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Nós consumimos um ano em recursos naturais em menos de 8 meses

Foto: ESA

Hoje (08 de agosto de 2016) é o Earth Overshoot Day — o dia no qual a humanidade já consumiu mais recursos naturais que o nosso planeta consegue gerar. Surpreendentemente, este dia está acontecendo cada vez mais cedo com o passar dos anos.

De acordo com a GFN (Global Footprint Network), uma instituição internacional preocupada com a sustentabilidade ambiental, nesta segunda-feira (8) nós já consumimos nosso estoque de recursos renováveis da Terra — e ainda temos mais 145 dias para o fim do ano.

“Nós usamos mais recursos naturais e serviços que a natureza pode regenerar através da pesca em excesso, destruição de florestas e a emissão de mais dióxido de carbono na atmosfera do que as florestas conseguem capturar”, observa o site da GFN.

No ano passado, o Earth Overshoot day, também conhecido como dia do débito ecológico, foi em 13 de agosto. Em 2014, em 19 de agosto. O primeiro ano em que a data foi registrada foi em 1987, quando o dia em que isso ocorreu foi em 19 de dezembro. Tem acontecido cada vez mais cedo, o que significa que estamos indo na direção errada.

Para colocar este consumo crescente em perspectiva, nós precisaríamos de uma Terra e meia para atender a nossa demanda global por recursos renováveis. Analisando por país, nós precisaríamos de 5,4 Terras se a população mundial vivesse de acordo com a da Austrália, e 4,8 Terras para viver como nos Estados Unidos. O consumo do Brasil está um pouco acima da média mundial: seria necessário 1,8 Terra para suprir o consumo de recursos se o mundo vivesse como os brasileiros.

Quantas Terras precisaríamos para viver como os cidadãos dos países acima. Crédito: GFN

A GFN diz que as emissões de carbono são o maior vilão do débito ecológico, com uma pegada de carbono acima de 60% do que nossa civilização demanda da natureza. Para conseguirmos adotar os objetivos estabelecidos no acordo climático de Paris adotado em dezembro de 2015, a GFN diz que nós precisamos mudar nossa forma de viver.

“Esta nova forma de viver vem com novas vantagens e leva um tempo para ter efeito”, observou Mathis Wackernagel, cofundador e CEO da Global Footprint Network, em um comunicado. “A boa notícia é que isso é possível com nossa tecnologia atual e é financeiramente vantajoso com os benefícios gerais excedendo os custos.”

Wackernagel diz que tal mudança irá estimular setores emergentes como o de energias renováveis, enquanto reduz o riscos e custos associados com os impactos da mudança climática. Ele afirma que o único recurso que falta para isso é a vontade política.

Dito isto, a organização diz que alguns países estão correspondendo ao desafio. A Costa Rica conseguiu gerar 97% da energia elétrica local de fontes renováveis nos primeiros três meses do ano. A GFN também elogiou o Reino Unido, Alemanha e Portugal por terem estabelecido novos recordes para energia renovável, além de terem ações pedindo para que o público levem uma forma de viver mais sustentável.

Fontes – George Dvorsky, Global Footprint Network / Earth Overshoot Day / Gizmodo de 08 de agosto de 2016

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