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Em delação premiada, empresário afirmou ter recebido uma indenização de 150 milhões da Odebrecht em uma conta na Suíça

O valor seria referente a um acordo para vender sua participação acionária na petroquímica Quattor à Braskem.

Empresário diz que recebeu pagamentos da Odebrecht na Suíça

O ex-­presidente da petroquímica Unipar Carbocloro Frank Geyer Abubakir afirmou em sua delação premiada que recebeu uma indenização de R$ 150 milhões da Odebrecht em uma conta na Suíça. Ele admitiu que não declarou a operação às autoridades brasileiras e não detalhou se o negócio foi ilegal.

O repasse, segundo o empresário, era referente a um acordo para vender sua participação acionária na petroquímica Quattor à Braskem, controlada pela Odebrecht.

A Folha teve acesso a trechos dos depoimentos, ainda sob sigilo. Abubakir diz que foi ele quem sugeriu que o depósito fosse feito no exterior.

Segundo o empresário, a venda da sua participação na Braskem daria prejuízo a uma seguradora que pertencia ao Grupo Unipar, uma vez que a carteira de segurados da empresa passaria à Odebrecht.

Por isso, ele negociou com a Odebrecht Companhia de Seguros o pagamento de uma “indenização”.

Abubakir disse que “tinha e ainda tem uma fundação no exterior” com conta na Suíça”, por meio da qual recebeu o dinheiro. Ele contou que o pagamento total foi de R$ 150 milhões, mediante transferência bancária internacional para essa conta, dos quais ele ficou com R$ 50 milhões. O restante, de acordo com o empresário, foi repassado aos demais acionistas.

Abubakir admitiu que nunca declarou no Brasil a propriedade desses valores e, como justificativa, alegou receio “das repercussões patrimoniais dos conflitos e problemas pelos quais ele e sua família passavam”.

Em seu depoimento, o empresário cita o ex-­presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que está preso por participação no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O delator não informa, porém, se o executivo da empreiteira soube da transferência.

“O colaborador expôs a situação [intenção de se desfazer de sua parte na Quattor] a Marcelo Odebrecht, o qual propôs uma fusão da Braskem com a Quattor”. A fusão acabou não ocorrendo e acertou­se que, em vez disso, a Braskem compraria os ativos da Quattor por R$ 870 milhões.

Outro lado

Procurada, a Odebrecht informou que tomou conhecimento da delação apenas após o contato da Folha e que desconhece seu teor.”A empresa esclarece que a compra da Quattor foi feita de acordo com a legislação em vigor no país”, diz a Odebrecht, em nota.

A Unipar Carbocloro não quis comentar.

Fonte – Gabriel Mascarenhas, Aguirre Talento,  Folha de São Paulo

Boletim do Instituto IDEAIS de 15 de fevereiro de 2016

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