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Práticas de defesa ambiental, no consumo

Jornal folha de  londrina – 13 de maio de 2007

Opinião da Folha

A realidade comprova que são as pessoas que podem modificar os sistemas de produção e evitar poluição

Embora o termo ”consumo consciente” ainda seja um conceito novo para os brasileiros, muitas pessoas, por livre decisão, vão adotando práticas ambientalmente corretas. O instituto de pesquisas Akatu constatou que a população do sul do Brasil é mais engajada em boas práticas nas relações de consumo. Uma delas, não necessariamente de preservação ambiental mas da própria saúde, é evitar o mais possível a aquisição de produtos que utilizem agrotóxicos ou aditivos químicos, preferindo os naturais e orgânicos. Uma seleção não tão fácil de fazer, porque a maioria dos consumidores não sabe a quantidade de veneno que cada produto contém.

Agora entram em uso as sacolas ecológicas, que se biodegradam em 18 meses, ao contrário das plásticas comuns, que levam até 100 anos. Maringá já tem a primeira fábrica paranaense dessas sacolas. Essa consciência ecológica e de saúde vai se instalando progressivamente, e se o consumidor a adota, as indústrias também irão se adaptando e adotando fórmulas pertinentes. Já se fala em eliminar o mais possível as embalagens no geral, não só as plásticas mas todas as que podem ser dispensadas, porque se elas exaltam a beleza externa do produto, também contribuem para o aumento do volume de lixo. Ademais, embalagens desnecessárias (se fomentam os negócios do ramo), também consomem matéria-prima que pode ter usos e fins melhores.

Em Curitiba existem feiras só de produtos orgânicos, que, embora mais caros, são cada vez mais consumidos. E todos os feirantes adotam comportamentos de preservação da saúde e do ambiente. Estas são práticas alentadoras, num mundo que foi perdendo consciência desses valores. Muitas pessoas separam o lixo doméstico e não colocam vidros estilhaçados nos pacotes de lixo orgânico, até porque podem ferir os que o manejam. Dados do IBGE informam que o Brasil produz 228 mil toneladas diárias de resíduos. O volume é imensurável pela população, imaginando-se montanhas, e dessa enorme quantidade apenas 2% a 5% são reciclados ou industrializados. Com toda a certeza pode haver uma redução disso, pela adoção de sistemas que diminuam a quantidade de embalagens, muitas dispensáveis ou excessivamente volumosas.

Clientes de supermercados já adotam o costume de levar suas próprias sacolas, que facilitam inclusive a flexibilidade do empacotamento nos caixas. As embalagens representam um terço de todo o lixo doméstico, no Brasil. Os fatos comprovam que são os consumidores e usuários que podem modificar os sistemas de produção, embora estes tenham grande força de propaganda e persuasão. Se houver diminuição do consumo de produtos sabidamente contaminados de agrotóxicos e conservantes químicos, novos inventos e descobertas surgirão, e hábitos mais civilizados de consumo estimularão as empresas a atuar na transformação da realidade. 

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