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Poluição em cidades europeias faz com que turistas “fumem” mesmo sem querer

Foto: domínio público/pixabay e ilustração divulgação T&E

Neste verão, quem andar pelas lindas ruas de Paris, subir a Torre Eiffel e caminhar ao longo do rio Sena durante um final de semana terá fumado praticamente dois cigarros. Esta é a analogia feita por um estudo realizado pela Transport & Enviroment (T&E), ao comparar a poluição inalada por turistas que estão nessas férias no continente.

A organização, que faz pesquisas e campanhas sobre transporte e meio ambiente, analisou o nível da poluição em dez das principais cidades turísticas da Europa e chegou à conclusão de que as pessoas que passam um final de semana em alguma delas podem sofrer os mesmos impactos à saúde do que fumar de um a quatro cigarros.

Istambul e Praga aparecem como as cidades com a pior qualidade do ar. Nelas, respirar durante alguns dias equivale a inalar a fumaça de quatro cigarros. Logo em seguida está Milão, Londres e mais atrás, Amsterdam, Roma e Viena. Em Dublin e Barcelona, o visitante respira “apenas” um cigarro.

“Quando a poluição do ar é ruim, somos aconselhados a evitar fazer refeições ou exercícios ao ar livre. Mas andar pelas cidades e comer nos terraços dos restaurantes é o que mais se faz nas férias na Europa. Neste momento, turistas, incluindo crianças, são mais ou menos forçados a fumar, em termos de impactos na saúde”, afirma Jens Müller, coordenador de assuntos relacionados à qualidade do ar e óleo diesel da T&E.

Segundo um estudo publicado recentemente por pesquisadores da Queen Mary University of London, a exposição constante, mesmo a níveis baixos de poluição, acarreta em mudanças no tamanho e no funcionamento do coração.

Outras pesquisas já associaram poluição do ar com má qualidade de espermatozoides e até, alteração na estrutura da placenta.

O levantamento feito pela T&E foi baseado em um estudo da Berkeley Earth, que fez um paralelo entre poluição do ar e consumo de cigarros, por acreditar que desta maneira, as pessoas conseguiriam entender melhor os efeitos nocivos à saúde causados pela presença de partículas finas (PM 2.5) no ar que respiramos nas grandes cidades. Em Pequim, por exemplo, a situação é tão crítica, que eles estimam que os chineses “fumem” 1,5 cigarro por hora (leia mais sobre o problema aqui).

A T&E ressalta é que nos meses de verão os veículos são os principais responsáveis pela poluição. E a situação se agrava ainda mais aliada ao calor extremo, quando a dissipação desses gases se torna mais difícil. Pelo segundo ano consecutivo, os países europeus enfrentam temperaturas altíssimas, conforme mostramos nesta outra reportagem recente.

“Os gestores urbanos precisam controlar a poluição do ar ou arriscar uma reação dos turistas. Os carros são a pior causa da poluição do ar nas cidades durante o verão”, diz Müller.  “Os fabricantes de automóveis devem ter um prazo para realmente limpar a bagunça que criaram. Se eles falharem, os veículos poluentes devem ser rapidamente banidos das cidades para proteger os moradores ”.

França e Reino Unido já anunciaram a proibição da venda de carros a gasolina e diesel a partir de 2040, mas especialistas criticam o prazo, ressaltando que ele é muito distante, e até lá, muitas pessoas vão morrer devido a problemas respiratórios.

Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 14 de agosto de 2018

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