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Tolerância zero em Toronto

“Porco”, “estúpido” e “egoísta” são alguns dos termos que vêm à cabeça quando se vê alguém jogando lixo no chão. E é exatamente assim que uma polêmica campanha da cidade de Toronto, no Canadá, tem chamado quem polui os espaços públicos.

Lançada no final de agosto pela prefeitura e a organização Livegreen Toronto, a nova campanha de combate ao despejo irregular de resíduos deixa explícito o que esse comportamento deplorável revela sobre as pessoas que o praticam. Nela, embalagens encontradas em praças, parques e vias são colocadas juntas para formar palavras que caracterizam bem esses indivíduos e o que se pensa deles. Um pouco na contramão da renomada polidez canadense.

Segundo os criadores, as campanhas comuns contra a poluição nas ruas apelam para a consciência ambiental ou aspectos estéticos e econômicos do problema. Esta de maneira diferente tem o objetivo de criar culpa e “envergonhar”. Resta saber se vai gerar resultados.

No Brasil, com algum sucesso relativo da fiscalização tem se apostado nas multas em algumas das principais cidades. No Rio de Janeiro, onde a a campanha Lixo Zero começou no passado, cerca 57 mil pessoas já foram multadas por jogar lixo na rua. A média é de 150 cariocas sendo flagrados diariamente por fiscais da Companhia Municipal de Limpeza Urbana e guardas municipais. O problema é que apenas 17,3 mil até agora pagaram os valores devidos – entre R$170 e R$3.400, dependendo do volume. Outros 20 mil estão com o nome sujo no Serasa por conta da infração.

Santos, no estado de São Paulo, adotou no começo de julho uma lei semelhante e já conseguiu reduzir em 33% a quantidade de resíduos que são varridos de seu centro histórico. Na capital, São Paulo, onde um um terço da geração vem da varrição dos espaços públicos, segundo a Amlurb, já se discute a adoção das multas para combater a sujeira nas ruas. Seria interessante, afinal, a cidade gasta por ano quase metade de seu orçamento de R$ 1,8 bilhão para limpeza com esse serviço e coleta nos 4.324 pontos viciados, locais onde o lixo se acumula ilegalmente.

As multas podem até funcionar, mas não seria bom também “dar nome aos bois” como os canadenses?

“Marginal” ou “deplorável”

“Preguiçoso”

“Inepto”

“Porco”

Fonte – Julio Lamas, Planeta Sustentável de 01 de setembro de 2014

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