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Saara cresce 10% em um século

O deserto, em tons claros na imagem de satélite (acima), avança sobre regiões com clima. Imagem: Nasa

Considerado o maior deserto quente do mundo, o Saara encontra-se em expansão. Cresceu cerca de 10% no último século e hoje ocupa uma área de quase 7,4 milhões de quilômetros quadrados (km2), um pouco menor que a do Brasil. O deserto recebe, em média, menos de 100 milímetros de chuva por ano e seu avanço sobre regiões mais úmidas do norte da África foi calculado por pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. O geofísico Sumant Nigam e sua aluna de pós-graduação Natalie Thomas analisaram dados de pluviosidade de mais de um século em toda a África e concluíram que o deserto cresceu 7 mil kmpor ano de 1920 a 2013 (Journal of Climate, 29 de março). Já se suspeitava que o Saara estivesse se ampliando, mas os estudos anteriores, feitos a partir de imagens de satélite, exploraram períodos mais curtos e recentes. Como em todo deserto, a área aumenta e diminui segundo a estação do ano. O Saara pode se estender por até 13,6 milhões de km2 no inverno do hemisfério Norte, o período mais seco, e se retrair para metade disso (7 milhões de km2) no verão e no outono, quando chove um pouco. Mesmo assim, a área que ocupa a cada estação vem aumentando. O deserto se expande mais em direção ao norte no inverno e rumo ao sul no verão, quando avança sobre o Sahel, região de clima semiárido coberta por campos. Segundo os pesquisadores, variações naturais do clima, como alterações na temperatura superficial do Atlântico e na circulação de ventos quentes, explicariam parte (dois terços) da redução das chuvas e do avanço do Saara. O terço restante pode ser consequência das alterações no clima causadas por influência humana. “As mudanças climáticas podem amplificar a circulação desses ventos, causando o avanço de desertos subtropicais rumo ao norte”, contou Nigam em um comunicado à imprensa. “O avanço do Saara rumo ao sul sugere que outros mecanismos estejam envolvidos.”

Trecho do Saara no oeste da Líbia. Imagem: Luca Galuzzi

Fonte – Pesquisa FAPESP de maio de 2018

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