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Biodiesel no fast food – McDonald’s lança projeto de biodiesel a partir do óleo de cozinha usado

Companhia de fast-food cria sistema para transformar resíduos de frituras em biocombustível, que abastece os caminhões de entrega da rede

Parte da frota de caminhões que abastece lojas da McDonald’s será movida a biodiesel

Os restaurantes McDonald’s do Brasil estão iniciando um processo para dar destino mais nobre aos cerca de três milhões de litros de óleo de cozinha utilizados na fritura de batatas e empanados. O material, que já era reciclado e encaminhado à fabricação de sabão, começa a ser transformado em biodiesel, ganhando os tanques dos caminhões que fazem a entrega de produtos alimentícios às lojas da empresa.

Lançado oficialmente nesta terça-feira (08/06), o programa é resultado de três anos de pesquisas. Liderado pela Arcos Dourados, dona das franquias McDonald’s na América Latina, e pela Martin-Brower, responsável pela logística e distribuição da rede, o projeto envolve outras nove parcerias: Volkswagen, Shell, Thermo King, SP BIO, Tietê Caminhões e Ônibus, MWM International, Cummins, Tek Diesel e Ativos Técnicos e Ambientais (ATA).

De acordo com o diretor-geral da Martin-Brower, Tupa Gomes, a iniciativa traz benefícios ambientais e econômicos. De um lado, há a diminuição de 26% das emissões de gás carbônico na cadeia de abastecimento dos restaurantes, destinação segura para o óleo e contribuição para a melhoria da qualidade do ar. De outro, há a economia gerada pelo suprimento próprio de parte do combustível – estima-se que o projeto possa reduzir em até 40% a necessidade de compras de diesel da companhia. “Esse é o nosso Proálcool, e possivelmente o exportaremos para a matriz, nos Estados Unidos”, afirma o executivo.

Circuito fechado

Um processo de logística reversa norteia o sistema de transformação de óleo de cozinha da McDonald’s em biodiesel: os mesmo caminhões que realizam as entregas de alimentos às lojas são responsáveis pelo recolhimento do óleo. Assim que é coletado, o produto das frituras é levado à sede da Martin-Brower, em Osasco, SP, onde é armazenado e posteriormente enviado à usina da SP BIO, localizada em Sumaré, SP, que produz o biodiesel. Para fechar o ciclo, o combustível abastece os caminhões, que fazem as entregas seguintes e recolhem mais óleo para ser usado em uma nova fabricação de biodiesel.

Inicialmente, o projeto está em operação em 20 restaurantes de São Paulo (ao todo, são 580 no país). A frota é composta por 4 veículos que rodam com B20 (20% de biodiesel adicionado ao diesel comum) e outro com B100 (100% de biodiesel). Os caminhões com B20 não necessitaram de nenhum ajuste mecânico, já o com B100 leva um pacote tecnológico, que possibilita a partida a diesel e a injeção progressiva de biodiesel no motor.

Em cerca de um ano de testes, já foram produzidos 61,9 mil litros de combustível por meio do programa, sendo 59,6 mil litros de B20 e 2,3 mil litros de B100. Em relação ao rendimento, o biocombustível mostrou-se menos eficiente que o diesel, com alta de 6% no consumo de litros por quilômetro.

Segundo Ricardo Neuding, sócio-diretor da ATA, empresa que cuidou da coordenação e consultoria técnica dos testes, o projeto é viável porque se utiliza de uma estrutura logística já existente, gerando poucos custos extras. “Além disso, não compete com a produção de alimentos nem aumenta a pressão por desmatamento, críticas comuns à produção de biocombustíveis”, diz.

O próximo passo é criar um programa de crédito de carbono, com a devida autorização da Organização das Nações Unidas (ONU). Em breve deve haver também a ampliação da coleta de óleo para outros restaurantes McDonald’s e a construção de uma usina própria.

Fonte – Globo Rural de 08 de junho de 2010

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