Por José Tadeu Arantes - Agência FAPESP - 25 de março de 2024 - Tema…
Baterias carregadas com energia solar substituem geradores a diesel e ampliam acesso ao fornecimento
Por Arie Halpern – Disruptivas e Conectadas
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à eletricidade.
E mais alguns milhões não dispõem de fornecimento permanente e confiável. Mas soluções inovadoras e disruptivas estão mudando este cenário em duas cidades nas quais grande parte da população enfrenta a falta total ou parcial de energia.
Em Lagos, na Nigéria, uma empresa oferece baterias carregadas por energia solar nos mercados e lojas de bairro.
Com um sistema proprietário de geração e distribuição de energia, a Reeddi está levando muitos habitantes a aposentar os caros, poluentes e barulhentos geradores a diesel – hoje, a geração própria de energia consome cerca de 40% dos gastos diários de pessoas e empresas no país.
Alugadas por um determinado período, as baterias podem carregar celulares, notebooks, luminárias e ventiladores.
Quando a energia termina, a bateria é devolvida.
Atualmente, a Reeddi recolhe as baterias nos mercados e as leva para recarregar em sua usina de geração solar, mas a previsão é instalar painéis solares nos próprios estabelecimentos parceiros, conectados a terminais capazes de recarregar as baterias na hora.
A solução amplia o acesso à energia limpa e barata para quem não tem condições financeiras ou não possui um local adequado para instalar painéis solares.
Segundo a empresa, o objetivo é fazer com que o acesso à energia seja tão simples quanto comprar leite.
Renda extra com venda de energia excedente
Em Bangladesh, na Índia, onde o fornecimento de energia também é crítico, foi criada uma rede de energia peer-to-peer, na qual quem gera energia solar pode vendê-la a qualquer pessoa.
Além de garantir o fornecimento, a solução gera renda extra para quem gera.
A SOLbazaar, como foi batizada a rede, está transformando a vida de quem vive na zona rural ou em áreas remotas da região.
Já são 6.000 pessoas conectadas a 60 redes solares que.
De acordo com a Solshare, o sistema já evitou a emissão de 75 mil quilos de carbono.
Além disso, o fato de serem descentralizadas torna as redes mais resistentes a desastres naturais, garantindo o fornecimento de energia mesmo quando ocorrem chuvas fortes, inundações ou outros fenômenos naturais.
A Solshare criou também a SOLmobility, que investe em tecnologia de baterias abastecidas com energia renovável para serem usadas por motoristas de riquixás elétricos, os veículos de três rodas populares no país.
O uso de energia solar permite melhorar a renda dos mais de um milhão de motoristas e reduzir a poluição.
As duas soluções foram classificadas entre os finalistas do prêmio Earthshot, na categoria de soluções climáticas.
A premiação é promovida pelo herdeiro do trono britânico, príncipe William, e inspirada no programa “Moonshot”, que resultou na chegada do homem à Lua, em 1969.
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