skip to Main Content

Sacolas retornáveis

Gazeta do cambuí de 12 de outubro de 2007

Empenhadas em mudar os hábitos, consumidoras aderem às bolsas ecológicas

ARACELI AVELLEDA

A exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e Europa, a preocupação com a destinação das sacolas plásticas atingiu em cheio a consumidora brasileira empenhada em mudar os hábitos e evitar o desperdício. As bolsas ecológicas, também conhecidas como shopping bags, estão virando febre entre as mulheres. A advogada Arlene Gonzalez Pinto aderiu à novidade há pouco tempo. “Não tenho que ficar carregando aquele monte de sacola, achei interessante esse lado prático”, admite.

Mas o que mais chamou a sua atenção foi a questão ambiental que, para ela, é mais importante. Já acostumada a separar o lixo dentro de casa, agora ela conseguiu também diminuir a quantidade de sacolas de plástico. “A gente tem que ter essa consciência e já estou divulgando também. Talvez isso seja o mais importante, criar o hábito de cooperar de uma forma legal”, diz Arlene, que não dispensa a bolsa de lona nem mesmo no varejão, até porque, segundo ela, é fácil de lavar. “No supermercado já fica um pouco complicado por causa do montante da compra, que é maior”, compara a advogada.

Márcia Cristina Feres também não dispensa a sacola retornável durante as compras. O produto, comprado no início do ano no Pão de Açúcar do Cambuí, dentro do projeto de estimular o consumo consciente oferecendo alternativas de embalagens ecológicas aos clientes do supermercado, é usado pela família inteira. “Cada um tem a sua”. Mas ela reconhece que quando a quantidade de produtos é grande, vê-se obrigada a recorrer às sacolinhas de plástico para conseguir caminhar as quatro quadras do Convivência até a sua casa. “Mas a retornável é mais resistente, dá para colocar no ombro. Já as de plástico são mais frágeis”.

De volta pra casa

Um pedaço de sarja e alguns retalhos foram suficientes para Elvira Lúcia Bueno usar a criatividade e criar a sua própria sacola de compras, porém com um diferencial. Na hora de ir ao supermercado, carrega apenas uma carteira, que se transforma em bolsa na volta pra casa. “Para levar vazia não tem graça”, considera. O acessório ganhou até um bolsinho no lado de dentro reservado para o dinheiro e algum documento. “Vi o modelo numa revista e fiz para dar a uma amiga”, explica. Logo depois, confeccionou outro modelo. Para as interessadas em fazer encomendas, um aviso: Elvira não vende, apenas produz para as amigas e a família.

Algumas grifes apostaram nesta nova tendência e criaram bolsas super descoladas em tecido lavável. Na Wish a shopping bag está à venda por R$ 81 (é igual a que Arlene usa na foto acima e na capa). “É uma tendência bacana que todo mundo deveria aderir”, considera a dona da loja, Ângela Nunes Talarico. Mas existem alternativas mais simples e baratas para quem quer se livrar das sacolinhas plásticas no supermercado, na feira ou no varejão.

Saiba mais

O governo do Rio de Janeiro elaborou um projeto de lei que prevê a substituição de sacos plásticos nos estabelecimentos comerciais. Se a lei for aprovada, os comerciantes poderão ser multados caso não obedeçam à determinação. A secretaria do meio ambiente do Rio calcula que um bilhão de sacos plásticos circulem pelo comércio carioca ao ano.

Em São Paulo, a prefeitura da capital criou a campanha Eu Não Sou de Plástico e convidou mais de cem estilistas para criarem sacolas de pano. Todo o material foi mostrado em setembro ao público numa exposição montada no prédio da Bienal de São Paulo. A proposta é de levar a mostra para outros estados brasileiros. A administração do município estuda agora uma maneira de substituir gradualmente as sacolas de plástico usadas no comércio.

Embalagem, tá na cara que é bom é o tema de uma outra campanha criada pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE). O trabalho é focado no consumidor final e tem por objetivo conscientizar e informar sobre a correta utilização das embalagens, características e tecnologias de fabricação e reciclagem. A entidade tem um site (www.tanacaraqueebom.com.br) especialmente desenvolvido para a campanha.

