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Relatório do IPCC aponta que o nível tolerável de emissões de CO2 é zero

Por Além da Energia – Novo relatório do IPCC destaca a necessidade de eliminar totalmente os combustíveis fósseis; empresas e governos devem assumir compromissos nesse sentido

Entre 2011 e 2020, a temperatura global aumentou 1,09ºC em comparação com o período pré-industrial (1850-1900).

Desta quantidade, a maior parte (1,07ºC) foi consequência de atividades como desmatamento e queima de combustíveis fósseis.

A conclusão é do recém-lançado relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que ressalta que a meta de manter o aquecimento em 1,5ºC está praticamente perdida, uma década antes do esperado.

De acordo com o relatório, divulgado em 9 de agosto de 2021, o conjunto de eventos climáticos extremos recentes seria extremamente improvável se não houvesse influência humana.

O documento traçou cinco cenários globais possíveis, sendo que dois deles consideram baixas emissões (SSP1-1.9 e SSP1-2.6), um médias (SSP2-4.5) e dois altas emissões (SSP3-7 e SSP5-8.5).

Para IPCC, consequências são irreversíveis

Mesmo com a perspectiva mais baixa de emissões, o aquecimento global só poderá ser controlado no fim do século – desde que o mundo passe a cortar emissões desde já.

Em resumo, no melhor cenário (SSP1-1.9), a temperatura global entre 2081 e 2100 ficará entre 1ºC a 1,8ºC superior ao período pré-industrial e, no pior (SSP5-8.5), entre 3,3ºC a 5,7ºC mais quente.

“O relatório deve soar como uma sentença de morte para os combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”,

afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em release encaminhado à imprensa.

Educação ambiental na prática junto com a FUNVERDE para a novíssima geração – Foto Funverde

O documento informa, ainda, que as emissões do passado já tornaram irreversíveis algumas consequências do aquecimento global, como o degelo, o aumento no nível do mar e as mudanças nos oceanos.

Desde 1970, a temperatura aumentou mais rapidamente do que em qualquer período anterior.

Além disso, o material destaca que, em 2019, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) foram mais elevadas do que em qualquer outro momento, considerando pelo menos dois milhões de anos

Vale destacar que os cientistas são claros quanto à necessidade de combater outros gases de efeito estufa, além do CO2, no curto prazo.

As emissões de metano, conforme o relatório, são particularmente preocupantes.

Plante arvores! Foto FUNVERDE

O que é o IPCC e qual seu objetivo?

O IPCC foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Ele é um comitê composto por mais de 1,2 mil cientistas, escolhidos para avaliar periodicamente as medidas relacionadas ao controle das mudanças climáticas.

Não existe uma quantidade fixa de cientistas.

O novo relatório contou com 801 autores e revisores, dos quais 21 são brasileiros.

O grupo se divide em três frentes de avaliação: um deles analisa as causas das mudanças climáticas, outro as consequências e um terceiro as soluções para mitigação.

Importante destacar que o IPCC não pode fazer previsões, mas aponta, de forma estatística, as probabilidades de cada fenômeno.

 

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