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Aquecimento global – Cinco metros de neve na Califórnia e calor de 20º no Alasca: o estranho inverno de extremos nos EUA

Por BBC – Redação – 31 de dezembro de 2021 – Imagem: HTTP://KARSTENHAUSTEIN.COM/CLIMATE

O hemisfério norte da América vive um mês de dezembro atípico, com tornados e nevascas em lugares onde costuma haver temperaturas agradáveis ​​nesta época, e calor onde costuma haver neve.

O Alasca, o Estado mais frio dos Estados Unidos, registrou no último domingo o dia mais quente de dezembro desde que começou o monitoramento, com uma temperatura de 19,4 °C na Ilha Kodiak.

Enquanto em Seattle, no Estado de Washington, foi registrada no mesmo dia uma temperatura de -6,7 °C — batendo o recorde estabelecido em 1948, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.

Em Sierra Nevada, na Califórnia, caíram quase cinco metros de neve nesta semana, o que segundo cientistas faz deste mês o dezembro com mais neve na região e o terceiro mês com mais neve no geral.

À medida que as temperaturas chegam a extremos, o Centro Federal de Previsão de Tempestades alertou na quarta-feira sobre a probabilidade de que nos próximos dias ocorram tempestades severas, ventos fortes e tornados em vários Estados do sudeste dos Estados Unidos, fenômenos incomuns nesta época do ano.

As novas previsões acontecem poucas semanas depois que tornados intensos devastaram partes de Nebraska e Kansas, deixando pelo menos cinco mortos e 438 mil casas e empresas sem energia.

Alertas

Neve

Foto: Getty Images

As condições climáticas extremas dispararam o alerta sobre um possível “Icemageddon” (“Armagedon do gelo”) em lugares como o Alasca, já que torrentes de chuva e neve deixaram o gelo tão duro quanto cimento revestindo as estradas.

“O gelo é extremamente difícil de remover depois de ter aderido à superfície da estrada. Mesmo que as temperaturas do ar estivessem quentes… as estradas estavam abaixo de zero, o que fez com que o gelo aderisse à superfície”, publicou o Departamento de Transporte e Instalações Públicas do Alasca no Twitter.

Especialistas dizem que a massa de ar quente que chega do Havaí tornou o ar do Alasca — geralmente frio e seco em dezembro — mais úmido.

Isso significa que chuvas fortes e tempestades de neve são mais prováveis ​​nas regiões do interior, longe das áreas costeiras.

As fortes nevascas causaram falta de energia generalizada e o fechamento de estradas ao longo dos Estados Unidos e no Canadá.

Neve

Imagem: Getty Images

No Canadá, a agência meteorológica Environment Canada emitiu alertas de clima extremo para a maior parte de British Columbia (no oeste) e alertou que a onda de “frio histórico” provavelmente continuará até o fim da semana.

De acordo com especialistas, este é um dos períodos mais frios no Canadá do último meio século.

“Se você tem menos de 50 anos, esta pode ser a mais longa onda de frio que já vivenciou no sul de British Columbia”, tuitou Tyler Hamilton, meteorologista da rede meteorológica do Canadá.

Kodiak

Imagem: Getty Images – Kodiak testemunhou um calor recorde no fim de semana

Mais ao sul, nos Estados Unidos, as tempestades de inverno também afetaram partes de Nevada e levaram até mesmo ao fechamento de estações de esqui.

Porém, embora tenham sido abundantes no oeste, quase não tem nevado no leste do país.

O governador de Nevada, Steve Sisolak, determinou que funcionários públicos não essenciais, além de equipes de segurança pública e administração penitenciária, ficassem em casa devido à tempestade.

Em outras partes do sul, como Dallas, foram registradas temperaturas altas recordes para esta época do ano.

O Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth chegou no domingo a 27,2° C, quebrando o recorde do dia de Natal no norte do Texas, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional.

O cientista do clima Rick Thoman, do Centro de Avaliação e Política Climática do Alasca, disse à BBC que estas diferenças abruptas de temperatura se tornaram mais marcantes nas últimas duas décadas — e ele acredita que são um sinal das mudanças climáticas.

“Em um mundo em aquecimento, vamos ter mais destes eventos sem precedentes, é isso que esperamos”, afirma.

“2021 realmente parece ser o ano em que estes eventos extremos realmente vieram à tona.”

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