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CEDRO da Avenida São Paulo em Maringá-PR

Por Rita Brando – Projeto Árvores que contam Histórias – 29 de maio de 2021 – Foto: Eduardo Semensato – TRB Imóveis

Há cerca de 13 anos, uma árvore histórica mudou a história das vias da cidade de Maringá, no norte do Paraná.

A prefeitura, na ocasião, tinha planos para duplicar a avenida São Paulo, na Vila Bosque. Porém havia um obstáculo no meio do caminho: um Cedro.

Segundo lembra o Sr. Ilecir, o Cedro tinha uma copa linda, era muito bonito.

A vista da árvore dava para uma universidade, num declive, era passagem de muitas pessoas, um ponto de referência para quem seguia para a faculdade.

Maringá sempre foi muito arborizada, havia ali uma floresta muito imponente. Hoje parte desta floresta está preservada em 2 bosques.

Sr. Ilecir acredita que o Cedro era nativo, um marco da própria cidade que estava se expandindo. A árvore ficava no começo da cidade.

Tem valor histórico, ela demonstra a resistência à degradação ambiental, completa.

Quando a comunidade ficou sabendo que iriam suprimir a árvore, iniciou-se um movimento a favor de sua proteção.

A ONG Funverde, liderada por dona Ana Domingues, entrou em contato com o Sr. Ilecir que, na época, era promotor de justiça da promotoria de meio ambiente, e era comum receber este tipo de denúncia sempre que houvesse alguma ameaça.

Desta vez não foi diferente.

Foram abertos um processo e uma campanha junto à comunidade e: vitória!

O pedido foi acatado. Ao contrário do que ocorreu com outras árvores…

Conta o Sr. Ilecir, que teve um caso em que a prefeitura pretendia cortar algumas árvores de outra avenida.

Logo os moradores começaram a fazer um movimento para impedir o corte (teve até um radialista que subiu em uma das árvores).

Porém, como estava muita movimentação, a prefeitura deu ordens de retirar as máquinas.

As pessoas, acreditando terem vencido a batalha, dispersaram e voltaram a seus afazeres.

Porém, quando o povo saiu, as máquinas voltaram e cortaram as árvores…

Sr. Ilecir relata que Dona Ana e o esposo Cláudio fundaram a ONG Funverde e trabalharam muito no plantio de árvores, na recuperação de vales e beira de rios, tinham como um dos objetivos a preservação da flora de Maringá. Lutavam contra a degradação. Graças a eles muitas árvores foram preservadas.

Avenida São Paulo, Vila Bosque, Maringá, Paraná

Autora Rita Prando
Bióloga, Especialista em Educação Ambiental e Educação Patrimonial
Atua na área de Educação não formal, Memória e História Oral

Conheça o Projeto aqui


Notícia publicada em 20 de fevereiro de 2004 pelo jornal local O Diário do Norte do Paraná sobre o Cedro


 

Cedro da Gurucaia é patrimônio público

Comdema baixa resolução declarando árvore como patrimônio público; prefeitura acata a decisão, mas não tem alternativas para preservar o cedro

Foto Henri Jr

Cedro está no caminho da duplicação da avenida Gurucaia, mas lei transforma a árvore em ‘patrimônio público’

Marcelo Bulgarelli/Equipe O DIÁRIO

Se depender do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Maringá (Comdema), a prefeitura municipal vai ter que rebolar para concluir a duplicação da avenida Gurucaia sem arrancar a gigantesca árvore de 40 anos existente no meio da nova pista.
O Comdema, na reunião de quarta-feira, baixou resolução declarando o cedro (arvore nativa da região) como patrimônio público e imune de corte, conforme artigo 7º da Lei 4.771/1995, do Código Florestal Brasileiro. Os conselheiros acataram os argumentos da bióloga e presidente da entidade, Maria Conceição de Souza.
O processo para o tombamento da árvore foi iniciado pelo Ministério Público, mas a prefeitura pode recorrer. No entanto, José Eudes Januário, secretário de Meio Ambiente, acatou a decisão do Comdema. A prefeitura quer evitar atritos.
Já o secretário de Desenvolvimento Urbano, Ronaldo Ramos, não conseguiu esconder a preocupação. Terá que se desdobrar para concluir as obras sem afetar o cedro da avenida Gurucaia. Teme que a árvore possa ser um perigoso obstáculo para os motoristas pois se encontra praticamente no meio da pista.
É possível que seja feita uma rotatória em torno do cedro. “Vai ser a primeira rotatória da cidade em local onde não existe cruzamento”, observa. Outro transtorno será a desapropriação das chácaras para fazer a rotatória. O processo, além de onerar a obra, é burocrático.
Se a prefeitura insistir na defesa da derrubada do cedro, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) vão organizar manifestações pela preservação do patrimônio público, incluindo a participação de crianças no abraço da árvore.
Os que defendem a derrubada, alegam que a cidade não pode ser prejudicada devido a uma única árvore e que ações como a criação de área de proteção ambiental são mais importantes do que a polêmica em questão.
Pela localização, o cedro é capaz de causar graves acidentes no trânsito.
A criação de um canteiro deixaria a árvore a menos de um metro da pista. Além de ferir a legislação, será mais um obstáculo perigoso, principalmente porque a Gurucaia vai captar o trânsito proveniente do Cesumar. O aumento dos acidentes de automóvel envolvendo jovens também serve de argumento para os defensores da retirada da árvore.
A avenida Gurucaia começa na vila Bosque e está sendo duplicada até a rua Saulo Porto Virmond, acesso para o Cesumar.

A obra, orçada em R$500 mil deveria estar pronta em 40 dias. A novela só está começando.

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