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Empresas deixarão de vender refrigerante em escolas com crianças até 12 anos

Criança Refrigerante (Foto: ThinkStock)

Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil admitem que as crianças não têm maturidade para tomar decisões de consumo e que devem auxiliar os pais a moldar um ambiente escolar que facilite uma alimentação mais equilibrada

Três grandes empresas do setor de bebidas, Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil, deixarão de vender, a partir de agosto, refrigerantes diretamente às cantinas de escolas para crianças de até 12 anos. O anúncio aconteceu dias depois que o Projeto de Lei PL1755/07, que pede a proibição da venda de refrigerantes nas instituições de educação básica, públicas ou privadas (do primeiro ao nono ano), foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família e agora segue para o Plenário da Câmara dos Deputados.

No comunicado conjunto, as empresas reconhecem que crianças abaixo de 12 anos ainda não têm maturidade suficiente para tomar decisões de consumo e que eles entendem que devem auxiliar os pais ou responsáveis a moldar um ambiente que facilite escolhas mais adequadas. “A obesidade é um problema complexo, causado por muitos fatores, e as empresas de bebidas reconhecem seu papel de ser parte da solução. A principal mudança é que elas venderão às escolas para crianças de até 12 anos (ou com maioria até essa idade) apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos”, dizia o documento.

Em grandes escolas, que atendem crianças e adolescentes de diversas idades, o trabalho será feito pela conscientização do proprietário da cantina e da diretoria. Mesmo assim, as latas de refrigerante comercializadas, nesses casos, serão em versão míni, de 250 ml (100 ml a menos que a lata convencional).

O esforço deve ser de todos

A medida agradou a classe médica. “A gente sabe que a oferta de produtos açucarados e gordurosos ainda será grande nesses ambientes, mas já é um começo para tentar barrar essa epidemia mundial que é a obesidade”, diz o endocrinologista Renato Zilli, do Hospital Sírio Libanês (SP).

Como o consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura começa cedo demais no Brasil – 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos, bolachas e bolos e 32,3% já bebem refrigerantes ou sucos artificiais -, o especialista alerta que o comportamento familiar é fundamental. “As crianças que vivem em um ambiente onde os pais consomem muitos alimentos calóricos e não saudáveis também vão se alimentar dessa forma. Sem contar que o consumo excessivo de carboidratos e açúcares dispara os picos de insulina no organismo, aumentando a fome. Isso somado à falta de atividade física e/ou uma predisposição genética levam ao sobrepeso e à obesidade”, diz.

Problema de saúde mundial

Vale lembrar que a obesidade infantil triplicou nos últimos 40 anos. No Brasil, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, mais de 15% das crianças estão acima do peso. A Organização Mundial de Saúde já alertou que, se continuar assim, em 2025, cerca de 75 milhões de crianças no mundo poderão desenvolver a doença. “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso. A obesidade é fator de risco para diabetes, hipertensão, câncer e pode levar à morte”, finaliza Zilli.

Fonte – Renata Menezes, Revista Crescer de 22 de junho de 2016

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