skip to Main Content

Reino Unido – O sumiço das borboletas

Suzanne takes you down

Uma das marcas registradas dos jardins ingleses está sumindo: as borboletas. Um longo artigo publicado hoje no The Guardian faz o alerta, lembrando que o último verão foi um verdadeiro desastre para diversas espécies, seja nos quintais das casas ou em áreas protegidas. Dos 59 tipos de borboletas encontrados na Grã-Bretanha, pelo menos 12 tiveram os piores registros desde que o monitoramento do inseto começou em 1976. Se os verões continuarem mais molhados do que o costume, pesquisadores não vêem saída para a sobrevivência das borboletas. Mesmo com a proibição de caça aos insetos, foram contabilizados declínios populacionais significativos em função da perda de 97% dos campos naturais ingleses para a agricultura mecanizada, plantações de coníferas e crescimento urbano. Isso sem falar nos efeitos da mudança climática global.

Em tese, o aumento das temperaturas na maior parte da Grã-Bretanha poderia beneficiar as borboletas do sul para colonizarem porções de terra mais ao norte. Algumas delas, na verdade, já estão migrando neste sentindo, inclusive espécies exóticas que vêm se adaptando ao novo clima. Mas a maioria das outras terá outro destino. Novas doenças estão destruindo as árvores nativas, flores e insetos dos quais as borboletas dependem. Alguns registros já dão conta da fragilidade de borboletas ao ataque de parasitas, que atrapalham seu processo de metamorfose. Para se ter uma idéia, a população das Aglais urticae caiu 45% em 2008 se comparada ao verão de 2007, apesar desta espécie estar migrando cada vez mais para o norte da Europa. De acordo com Tom Brereton, diretor do serviço de monitoramento de borboletas da organização Butterfly Conservation, tudo está ligado ao fator clima. Quando o clima transformar os atuais habitats das borboletas, elas não terão mais para onde ir porque tudo está já muito fragmentado. Como as borboletas são consideradas excelentes bioindicadoras, se elas já estão sofrendo tanto com as mudanças climáticas globais, muito provavelmente diversas outras espécies de insetos seguem o mesmo destino.

This Post Has One Comment

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top