharcado (brejo), seco, pedregoso e arenoso entre outros. “Foram escolhidas plantas que mais se adaptaram à região de Maringá”, destaca.

Segundo ele, o critério de escolha das plantas levou em conta também a resistência a pragas e doenças. Ele lembra que existem gramíneas cujas raízes possuem até 3 metros de profundidade. “Este tipo de mato é importante num período de estiagem, pois consegue buscar água bem abaixo da superfície, mantendo a parte aérea da planta verde e suculenta”, exemplifica.

O pesquisador informou que mudas de todas as plantas existentes no campo agrostológico estão disponíveis para doação. Os interessados devem procurar pelo telefone 44 3027 6360.

Fonte – Jornal O Diário do Norte do Paraná de 22 de novembro de 2009

Foto – 96dpi

Este Post tem 2 Comentários

  1. Vc s poderiam liberar os nomes das gramideas, sou do Estado de São Paulo e acho muito interessante para pequenas propriedades.Com vinte e quatro vacas, doze secas a cameron/elefante e doze com leite no rotativo.
    Deve dar coisa boa.
    Gastão

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