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As árvores do futuro

Meio Ambiente. Plano Gestor de Arborização define quais espécies serão plantadas em Maringá

Plano gestor define as 72 espécies que serão plantadas em vias públicas de Maringá

Troncos bonitos – Entre as 72 árvores, foram selecionados alguns exemplares que têm tronco paisagístico, como óleo de copaíba, tipuana, cedro, guaritá e melaleuca

Cor das flores – A intensidade da floração e a cor das flores foram dois critérios usados na seleção das espécies. A intenção é deixar a cidade ainda mais bonita

Árvores frutíferas – Serão plantadas árvores frutíferas -em alguns bairros. Todas produzem pequenos frutos, como a cerejeira-do-rio-grande

A arborização de Maringá que conhecemos hoje sofrerá uma mudança importante a médio e longo prazo. Quem está norteando essa transformação é um documento, o Plano Gestor de Arborização Urbana, que está em fase final de elaboração e vem definindo quais as melhores espécies para cada rua e avenida.

Os 40 especialistas que confeccionam o documento chegaram a uma conclusão: a de que a cidade terá uma variedade de 72 espécies de árvores. A maioria é nativa e conhecida dos maringaenses, como sibipiruna, tipuana e ipê, mas há novidades e outras pouca usadas, como cerejeira-do-rio-grande, canelinha e café de bugre.

Engenheiro florestal da Secretaria de Meio Ambiente, Maurício Sampaio explica que foram analisados vários critérios na definição das espécies até que se chegasse ao total de 72 (o número ainda pode baixar).

Ele enumera alguns: velocidade de crescimento da árvore, origem da espécie, época de floração e frutificação, adaptação à fiação elétrica e à largura das calçadas, intensidade e cor da floração, tolerância a podas, disponibilidade de mudas no viveiro e identidade cultural. “As vias com ipês roxos, por exemplo, ficam muito chamativas; é uma árvore que faz parte da tradição da cidade e a população tem apreço por ela”, diz.

“Será uma arborização mais apropriada para o espaço, trazendo maior benefício a um custo menor” MAURÍCIO SAMPAIO, ENG. FLORESTAL

O plano gestor quer aproveitar também a grande disponibilidade de certas mudas no Viveiro Municipal, como de ipê, aldrago e alecrim de campinas. São espécies que fazem parte da arborização urbana e têm muita oferta no Viveiro.

O plano vai indicar as melhores espécies para o plantio em calçadas estreitas, com menos de 2 metros de largura (como as existentes nas travessas); para as maiores, a partir de 2,5 metros; e para os canteiros centrais. Em avenidas extensas, foram escolhidas até seis espécies. Já uma rua mais curta terá o predomínio de uma.

Espécies nativas

Sampaio diz que a preferência por árvores nativas é pela manutenção da biodiversidade local. Haverá, sim, espécies exóticas, mas a seleção contempla apenas as que já fazem parte da arborização.

“Não vamos plantar nenhuma espécie que seja invasora, pois tende a se tornar um risco biológico” conta. “Elas acabam invadindo áreas de mata nativa, causando perda da biodiversidade.”

Ele cita a questão da leucena, planta exótica que hoje domina nos fundos de vale o espaço que poderia ser das árvores nativas.

Sombra e calor

Uma cidade de temperaturas altas exige uma arborização que gere conforto térmico. As espécies também foram escolhidas pensando nisso. Das 72, apenas 13 são de pequeno porte. As demais são de médio e grande porte e vão proporcionar bastante sombra. “A ideia foi para amenizar os problemas causados pelas ilhas de calor.”

Diversidade de espécies

A nova arborização de Maringá vai gerar, a longo prazo, uma diminuição no número de sibipirunas e tipuanas. Hoje, 40% de todas as árvores da cidade são de uma espécie só: a sibipiruna. Sampaio explica que esse domínio virou questão de segurança.

“Se tivermos uma praga na cidade que ataque apenas a sibipiruna, perderemos 40% das cerca de 120 mil árvores existentes”, alerta. “Seria um custo exorbitante e teríamos um grande e prolongado problema até que novas espécies cresçam para fazer sombra.” O plano dedicou atenção a esse quesito, ao limitar a 5% a frequência de uma espécie de árvore em ruas e avenidas.

A transformação que o plano gestor vai promover na paisagem urbana deve surtir efeito dentro de 30 anos, mas aos poucos as mudanças serão percebidas pelos moradores. Atualmente, o plantio de mudas está sendo feito pela prefeitura já dentro das primeiras definições do plano.

O engenheiro esclarece que nenhuma árvore sadia será cortada para a substituição de espécie.

Inserir mais árvores nativas é saudável para o meio ambiente, diz Sampaio, pois exigem menos manutenção e estão adaptadas ao solo e clima local. Sem contar o aspecto educacional, que permite que os moradores conheçam as espécies da Mata Atlântica. “Essas árvores vão atrair pássaros e insetos, o que é desejável para a biodiversidade. “Hoje, com o predomínio de apenas duas espécies (sibipirunas e tipuanas), não existe esse benefício.”

Os novos loteamentos, atualmente com predomínio de árvores pequenas, também vão sair do papel já com a indicação das árvores por rua. “Será uma arborização mais apropriada para o espaço disponível, trazendo benefício maior para a população a um custo muito menor.”

Fonte – Carla Guedes, Metro Maringá de 20 de novembro de 2018

 

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