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Sacolas plásticas – o quinhão de cada um

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Globo Rural

Em tempos de preocupações ambientais, parece cada vez mais que, para ser de vanguarda, a gente tem que voltar à “velha guarda”.

Explico: a Câmara Municipal de Los Angeles, nos Estados Unidos, aprovou uma lei determinando que, a partir de 2010, os supermercados e o comércio varejista estarão proibidos de empacotar as compras dos seus clientes com sacolas plásticas. O consumidor deverá levar sua própria bolsa de compras ou adquirir uma biodegradável no estabelecimento, por 25 centavos de dólar.

Não é a primeira vez que essa medida é adotada lá. A mesma regra já vale em São Francisco, Califórnia. Na Europa também tem algo parecido, não por determinação oficial, mas por iniciativa privada. O supermercado Dia %, multinacional espanhola com lojas em oito países, entre eles o Brasil, implementou essa idéia na Espanha. Lá, o cliente tem as duas opções: ou leva seu carrinho ou sacola, ou a compra na hora por um preço mínimo.

A moda ainda não pegou por aqui, mas a gente bem que poderia aderir por conta própria. Quantas vezes colocamos dois ou três produtos numa sacola onde caberiam cinco ou seis? Dá para otimizar o uso das bolsas ou mesmo substituí-las por aquelas mais fortes de fio de nylon, que nossas avós usavam para fazer a feira. Só nas três capitais mais populosas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador), são mais de 19 milhões de pessoas. Agora, imagine que nosso país tem 5.564 municípios e pense no impacto da conscientização de cada cidadão.

Aqui vai ter que ser na base da lei, da multa, da proibição, porque brasileiros são acomodados e enquanto houver sacola sendo distribuida, o brasileiro não trará sua sacola de casa, continuará a levar um DVD, uma aspirina, uma caneta em uma sacola.

E também há os cidadãos conscientes – a graaande minoria – que levam a sua sacola e tem que brigar com os empacotadores porque eles automaticamente já colocam as compras dentro de sacolas mesmo vendo que a pessoa levou sua sacola retornável.

Isso enche o saco, estou agindo com tolerância zero – nossa que grande novidade – perdendo a paciência com os caixas e empacotadores e ainda exigindo meu desconto ao não utilizar as sacolas do estabelecimento. E você acredita que povo dá desconto mesmo? Quando o caixa se recusa já chamo o gerente que cede na hora.

É isso, vamos ser nós a mudança que queremos ver no mundo – como disse Ghandi, seja você a mudança que você quer ver no mundo – vamos forçar cada comerciante a ver o que nos espera no futuro se ele não mudar a forma de comercializar seus produtos, o que irá gerar um efeito cascata que irá afetar também as indústrias ao fabricarem produtos ambientalmente amigáveis, com menos sobreembalagens.

O consumidor ainda não percebeu que ele é o rei, que ele determina o que será fabricado e comercializado, porque se ele não comprar um determinado produto o fabricante irá pedir para seu departamento de marketing – ou sei lá que departamento – descobrir o que houve, o porque da queda nas vendas e irá reformular o produto para ser novamente comercializado, porque ninguém fabrica nada sem ter certeza de sua comercialização. Percebeu o nosso poder?

Então aja, mas aja agora, antes que seja tarde, exija que seu supermercado comercialize ou dê sacolas retornáveis e quando tiver a sua comprometa-se a não esquecê-la em casa e caso a esqueça aplique uma autopunição, se obrigue a levar as compras nas mãos só para você aprender a importância da sacola retornável, não espere ser punido por multas, exija de você mesmo uma mudança e aplique penas severas a você mesmo enquanto não mudar sua atitude folgada, mude e mude o mundo.

This Post Has One Comment

  1. Está tudo errado no Brasil, a começar pelos brasileiros que se orgulham em receber o rótulo de corruptos por darem um “jeitinho” em tudo. Isso se reflete nas atitudes anti-éticas dos “engravatados”.
    Viva a democracia!

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