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Lixo orgânico é o alvo da vez na reciclagem

Por Rosane Serro, para o Globo em

Assim como o segmento de consumo tem observado uma mudança de comportamento, a prática da reciclagem de resíduos orgânicos também está ganhando força e arregimentando novos adeptos.

É nesta onda que estão surgindo as iniciativas de coleta residencial e compostagem, uma atividade que, além de fazer girar a economia, promove programas sociais de emprego e renda e adequação ambiental — além de melhorarem os indicadores de saneamento da cidade.

Os cariocas produzem cerca de 450 quilos de lixo por ano.

Segundo a edição de 2019 do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu) — criado para verificar a adesão dos municípios à Lei 12.305, que determinou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010 — isto equivale à geração de mais de um quilo de resíduos por dia.

Só que eles não têm sido descartados corretamente.

 — Foto: Editoria de Arte de O Globo

Foto: Editoria de Arte de O Globo

— Cerca de 40% do total de resíduos que são despejados diariamente no aterro sanitário de Seropédica são totalmente recicláveis, não precisariam estar lá.

Essa ineficiência ocorre porque não se seleciona o resíduo na fonte — alerta Will Hester, engenheiro ambiental e criador da empresa de coleta de lixo orgânico Composta’e.

Imagem divulgação site Composta’e

Bicicleta e balde

Usando apenas uma bicicleta, Hester e seus dois sócios coletam, mensalmente, duas toneladas de lixo orgânico de 140 famílias na Tijuca e as conduzem para uma área verde de dez mil metros quadrados em plena Rua Conde de Bonfim.

O sistema é simples: o cliente residencial paga uma taxa mensal e armazena seus restos orgânicos num baldinho, que é retirado semanalmente.

Em vez de seguir para o aterro sanitário, os resíduos vão para composteiras, onde são transformados em adubo. Atualmente, cerca de 50 empresas de coleta em todo o país utilizam o modelo do baldinho.

Arte de O Globo sobre reciclagem — Foto: Editoria de Arte de O Globo

Arte de O Globo sobre reciclagem — Foto: Editoria de Arte de O Globo

Lucas Chiaabi é outro engenheiro ambiental a apostar no sistema.

A Ciclo Orgânico começou atendendo 30 domicílios e hoje já atinge 2.400 famílias, em 26 bairros do Rio de Janeiro.

Para concluir o negócio 100% sustentável e carbono zero, decidiu usar 12 ciclistas no transporte das coletas.

Em seis anos, a empresa recolheu 1.674 toneladas e as transformou em 1.021 toneladas de composto.

 Quando começamos, ninguém queria usar o baldinho sob o argumento de que “ninguém lá em casa vai aceitar as minhocas”, ou “não vou guardar lixo para ficar com mau cheiro” As pessoas acham que o lixo não tem valor. Mas quando entendem que o resíduo vai virar adubo e estimular o solo a produzir alimentos, a visão muda — observa ele.

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