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Pesquisadores da USP estão entre os mais influentes na área de mudanças climáticas

Por Jornal da USP – 21 de maio de 2021 – Lista elaborada pela Agência Reuters identifica os mil cientistas que mais publicam e mais são citados nessa área de estudo – Foto Carlos Clemente Cerri e Carlos Eduardo Pellegrino Cerri – TV USP Piracicaba e IEA-USP.

A lista dos cientistas do clima mais influentes do mundo, elaborada pela Agência Reuters no final do mês de abril, tem cinco pesquisadores brasileiros que aparecem entre os mil integrantes.

No ranking, figuram dois pesquisadores da USP: Carlos Clemente Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) – falecido em 2017 – e Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

Para identificar os mil cientistas mais influentes, a Reuters criou uma hot list, que congrega os resultados de três classificações.

Segundo a agência, essas classificações baseiam-se em quantos artigos de pesquisa os cientistas publicaram sobre tópicos relacionados às mudanças climáticas; com que frequência esses artigos são citados por outros cientistas em áreas de estudo semelhantes, como biologia, química ou física; e com que frequência esses jornais são referenciados na imprensa leiga, mídia social, documentos de política e outros meios de comunicação.

Os dados são fornecidos por meio do Dimensions, o portal de pesquisa acadêmica da empresa de tecnologia britânica Digital Science.

Seu banco de dados contém centenas de milhares de artigos relacionados à ciência do clima publicados por muitos milhares de acadêmicos, a grande maioria publicada desde 1988.

Também fazem parte da lista José Antônio Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Philip Martin Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Roberto Schaeffer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri expressou sua satisfação em ter seu nome, ao lado de seu pai, Carlos Clemente Cerri, entre os brasileiros da lista.

“É um orgulho duplo, pelo legado do meu pai e pelo reconhecimento das pesquisas que temos realizado nas últimas décadas. Nossa contribuição ao tema das mudanças climáticas é mais voltada para ações de mitigação na agricultura, pecuária e silvicultura. O enfoque é relacionado às práticas sustentáveis que, de um lado, aumentem o sequestro de carbono no solo e, de outro, reduzam as emissões de gases do efeito estufa para a atmosfera. O carbono no solo, presente em moléculas orgânicas variadas, pode ficar associado a constituintes inorgânicos (associação organo-mineral) e ganhar estabilidade por longo período de tempo. Portanto, a permanência desse carbono estocado no solo é importante para o ciclo do carbono e como forma de atenuação do aquecimento global”, afirmou.

Carlos Clemente Cerri

Engenheiro agrônomo graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 1971, mestre (1975) e doutor (1979) pelo Instituto de Geociências (IGc) da USP, livre-docente (1985) e professor adjunto (1988) pela Esalq e professor titular (1996) pelo Cena/USP.

Atuou como professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP desde 1975.

Especializou-se na pesquisa sobre a dinâmica da matéria orgânica do solo em ecossistemas naturais e modificados pelas práticas agrícolas, pecuária e reflorestamento.

Publicou mais de 250 artigos científicos em revistas indexadas nacionais e do exterior, 40 capítulos de livros no Brasil e no exterior e é editor de seis livros.

Coordenou mais de 60 projetos de pesquisa com recursos do Brasil (Fapesp, CNPq, Capes, Finep, Petrobras) e do exterior (Nasa, NSF, IAEA, GEF, European Unit).

Foi agraciado com as comendas da Ordem do Mérito Científico e da Gran Cruz da Ordem do Mérito Científico e Tecnológico do Brasil, de Cavaleiro da Ordem das Palmas Acadêmicas da França e do Certificado do Prêmio Nobel da Paz (2007) atribuído ao IPCC/ONU, onde atuou entre 1992 e 2007. Nascido em 1946, o professor Carlos Cerri faleceu em abril de 2017.

Carlos Eduardo Pellegrino Cerri

O docente da Esalq possui graduação em Engenharia Agronômica pela USP (1997), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1999), doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (2003).

Atualmente é professor associado do Departamento de Ciência do Solo, atuando principalmente nos temas relacionados à matéria orgânica do solo, aquecimento global e mudanças climáticas, agricultura e mercado de créditos de carbono, modelagem matemática, geoestatística e geoprocessamento.

É bolsista de Produtividade do CNPq e membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências. Segundo o Portal Dimensions, Pellegrino Cerri figura na lista da Reuters com 192 publicações e 5.347 citações.

Confira a lista completa da Reuters neste link.

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