Calcula-se que no Brasil a produção de polietileno, matéria-prima usada na fabricação dos plásticos, seja de 210 mil toneladas por ano. Este material leva, em média, 500 anos para se decompor.

Feirante conscientiza clientela

Aquelas sacolas de nylon, apesar de antigas, tradicionais e super práticas para levar às compras, já não são mais tão fáceis de se encontrar por aí. Mas se depender da vontade do feirante João Batista Apolinário, dono da banca de temperos e utilidades domésticas da feira montada às quintas na Capitão Francisco de Paula Souza, elas devem ser incorporadas novamente ao hábito dos clientes.

Em sua banca é possível encontrá-las em diferentes cores e tamanhos e, conforme o modelo, custam R$ 3,50 ou R$ 5,50. “O povo ainda não se conscientizou que tem que comprar a mercadoria solta, sem a sacola de plástico”, constata o feirante. João Batista admite que vende muito pouco as de nylon. “Mas espero vender mais daqui para a frente”, aposta. Para reduzir ainda mais as sacolinhas de plástico, o dono da banca aderiu aos saquinhos de papel para embalar os produtos, embora ainda enfrente a resistência de alguns fregueses. “O plástico é prático, mas dá muita poluição, né? Em São Paulo o velho hábito está voltando, lá o próprio freguês não quer mais a sacola”.

O Pão de Açúcar começou a vender as sacolas retornáveis – como são chamadas pela rede de supermercados – em março de 2005. Cada unidade custa R$ 3,99 e o cliente pode escolher entre cinco diferentes estampas, todas inspiradas na fauna brasileira: tem tucano, mico-leão dourado, onça pintada, arara azul e lobo guará. Segundo dados da rede de supermercados, já foram vendidas até agora 85 mil unidades e parte da renda é revertida para a Fundação SOS Mata Atlântica. De acordo com a empresa, ainda é cedo para calcular o impacto deste projeto sobre a distribuição das sacolas de plástico.

Este Post tem 14 Comentários

  1. estou buscando infomações sobre as sacolas ecologicas para poder aplicar no meu mercados
    gostaria de telas mais especifiacas e tambem modelos de sacolas
    se poder inviar para imail
    agradeço

  2. queria saber mas sobre as sacolas ecologicas ,estou escrevendo um projeto sobre este assunto…
    e queria saber de que e feita a sacolas e uma de convenser os estabelicimentos a adotarem essa idéia…?
    espero a resposta

    jaquelineribeiro/mg

  3. Como é q eu faço para q a Elvira Lúcia Bueno me envie pelo menos o molde de como se faz a carteira q se tranforma em sacola?????? Pooooorfavor
    Aguardo resposta.

  4. Prezados,

    Preciso de maiores informações sobre como adquirir essas sacolas para revendê-las em meu estabelecimento em Belo Horizonte/MG.

    Aguardo resposta.

    Desde já agradeço pela atenção.

    Ricardo Noce

  5. Gostaria muito do molde da carteira que se transforma em sacola.
    Ficaria muito agradecida se pudesse receber, pelo menos, as medidas e modo de montar.
    Desde já agradeço.
    Carla

  6. hà mais ou menos uns 40 anos que estou a procura desta carteira que vira sacola , Seria possível me mandar o molde ?Agradeceria muito.

  7. Olá, adorei a ideia da bolsa pois é super prática … teria como vocês me enviarem o molde da sacola que vira carteira?! obrigada.

  8. Olá me chamo Simone e gostaria de receber molde da sacola ecológica pois faço pedagogia e gostaria de construir sacolas com os alunos pois quero motiva-los a esse uso de sacolas em casa também.obrigado

  9. oi, gostaria de receber os moldes da sacola ecologica pois estou planejando uma campanha em meu condominio sobre reciclagem e gostaria de incentivar as pessoas a usarem sacolas de tecido ou materias reciclaveis como a juta, o saco de pano, aqueles sacos que usam para por farinha em padaria, etc. confeccionar as bolsas
    reciclar é a solução

  10. ola,adorei essa ideia…. faço parte da rede femenina de combate ao câncer da minha cidade e vamos confeccionar essas sacolas retornaveis para vender no nosso bazar,gostaria muito de ter o molde,obrigada.!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top