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Eletros usados ainda não têm destinação correta

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Folha de Londrina de 15 de agosto de 2009

Eli Araujo

Problema pode levar consumidores a deixar produtos em locais inadequados, provocando a poluição do meio ambiente

A compra de um novo eletrodoméstico pode trazer um problema inesperado para o consumidor: como descartar o objeto usado? A falta de uma orientação clara faz com que as pessoas, não raramente, tomem decisões inadequadas, jogando tais objetos em fundos de vale ou terrenos abandonados.

Este tipo de situação preocupa as entidades ligadas ao meio ambiente, que defendem a adoação do sistema – chamado ‘lógica reversa’ – para qualquer tipo de produto. Desta forma, a própria indústria teria a responsabilidade sobre o ciclo de vida do produto que fabrica, incluindo o descarte. ”Acabou a história de fabricar um produto e deixar o resto para o consumidor após a compra. É preciso encontrar uma forma de envolver os fabricantes neste processo”, afirma o presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Londrina, Fernando de Barros.

Há uma lei sobre o assunto no Congresso Nacional que ainda não foi votada por pressão dos fabricantes que, segundo ele, não têm a intenção de assumir esse novo encargo. ”No futuro, quando acabar a vida útil do carro, o consumidor vai devolver o veículo velho à montadora para que ela própria faça a reciclagem, eliminando os ferros velho”, comenta.

Barros acrescenta que as indústrias precisam se adequar ao novo conceito de produção. ”Antigamente, o conceito era do berço ao túmulo: ou seja, no berço a empresa produziu e cabia a quem comprou dar um fim após o uso. Agora não, o conceito é do berço ao berço, se a indústria fez nascer aquele produto, tem que pensar que ele vai voltar ou criar mecanismos para a devida solução”.

A ambientalista Ana Domingues, da FUNVERDE, concorda que não existe nenhuma orientação ao consumidor sobre o descarte de um eletrodoméstico usado. Ela também defende a adoção da logística reversa. ”Todos que venderam, devem receber o produto velho de volta, porque o caminhão que traz a mercadoria geralmente volta vazio”. Ana sugere ainda que os objetos em condições de uso sejam encaminhados para escolas, creches, igrejas ou entidades que trabalham com a restauração desses produtos. ”Sempre há peças que podem ser aproveitadas ou componentes que podem ser reciclados”, afirma.

Campanha

A rede de lojas Móveis Brasília promove anualmente uma campanha que recebe o eletrodoméstico usado como parte do pagamento de um novo. A ação foi criada há 30 anos, em uma época em que nem se falava em descarte de eletroeletrônicos. A rede aceita o produto usado desde que ainda possa ser utilizado. ”Muitos consumidores, inclusive, procuram as lojas em busca dos produtos velhos. Acreditamos que é uma forma de atender as pessoas de menor poder aquisitivo”, afirma o diretor comercial da Móveis Brasilia, Fernando Moraes.

Segundo ele, a campanha é considerada uma das principais promoções da loja, sendo superada apenas pelo movimento de fim de ano. Moraes explica que não há limites de idade para o móvel usado, desde que ele esteja em funcionamento ou em condições de ser reaproveitado.

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