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Sucessão ecológica

Sucessão ecológica é o nome dado para a sequência de comunidades biológicas, desde a colonização até o clímax de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais.

As primeiras plantas que se estabelecem são líquens e gramíneas, que são denominadas pioneiras, e vão gradualmente sendo substituídas por outras espécies de porte médio como arbustos.

Até que as condições ambientais chegam uma comunidade clímax com árvores de grande porte, apresentando uma diversidade compatível com as características do ambiente.

Nesta fase, o ecossistema apresenta um equilíbrio com o meio natural representando uma situação de homeostase.

Alguns fatores são importantes para a dinâmica da sucessão. As condições ambientais locais e as interações entre as espécies são fatores que contribuem para as mudanças ecológicas.

A sucessão ecológica passa pela comunidade pioneira, comunidade secundária, intermediária ou serial e comunidade clímax.

A sucessão primária ocorre em ambientes desprovidos de vida anteriormente, como dunas, rochas varridas pela erosão, um fluxo de lava ou um lago recém-formado.

A sucessão secundária acontece num ambiente que foi anteriormente ocupado por outras comunidades e que sofreu algum tipo de perturbação, como forças da natureza, que podem ser vendavais, inundações, deslizamentos ou furacões, ou perturbações provocadas pelo homem ou animais, como fogo, áreas cultivadas e corte de florestas.

Uma teoria descritiva da sucessão foi proposta por Frederic Clements em 1916, sendo hoje vista como uma teoria ecológica clássica, e de acordo com o autor, o processo envolve várias etapas.

Começa pela “nudação” que é a sucessão após uma perturbação e o surgimento de um sítio desprovido de vida. Prossegue com a “migração” que é a chegada de propágulos ao ambiente.

Depois vem a “ecese” que é o estabelecimento e crescimento das primeiras plantas pioneiras. Continua com a “concorrência” em que o estabelecimento de novas espécies provoca uma competição por espaço, luz e nutrientes.

E as últimas etapas são a “reação”, onde devido ao resultado da concorrência que o habitat impõe, as espécies vão sendo substituídas, de uma comunidade vegetal para outra. E finaliza com “estabilização”, onde a comunidade se mantém após as fases de reação, e surge o desenvolvimento de uma comunidade clímax.

Na fase pioneira são as primeiras espécies vegetais que conseguem se estabelecer. Sua taxa de disseminação é alta e sua dispersão é facilitada por ação do vento ou de outros fatores ambientais como rios e correntes marítimas.

Toleram altos níveis de radiação solar para germinar e se desenvolver e criam condições para o desenvolvimento de outras espécies vegetais denominadas intermediárias e tardias.

Existem estados inter-relacionais entre as espécies como a “Facilitação” quando uma ou mais espécies permitem o estabelecimento, crescimento e desenvolvimento de outras espécies.

A “Inibição” quando uma ou mais espécies dificultam ou prejudicam o estabelecimento de futuras espécies. Isto pode ocorrer por competição pelo espaço e nutrientes, sombreamento ou produção de substâncias alelopáticas que inibem a germinação de outras sementes.

E finalmente a “Tolerância”, na situação em que espécies preexistentes não afetam o estabelecimento das demais espécies.

As comunidades seriais são os estágios intermediários das comunidades ecológicas, que se iniciam após a implantação de espécies pioneiras, passando por um ou mais estágios intermediários, até atingir as condições de uma comunidade clímax.

Cada ecossistema apresenta diferentes padrões de clima e substrato. Na medida em que se estabelece a dinâmica dos eventos que envolvem a sucessão das formas vegetais, as condições de luz, a ocupação e proliferação dos microrganismos e animais também vai se apresentar de forma diferenciada em cada etapa.

As etapas iniciais da sucessão não apresentam condições para o estabelecimento de uma fauna diversificada, por não apresentarem recursos suficientes para a sua instalação. Verifica-se nesta fase a ocorrência de poucos animais como ácaros, formigas e aranhas.

Na medida em que as espécies intermediárias da sucessão conseguem se estabelecer e diversificar, a fauna vai aumentando em espécies, até atingir as condições de uma comunidade clímax, com muitas espécies de invertebrados, insetos, répteis, anfíbios, aves e mamíferos.

Dependendo do ecossistema, esta diversificação pode ser diferenciada. As regiões tropicais oferecem condições para abrigar uma grande diversidade de plantas e animais, enquanto regiões temperadas, geladas, desérticas, esta diversidade é mais restrita.

A sucessão ecológica para quando o ser consegue alcançar um equilíbrio com o ambiente físico e biótico, ou estado estacionário, também conhecido como homeostático.

A comunidade atinge o ápice de suas relações ecológicas, onde se chega ao ponto final da sucessão, ou clímax. Esta diversidade vai persistir indefinidamente, a não ser por ocorrência de grandes perturbações.

As características da etapa de clímax são que as populações não se alteram e o ecossistema se encontra equilibrado. Os indivíduos são substituídos por outros da mesma espécie.

De acordo com as formas de vida ou crescimento, são considerados indicadores de clima da região. E para cada ambiente físico, há um tipo de clímax.

Uma teoria chamada Teoria Alternativa dos Estados Estáveis, sugere que não há um ponto final na sucessão, mas muitos estados de transição ao longo do tempo ecológico (JACKSON, 2003).

Referência

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sucessão_ecológica

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte – EcoDebate de 01 de fevereiro de 2018

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