skip to Main Content

Uso de sacola plástica é colocado em xeque

inisheil  

Cosmo online de 28 de outubro de 2007

Fabiana de Oliveira / Agência Anhangüera

O casal Luiz e Enid Aranha é do tempo em que ninguém saía do supermercado com as mãos cheias de sacolinhas de plástico. Na feira, usavam carrinho e até levavam jornais para embrulhar as frutas. No caixa das mercearias e lojas, cada um tirava a própria sacola da bolsa e acomodava as compras. Era assim até algumas décadas.

Hoje, o casal se acostumou a usar as sacolinhas e admitiu ser difícil ficar sem elas. “Lógico que prefiro sair do supermercado com uma daquelas sacolas que duram três meses. Mas os estabelecimentos não dão essa opção. Aí, sabe o que acontece? A gente junta um monte dessas e acaba usando de saco de lixo”, disse Luiz.

Perto do casal, centenas de outros consumidores se espremiam com suas sacolinhas de plástico cheias de compra na saída de um supermercado. Mas a mania do brasileiro de andar por todos os cantos com sacolas nas mãos está despertando a consciência ambiental. Uma das alternativas para reduzir parte do plástico despejado no meio ambiente é a mudança de costume do consumidor.

Em vez de levar sacolinhas, uma das propostas dos ambientalistas é passar a ter uma sacola retornável. “Aí ele utiliza várias vezes e faz com que a produção de sacolinhas de plástico diminua”, explicou a bióloga Giselda Person.

Ela diz que o plástico demora de 200 a 400 anos para desaparecer do meio ambiente. “Hoje, todos estão tendo consciência disso e em muitos lugares se vêem campanhas e alternativas para contribuir com o meio ambiente. O plástico é algo sério que deve ser reduzido cada vez mais do dia-a-dia das pessoas”, afirmou.

O problema que surge diante da discussão da tentativa de eliminar as sacolas e sacos plásticos e trocá-los pelas peças retornáveis está em como acomodar o lixo dentro de casa. “É preciso que se crie algum material que possa depositar o lixo e não demore tanto para se desfazer no meio ambiente porque todos despejam os lixos em sacos plásticos e saquinhos que trazem de supermercados. Não tem alternativa. Mesmo assim, temos que nos livrar aos poucos desse hábito”, recomendou a bióloga.

Exemplos

Alguns supermercados tomaram exemplos de conscientização ambiental como regra. Em Americana, uma rede decidiu trocar o plástico por um produto que dure mais e agrida menos o meio ambiente. A idéia é uma volta no tempo.

“É uma sacola que se utiliza várias vezes. Você leva ela para o supermercado sempre que for fazer compras e não usa as de plástico. Mas isso é um processo educativo, que deve mudar o hábito das pessoas aos poucos, ou melhor, fazê-las viver novamente a antiga cultura de levar sua própria sacola para o supermercado”, disse o secretário de Meio Ambiente de Americana, Victor Chinaglia. O projeto é resultado de uma parceria entre a Prefeitura e a rede e deve servir de piloto para outros estabelecimentos.

Para a artista plástica Vera Ferro, mudar a cultura de carregar sacolinhas não foi difícil. Por onde anda, ela leva uma discreta sacola laranja de náilon, que mal pode ser notada dentro da bolsa. Quando vai ao supermercado, surpreende os operadores de caixa ao se negar a colocar a compra nas sacolinhas.

“Eu tiro logo a minha da bolsa e acomodo tudo”, diz, aos risos. O único problema para a artista é não exagerar nas compras. “Porque aí não cabe e não levo sacolinhas de plástico de jeito algum! Peço para entregarem. Aí eles levam nos engradados”, explica, destacando que faz sua parte a favor do meio ambiente. “É quase impossível encontrar plástico em casa.”

O engenheiro Paulo Tavares gostaria de usar sacolas biodegradáveis, mas acredita que os estabelecimentos deveriam ser responsáveis por oferecer alternativas. Ele sai com o carrinho cheio das sacolinhas, mas garante que só as despeja em lixo reciclável. “Nós consumidores ficamos sem saída”, lamentou.

Este Post tem 2 Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top