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A quarta revolução industrial e a indústria do lixo

O termo “Indústria 4.0” foi usado pela primeira vez para o público em geral na Hannover Messe em abril de 2013. O termo estava na nominação do Grupo de Trabalho na Indústria 4.0, presidido por Siegfried Dais da Robert Bosch e Henning Kagermann da Academia Alemã de Ciência e Engenharia. Este grupo apresentou nesta feira um conjunto de recomendações ao governo alemão para levar à produção industrial independência da mão de obra humana.

Com isto podemos dizer que esta é uma revolução com data de nascimento e pais definidos.

A quarta revolução industrial trata de uma revolução baseada em tecnologias como computação em nuvem, internet das coisas, big data, blockchain, inteligência artificial, biotecnologia, robôs, drones, carros autônomos e produção de energia alternativa.

Mas qual o impacto desta revolução para a indústria dos resíduos? A ISWA (Associação Internacional de Resíduos Sólidos) promoveu uma pesquisa sobre o impacto da Quarta Revolução Industrial na gestão e reciclagem de resíduos publicada com o título The Impact of the 4th Industrial Revolution on the Waste Management Sector.

Esta pesquisa concluída em meados de 2017 revelou que os participantes esperam que a 4ª Revolução Industrial ofereça soluções para vários desafios relacionados à gestão de resíduos, do eco desenho à prevenção de resíduos e à economia circular de plásticos.

A participação na pesquisa foi 73% o setor privado contra 27% do setor público. Vamos comentar apenas algumas questões desta interessante pesquisa.

Uma questão foi: você acha que a 4ª revolução industrial afetará a indústria de resíduos e reciclagem? 97% dos participantes consideraram que a indústria de resíduos será afetada.

No quesito “o que se acredita que estará disponível até 2030”, podendo ter múltipla escolha, 80% acredita que será a triagem de resíduos absolutamente robótica. 72% acredita em plantas totalmente automatizadas. 62% em Chatbots orientando cidadãos para prevenção e reciclagem de resíduos. 52% acredita em recipientes para lixo robotizados. 50% em caminhões autônomos de coleta de lixo. 30% em drones coletando recicláveis.

Resumindo este questionamento, todos acreditam que de uma forma ou de outra, o ser humano vai se distanciar da coleta e do tratamento de resíduos, deixando para as máquinas sua operação ou pelo menos contato direto.

Outra questão era identificar as áreas de desenvolvimento que acontecerão antes de 2030 como consequência da 4ª revolução industrial. A primeira área estava no desenho e reutilização de materiais. A segunda na economia circular.

Uma questão muito importante foi feita em relação aos investimentos da indústria dos resíduos. Foi perguntado em qual área seria investido. A resposta foi que 47% vão investir em aplicativos e mídia social. Somente 11% vão investir em impressão 3D, 12% em veículos autônomos, 18% em drones e 24% em robôs.

Uma informação relevante é que 50% dos participantes na pesquisa esperam que a quarta revolução elimine lixões antes de 2030.

Segundo o vice-presidente da ISWA, Carlos Silva Filho, as respostas da pesquisa mostraram que a indústria está ciente das mudanças em curso. Para ele “Uma conclusão final pode ser tirada da interpretação das respostas dadas: aqueles que continuam a insistir no modelo tradicional, não estarão no mercado além dos próximos 15 anos”. Mas isto que falamos é uma pequena amostra da pesquisa da ISWA, que você pode acessar no e também um alerta: esta revolução é muito mais rápida, mais democrática e também menos complacente com a ignorância. Então recomendamos: atualize-se!

Rogel Martins Barbosa é advogado, escritor, professor do curso História dos Resíduos.

Fonte – GMC online de 18 de setembro de 2018

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