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Os produtos biodegradáveis estão fazendo mais mal do que bem?

Você é um consumidor consciente e ambientalmente responsável. Você entra em um recém-inaugurado café. A saborosa refeição que você pediu vem embalada em plástico biodegradável. Feliz da vida com esta embalagem, você decide ser um cliente fiel e assíduo. Você vai descartar a embalagem no lixo e deleitar-se de satisfação pensando que aquela embalagem não ficar por muito tempo nos aterros. Afinal, não é isso o que acontece com os produtos biodegradáveis amigos do meio ambiente? Eles se decompõem rapidamente e isso é bom para o meio ambiente, certo?

De acordo com estudo lançado pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, talvez não. O estudo intitulado “A biodegradabilidade é um atributo desejável no manejo de resíduos sólidos? Perspectivas do modelo de inventário de gases efeito estufa em aterros”, conduzido pelos Drs. Morton Barlaz e James Levis e publicado pela Environmental Science and Technology.

Os resultados do estudo revelam o simples fato, nas condições atuais, que os materiais biodegradáveis (aqueles derivados de plantas, como os de amido e outros que prometem biodegradação em ambiente anaeróbico) se decompõem tão rapidamente que podem prejudicar o meio ambiente. Isto deveria ser inicialmente o grande benefício deste tipo de materiais biodegradáveis. Acontece que estes materiais foram desenvolvidos para serem destinados a usinas industriais e controladas de compostagem de resíduos orgânicos.

A biodegradação deste tipo de material plástico leva o nome técnico de hidrobiodegradável e em geral não podem ser reciclados juntamente com os resíduos plásticos convencionais.

Mas afinal, o que acontece de tão negativo com estes materiais biodegradáveis quando vão parar nos aterros? Em aterros, em condições onde não existe oxigênio, a biodegradação gera Metano. Este gás tem potencial efeito estufa muito maior que o Dióxido de Carbono.

O Metano até poderia ser aproveitado na queima para geração de energia como acontece em diversos aterros nos Estados Unidos. Acontece que a legislação local exige que o Metano seja coletado num prazo de até dois anos depois que aquela camada de lixo foi coberta com terra. O resultado é simples, mas não ambientalmente amigável. Os produtos biodegradáveis vão decompor em Metano muito mais rápido do que o tempo que leva a implantação de técnicas para captá-lo. Em resumo, o Metano vai para a atmosfera causar efeito estufa antes que seja possível coletá-lo.

Felizmente o problema foi solucionado com o advento dos plásticos biodegradáveis, tecnicamente denominados oxibiodegradáveis. Tais produtos são recicláveis juntamente com os resíduos plásticos convencionais e permanecem inertes nos aterros na ausência de Oxigênio. Portanto não emitem Metano. No entanto, eles degradam e biodegradam muito mais rápido que os plásticos convencionais na presença de Oxigênio, condição presente em locais abertos, onde os problemas ambientais são causados pelo descarte indevido e incorreto.

Os plásticos oxibiodegradáveis são regidos pelas normas BS 8472, ASTM 6954-04 e certificados pela OPA www.biodeg.org). Exija sempre a certificação da OPA do seu fornecedor.

Boletim do Instituto IDEAIS de 06 de outubro de 2014

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