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Mais de 250 mil europeus pedem à Comissão Europeia que reforme radicalmente a agricultura da UE

morangos

Chegou hoje, à Comissão Europeia, uma mensagem clara e forte: a política agrícola da UE tem de ser radicalmente alterada. Isto é o que 258.708 cidadãos e 600 organizações da sociedade civil e empresas disseram à Comissão na maior consulta pública da UE sobre a política agrícola, que terminou ontem (2 de Maio).

A grande mobilização foi gerada através da “Living Land”, campanha online lançada pelo WWF, a Birdlife Europe e o Gabinete Europeu do Ambiente, apelando a uma política agrícola da UE que proteja o nosso clima e ambiente, seja justa para os agricultores e consumidores e contribua para a sustentabilidade na produção de alimentos.

258.708 pessoas e 600 organizações e empresas que representam os consumidores, o setor de alimentos, os fornecedores de água potável e aqueles que promovem a proteção ambiental, desenvolvimento, saúde e bem-estar animal uniram-se à “Living Land”.

João Branco, Presidente da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, defende que “a agricultura, a natureza, a alimentação e o homem andam de braço dado. Os subsídios agrícolas não podem financiar práticas destrutivas para a natureza e têm que garantir a protecção do solo, a conservação da biodiversidade agrícola e a qualidade da água. A preservação dos sistemas agrícolas tradicionais em Portugal é fundamental para a coesão territorial, é importante para a conservação da fauna selvagem e é uma arma fundamental para  contrariar a desertificação humana das zonas rurais. A manutenção dos mosaicos dos sistemas agrícolas tradicionais são também fundamentais na prevenção e combate aos fogos florestais, o que tem obrigatoriamente de ser tido em consideração num país como o nosso, ainda mais no actual cenário de alterações climáticas.”

A Política Agrícola Comum (PAC) da UE, que absorve quase 40% do orçamento da UE, é um dos principais motores da agricultura insustentável na Europa, uma vez que continua a estimular a produção industrial de alimentos que causa degradação ambiental. A agricultura insustentável é o maior condutor da perda de biodiversidade na Europa, causando o esgotamento de espécies como aves de criação e abelhas. Factos mostram que as nossas zonas rurais perderam mais de 58% das suas aves de exploração, e 24% das abelhas europeias estão ameaçadas de extinção, com enormes perdas económicas associadas. A PAC também não responde às necessidades das zonas rurais: entre 2007 e 2013, cerca de 20% dos postos de trabalho no sector agrícola foram perdidos, com cada vez mais pequenos agricultores a abandonarem o seu negócio.

A Comissão Europeia deverá apresentar publicamente os resultados da consulta pública numa conferência em Bruxelas em 7 de Julho e publicar uma comunicação sobre o futuro da PAC antes do final de 2017. A nova política agrícola comum da UE deve ser implementada em todos os Estados-Membros até 2021.

Fonte – Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza de 03 de maio de 2017

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