skip to Main Content

O continente de plásticos

Todos vivemos dias em que tudo parece irritar e o desejo é se manter afastado de qualquer convívio social. A princípio, a vontade é de se manter na cama com a porta trancada, mas mesmo assim alguém pode vir e bater na porta. A melhor forma de se isolar seria ir para um dos lugares mais inóspitos da Terra, mas onde exatamente?

A imagem pode conter: texto

 

Quando falamos dele, você pode se lembrar do filme da Pixar, mas o Ponto Nemo é um dos locais mais inacessíveis de todo o planeta Terra. Seu nome na verdade tem origem no clássico livro de Júlio Verne, “20 Mil Léguas Submarinas”, no qual o personagem principal se chama Capitão Nemo.

 

 

Meio do nada

Apesar de ser chamado de “Ponto”, não existe qualquer marcação ou pedaço de terra. E ele não é o único desse tipo no mundo — faz companhia a lugares no meio da China e da Antártica.

Durante a Volvo Ocean Race, mais antiga regata do mundo e que acontece a cada 3 anos, os velejadores passam próximo ao Ponto Nemo, enquanto se deslocam entre Auckland, na Nova Zelândia, e Itajaí, no litoral catarinense. Em outra ocasião, o barco mais rápido que já chegou ao local levou pouco mais de 15 dias e, ao alcançar o objetivo, o ser humano mais próximo deles estava na Estação Espacial Internacional.

Ao se aproximar dele, os locais com terra firme mais acessíveis estão a meros 2.688 quilômetros de distância, bem mais do que os 416 quilômetros acima do nível do mar que a Estação Espacial orbita a Terra. As opções de parada em caso de emergência são as Ilhas Picárnias, território ultramarino britânico, a Ilha de Páscoa, Moto Nui, ou a Ilha de Maher, na Antártica. Dentre as opções, a melhor seria a ilha chilena, já que ela possui mais estrutura.

A determinação exata do local aconteceu em 1992, quando o engenheiro croata-canadense Hrvoje Lukatela utilizou um programa geoespacial capaz de traçar o Ponto mais distante entre três costas.

 

Triste realidade

Por conta de seu isolamento, a região é sempre utilizada como um “lixão” espacial, onde diversos países procuram lançar seus detritos espaciais, visto que as chances de atingir uma pessoa ou um navio são ínfimas.

Aliado a isso, o Ponto fica no meio do giro do Pacífico Sul, caracterizado por uma enorme corrente oceânica que acontece entre a Austrália, a América do Sul, a linha do Equador e a forte corrente circumpolar Antártica. Essas condições fazem com que não exista um fluxo de água na região, deixando a temperatura em torno dos 7 °C. A distância acentuada de terra firme impede que até o vento consiga levar matéria orgânica ao local, tornando o Ponto uma das regiões com menor atividade biológica do planeta.

Infelizmente, um estudo realizado em 2013 detectou uma grande quantidade de lixo no centro do giro do Pacífico Sul, a 2,5 mil quilômetros do Ponto Nemo. A corrente aprisiona o material, constituído basicamente por plástico carregado de regiões costeiras ou liberado por navios, que acaba fragmentado em pequenos pedaços.

 

A imagem pode conter: texto

Situações como essa deveriam alertar as autoridades sobre o problema da poluição nos oceanos. Se nossos detritos foram capazes de chegar a um ponto tão isolado, medidas para que o lixo seja descartado de forma consciente precisavam ser tomadas para que possamos viver em harmonia com a natureza.

Original

Este Post tem 0 Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top