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Análise: O impacto dos canudos plásticos descartáveis nos oceanos

O impacto dos canudos plásticos descartáveis nos oceanos – Marcello Farias/Salvemos São Conrado / Divulgação

As partículas de microplástico podem ser ingeridas por espécies de interesse econômico e contaminar animais utilizados como alimento pela espécie humana

Os canudos plásticos descartáveis são produzidos a partir do polipropileno ou do poliestireno. Devido ao fato de serem produzidos a partir destes derivados de petróleo podem ser necessários até 400 anos para que se decomponham. Como outros materiais, chegam aos oceanos devido ao descarte inadequado, sendo carregados pelos ventos ou pelas chuvas para os rios ou diretamente para o mar.

Estima-se que 10 milhões de toneladas de materiais plásticos cheguem aos oceanos anualmente, sendo que destes mais de 100 mil toneladas sejam de canudos plásticos descartáveis. No mar acabam sendo ingeridos por animais, tanto inteiros como fragmentados em pedaços de diversos tamanhos, até mesmo como partículas muito pequenas, os microplásticos. Estes podem, até, dependendo da sua quantidade e densidade, obstruir a passagem da luz e interferir no processo da fotossíntese das algas. Quando ingeridos inteiros, podem obstruir as vias aéreas ou o tubo digestório e prejudicar as funções vitais dos animais, podendo, até, levá-los à morte.

As partículas de microplástico podem ser ingeridas por espécies de interesse econômico e contaminar animais utilizados como alimento pela espécie humana. Para que os canudos plásticos descartáveis não cheguem ao ambiente marinho é necessário que estes, caso sejam utilizados, sejam descartados adequadamente e destinados à reciclagem.

Os canudos descartáveis feitos de plásticos podem ser substituídos por canudos descartáveis de papel, que se decompõem rapidamente, ou por canudos não descartáveis, produzidos em bambu, vidro ou metal e disponíveis no mercado.Embora o uso de um canudo não seja necessário para que se possa ingerir qualquer bebida, muitas pessoas o utilizam por uma questão de higiene, para não tocar com seus lábios o copo, a lata ou a garrafa da bebida.

E este foi um dos motivos de popularização deste tipo de utensílio por ter sido utilizado como um equipamento de prevenção de doenças contagiosas (não que a prevenção fosse necessariamente efetiva).

Cláudio Gonçalves Tiago é pesquisador do Centro de Biologia Marinha (Cebimar-USP).

Fonte – O Globo de 

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