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O que as ondas de calor na Europa significam para o planeta

Por Salvador Nogueira – Coluna Carbono Zero – Net Zero – 23 de agosto de 2022 – Elas atingiram níveis que só estavam previstos para 2050. E agora? –  Gustavo Magalhães/Superinteressante

E lá vamos nós de novo.

O verão de 2022 no hemisfério Norte registrou recordes e mais recordes, com ondas de calor que apavoraram muitos europeus.

No Reino Unido, pela primeira vez foram registradas temperaturas acima de 40°C, batendo o recorde para aquele país (era 38,7°C, estabelecido em 2019).

Recordes também foram quebrados na França, onde a temperatura superou os 42°C. Na Alemanha, em junho, chegou a 39,2°C.

E o auge do continente ficou com Pinhão, em Portugal, que marcou 47°C em 14 de julho. Quarenta e sete graus.

Tudo isso vem acompanhado por incêndios, evacuações e mais de 5.000 mortes por calor extremo.

Não se iluda, a humanidade não está pronta para o que está vindo.

E é assustador pensar que 2022 não é apenas um dos anos mais quentes já registrados. Vai piorar.

Temperaturas extremas vão atingir populações que não estão prontas para lidar com elas.

E deve ser ainda pior do que projetam os modelos de aquecimento global: as temperaturas deste verão europeu eram esperadas para 2050, não para agora.

A reflexão óbvia é: precisamos fazer alguma coisa.

E podemos.

Mudar hábitos é uma contribuição que cada um de nós pode dar.

Há ferramentas para calcular qual é nossa pegada individual nas emissões de carbono e nos guiam para reduzi-la.

Vale, por exemplo, dar uma passada em seeg.eco.br/calculadora-de-emissoes-de-pessoas e conferir a ferramenta, desenvolvida em parceria pelo Seeg (Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa) e pelo G1.

Esse exercício vai ilustrar duas coisas: sim, é possível agir no sentido de reduzir nossa influência pessoal e intransferível sobre o clima.

E não, não é possível resolver o problema simplesmente mudando hábitos da população.

A maior parte das nossas emissões vem do consumo de eletricidade e dos transportes, duas áreas em que dependemos basicamente da matriz energética e dos veículos que há à disposição.

É assunto de governo.

Para que possamos de fato enfrentar as mudanças climáticas, precisamos chamar os governantes à ação.

Nos países democráticos, como é o caso do Brasil, escolhendo representantes comprometidos com a causa e com planos para agir sobre ela.

Já com as ditaduras espalhadas pelo mundo, a única alternativa é a pressão econômica.

Em ambos os casos, é preciso cobrar que compromissos políticos assumidos sejam cumpridos.

Nossa janela está cada vez mais estreita.

Não dá para esperar mais dez anos.

Nem mais cinco.

Precisamos começar agora.

Já. Ontem.

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