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A moda das bolsas do bem

Diário do nordeste 

Você consegue se imaginar indo à feira com uma bolsa estilosa e colorida, assinada por estilistas como Alexandre Herchcovitch e Reinaldo Lourenço? Pois esta é a moda que a campanha ´Eu não sou de plástico´ está lançando no Brasil. Tudo para acabar com as feiosas sacolas de mercado – aquelas que muita gente acaba usando como saco de lixo em casa.

Lilian Pacce, apresentadora do programa ´GNT fashion´, é a curadora da exposição de bolsas ecologicamente corretas, que reúne criações de 120 profissionais da moda em São Paulo. ´A exposição começou lá, mas a idéia é levá-la para as principais capitais do Brasil no ano que vem´, prega Lilian, cujo programa tem abordado com freqüência a preocupação da moda com a preservação do meio ambiente.

Em dezembro, o ´GNT fashion´ estará de férias, e serão reapresentados alguns programas. Entre eles, aquele em que ela conversou com estilistas em Paris sobre o impacto das mudanças climáticas no mercado. ´Essas sacolas de plástico, além de horrorosas, levam 500 anos para se decompor. É absurdo como as pessoas as usam inadvertidamente. Às vezes, usam três sacolas para uma latinha. Vamos resgatar aquela moda bacana de ir ao supermercado com uma sacola bonita e, agora, não poluente´, diz Lilian.

Pioneira

A primeira bolsa desse tipo foi criada pela designer inglesa Anya Hindmarch. Era de lona creme e tinha a inscrição ´I‘m not a plastic bag´ (leia-se: eu não sou uma sacola de plástico). Engana-se quem pensa que, por vir do mundinho fashion, ela era cara: custava o equivalente a R$ 30 e virou uma febre. Outros países, como Alemanha e Estados Unidos, também aderiram. ´Essa é uma tendência lá fora. Agora, chamamos de shopping bags qualquer bolsa durável usada para compras´, diz Lilian.

´Na mostra ´Eu não sou de plástico´, temos desde marcas top, como Maria Bonita e Ricardo Almeida, até as mais populares. Tem para todos os bolsos e estilos, não há desculpas´. As shopping bags podem ser de lona, tecido reciclado, jeans orgânico (como a da Cantão) e até folha de bananeira (como a da Lenny). O objetivo, segundo a curadora, é estimular as pessoas a mudar de atitude: ´A moda tem esse poder de influenciar as pessoas. No programa eu já falo nisso. Os estilistas podem procurar materiais não-tóxicos, por exemplo´.

Moda eco-chique Moda ecológica, antigamente, era sair por aí com ´Salvem as baleias´ estampado na camiseta. Ou então, era coisa de hippie, de cooperativa de artesanato, de gente que… não gostava de moda. Hoje, não, hoje é chique apoiar o desenvolvimento sustentável, tanto que grandes grifes como Giorgio Armani, Gap e Levis abraçaram a causa.

É claro que, na moda, tudo fica glamourizado, como em uma campanha da Diesel sobre a crise ambiental. A campanha era tão linda -um casal sedento no topo de um prédio, cercado de água por todos os lados – que o aquecimento global parecia bem bom. Mas antes isso do que nada.

No Brasil, a Osklen cria peças sofisticadas com couro de látex e de tilápia, certificado pelo Ibama. OK, as estampas com dizeres como ´Protocolo de Kyoto´ ainda existem, afinal, não tem graça ser ativista e ninguém saber. A ecomoda quer que a produção agrida o meio ambiente o mínimo possível, o que significa evitar produtos químicos, além de optar por fibras e tintas naturais, cultivadas no sistema de agricultura familiar, de preferência.

No último Fashion Rio, as marcas Redley, Cantão e Mara Mac mostraram-se verdes, desenvolvendo modelos feitos a partir de fibra de bambu e algodão orgânico. Além disso, pretende-se promover a reciclagem. Em Londres, houve movimentos a favor da troca de roupas, com a criação de cartões de crédito que só servem para comprar peças de segunda mão. Para que uma nova, se já existem tantas outras por aí?

Simone Mousse
Repóter

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