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EUA derrubam proibição a agrotóxicos nocivos a população de abelhas

Fim da restrição ameaça população de insetos polinizadores; medida também afeta áreas de refúgio de vida silvestre

Governo Trump volta atrás em políticas ambientais que garantiam áreas de refúgio livres de organismos geneticamente modificados / Fernando Frazão/Agência Brasil

O governo dos Estados Unidos revogou, na semana passada, a proibição ao uso de agrotóxicos ligados ao declínio da população de abelhas silvestres e outros insetos polinizadores. A gestão de Donald Trump também acabou com a restrição ao cultivo de plantas geneticamente modificadas em 50 áreas de refúgio de vida silvestre onde a produção agrícola é autorizada – ao todo, os EUA têm 560 áreas desse tipo.

A medida, adotada no governo de Barack Obama, proibia o cultivo, em áreas de refúgio, de plantações, como soja e milho, modificadas com engenharia biotecnológica para garantir a resistência a pragas e herbicidas para controle de ervas daninhas.

Em sua campanha, Trump já havia se comprometido a reverter as medidas de controle estatal, e essa é a mais recente de uma série de políticas ambientais da era Obama que foram derrubadas pelo atual governo.

Outra proibição importante de Obama que sofreu com a última medida da gestão Trump foi com relação aos inseticidas à base de neonicotinoides – derivados da nicotina. Na época em que a restrição foi aprovada, em 2014, o governo acompanhou o entendimento de pesquisas que identificam a ligação dessa classe de inseticidas com o declínio das populações de abelhas silvestres e outros insetos polinizadores em todo o mundo.

O fim das restrições é criticado por ambientalistas que acompanharam a adoção dessa política, durante o governo Obama.

Aves migratórias

Segundo o vice-diretor do Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos EUA, Greg Sheehan, a decisão de derrubar a proibição teria como justificativa a necessidade de garantir forragem adequada para aves migratórias, como patos e gansos. As espécies estão entre as preferidas de caçadores esportivos em muitos desses refúgios e a Secretaria de Interior dos EUA, a quem o Serviço de Pesca e Vida Silvestre está subordinado, definiu a expansão da caça em terras públicas como prioridade.

Sheehan argumentou que os organismos geneticamente modificados ajudariam a maximizar a produção, e os neonicotinoides poderiam ser necessários para garantir as práticas agrícolas. A explicação, no entanto, contradiz o entendimento anterior do governo Obama, que afirmava que as áreas de refúgio tinham condições de atender às necessidades da fauna silvestre sem o uso dessas substâncias.

A proibição a plantações geneticamente modificadas e o uso de inseticidas à base de neonicotinoides em refúgios de vida silvestre, que até então era ampla, passará a ser determinada caso a caso.

*Com informações do The Guardian e da Reuters

Fonte – Edição Pedro Ribeiro Nogueira, versão para o português Aline Scátola, Brasil de Fato de 08 de Agosto de 2018

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