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Indústria contesta biodegradação

E lá vem o SIMPEP novamente esperneando, chorando e dizendo que são inocentes.

É, culpados somos nós, consumidores que não nos unimos para obrigar os supermercados a utilizarem sacolas oxi-biodegradáveis, as indústrias a simplificarem suas embalagens.

Será que estes inocentes do SIMPEP nunca ouviram falar da responsabilidade do berço ao túmulo.

Vamos obrigá-los a enxergar a triste realidade, que o consumismo está destruindo nosso planeta.

Parabéns ao nosso governo do Paraná, que ao conhecer o projeto sacolas ecológicas da FUNVERDE, resolveu nos apoiar para não termos que ir em cada uma das 399 cidades do estado para implantar o projeto e chamou o sindicato dos supermercados do Paraná de uma vez só.

Nada como ter boa vontade e tinta na caneta.

Depois dos supermercados, o próximo passo é que todos os municípios adotem o decreto que impõe que todos os órgãos municipais, diretos e indiretos, só utilizem sacos de lixo oxi-biodegradáveis.

Dar o exemplo, para depois cobrar.

Mas o que gostei mesmo foi a calúnia que a oxi-biodegradabilidade – que palavrão – não existe, que é um conto de fadas, falar é fácil, só não contava com os muitos laudos, inclusive do FDA americano de segurança de contato com alimentos.

Deveriam levar um processo por calúnia e difamação.

Ao invés de capitalizar e usar o oxi como marketing ambiental, ganhar clientes, continuam emburrados, como crianças que não querem jogar outro jogo, que não seja o deles.

O presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (SIMPEP), Dirceu Galléas, contesta a eficácia das sacolas oxi-biodegradáveis. Para ele, a biodegradação não existe, o que faria com que micropartículas de plástico ficassem espalhadas no solo. Galléas ainda revela que o volume de sacolas representa menos de 3% da quantidade de plástico que tem dentro de um supermercado.

Entretanto, Laerty Duda, coordenador do Programa Desperdício Zero, apresenta um relatório com uma série de testes que são feitos para comprovar a decomposição do material e diz que esse tipo de sacola já é usado em países da Europa, assim como no Japão, Canadá e Estados Unidos.

No Paraná, a precursora da sacola oxi-biodegradável foi a rede de supermercados Cidade Canção, de Maringá. O projeto-piloto começou em novembro passado em uma loja e no fim de janeiro já havia se expandido para outros nove estabelecimentos. Pelos cálculos do diretor-presidente do grupo, Carlos Alberto Tavares Cardoso, isso corresponde a um gasto extra anual de R$ 100 mil. “Eu entendo que o consumidor vai saber valorizar quem está preocupado com o meio ambiente. Toda a sociedade também está preocupada com isso”, afirma.

SEMA quer banir uso de sacola plástica

Embalagens usadas por supermercados geram 81 toneladas de lixo todos os dias

A cada dia, pelo menos 2,7 milhões de sacolas plásticas são distribuídas em 2.613 supermercados paranaenses para facilitar o transporte das compras até a casa do cliente. Isso representa cerca de 81 toneladas de plástico que têm como destino aterros sanitários ou o próprio meio ambiente e outras 25 toneladas que iniciam um novo ciclo em usinas de reciclagem. “De cada 100 sacolas, 76 delas eu não sei para onde vão, eu perco para o meio ambiente. Acaba-se gerando um passivo ambiental”, explica Laerty Dudas, coordenador do programa estadual Desperdício Zero.

Os números se baseiam na estimativa divulgada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) de que 80 milhões de sacolas são usadas nos supermercados do Paraná todos os meses. Entretanto, há quem conteste esse valor.

Baseado na distribuição mensal de 15 milhões de sacolinhas em Maringá, o presidente da FUNVERDE, Cláudio José Jorge, acredita que o total do estado esteja em torno de 500 milhões de sacolas por mês – o que representaria cerca de 666 toneladas de plástico por dia, tornando o problema ainda mais grave.

Para amenizar esse impacto ambiental, a SEMA e o Ministério Público (através do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente) intimaram a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) para que apresentasse a eles soluções alternativas para o problema até ontem. Dudas conta que esse foi o reflexo de algumas reuniões feitas com o setor e que não surtiram nenhum resultado satisfatório. “Queremos que todos os setores dêem apoio logístico às indústrias recicladoras e participem do processo”, afirma o coordenador.

A intenção do secretário da SEMA, Rasca Rodrigues, é fazer com que os empresários do setor assinem um documento em que se comprometam a auxiliar de alguma forma na preservação do meio ambiente. “O supermercado que não assinar o termo de compromisso com as metas e forem encontradas sacolas dele em aterros será autuado pela lei de crimes ambientais”, alerta Rodrigues. O secretário adianta que a mesma medida deve ser adotada posteriormente com outros setores, como farmácias e lojas.

Entre as propostas da SEMA estão a adoção de sacolas oxi-biodegradáveis no lugar daquelas feitas com plástico convencional e a implantação de postos de coleta de embalagens recicláveis dentro dos supermercados, Já Dudas acredita que a melhor solução seja abolir a entrega sacolas – idéia compartilhada pelo engenheiro ambiental Nicolau Leopoldo Obladen. “O ideal é não produzir sacola. O melhor é você levar a sua sacola ou o seu carrinho de casa, como acontecia antigamente”, afirma ele, que também é professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

A resposta da APRAS, protocolada ontem, diz que a associação concentrará esforços para promover debates entre os afiliados e continuará incentivando os supermercados a gerenciar resíduos sólidos, o que já vem sendo feito em algumas redes. Caso a sacola oxi-biodegradável seja “segura, adequada e necessária”, a APRAS também estimulará o uso delas pelas redes supermercadistas. Entretanto, em nota, a associação afirma que o valor desse tipo de material é 10% superior ao preço do plástico convencional e busca a dedução de impostos para que se possa viabilizar a utilização das sacolas. Segundo a APRAS, os supermercados paranaenses chegam a reciclar 29,3% do lixo que produzem – aproximadamente 774 toneladas por mês.

As sacolas oxi-biodegradáveis têm em sua composição um princípio ativo que faz com que elas entrem em processo de decomposição a partir do contato com luz, calor e outros fatores ambientais. O oxigênio faz com que o plástico se transforme em fragmentos moleculares que acabam convertidos por microorganismos em água, dióxido de carbono (CO2) e biomassa. O tempo do processo varia de acordo com a quantidade de aditivo colocada, podendo levar 18 meses ou apenas 60 dias. Estudos mostram que o plástico comum pode levar centenas de anos para se decompor no meio ambiente.

Jorge Olavo
Gazeta do Povo – 17 de março de 2007

 

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