Cerca de 50 empresas e outras organizações assinaram esta terça-feira o Pacto Português para os Plásticos, um compromisso que visa atingir 100% de plástico reciclável nas embalagens até 2025, entre outras metas.

Lançado pela associação do setor dos resíduos Smart Waste e a fundação Ellen MacArthur, os aderentes ao pacto querem também chegar a 2025 com todo o plástico novo fabricado a incorporar 30% de reciclado e com 70% das embalagens usadas a serem feitas com plástico reciclado.

O presidente da Smart Waste, Aires Pereira, disse à agência Lusa que se pretende que até 2025 a totalidade dos plásticos usados nas embalagens seja reciclável, um compromisso que envolve “toda a fileira, desde a produção até à distribuição”.

Aproveitando o lançamento do pacto, a associação ambientalista ZERO lançou um alerta: em 2018, “Portugal só reciclou 12% do plástico dos resíduos urbanos“, ou seja, só 72 mil toneladas de um total de 600 mil foram recicladas, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente.

Para a ZERO, a recolha de plásticos deve ser feita porta-a-porta em todo o lado, em vez de haver uma rede de ecopontos, e defende que os produtores devem pagar as suas contribuições para o sistema de gestão de embalagens.

De contrário, continuará o “subfinanciamento do sistema, uma vez que os produtores de mais de metade das embalagens de plástico colocadas no mercado não têm pago a sua contribuição”, que suporta a recolha seletiva e a triagem das embalagens.

“O ano passado, foram fabricadas mais de 360 milhões de toneladas de plástico, 40% das quais são usadas em embalagens, que constituem 60% de todos os resíduos de plástico produzidos”, indicou Aires Pereira.

É nesse meio que os compromissos do pacto deverão provocar mudanças, afirmou, indicando que empresas como a Coca Cola, Nestlé, Delta Cafés, Sonae, Jerónimo Martins ou a sociedade Eletrão estão entre os parceiros, tal como universidades como a Nova, Universidade de Coimbra e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e associações setoriais como a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Autarquias como a câmara de Lisboa, a de Póvoa de Varzim – a que Aires Pereira (PSD) preside -, a associação ambientalista ZERO, o Ministério do Ambiente e a Presidência da República são também parceiros do pacto, que supõe também trabalho de “educação e sensibilização dos consumidores”.

As empresas aderentes pagam até um máximo de 7.500 euros como taxa de adesão e até 3.750 euros anuais, dependendo do volume de negócios, para financiar a execução do pacto, “para que seja completamente independente”.

Será que conseguiríamos algo parecido aqui no Brasil?