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Saiba o que a ciência acha das ondas dos oceanos

Por João Lara Mesquita – Matéria original da BBC – Mar sem Fim – 23 de dezembro de 2017 – Imagem, youtube

Ondas não servem apenas ao surfe: saiba o que a ciência acha delas

Atraindo desde atletas altamente qualificados, a praticantes de fim de semana, o surfe é um esporte amado ao redor do planeta. Tudo o que você precisa é mar, ondas, e entusiasmo. Mas, se manobras radicais encantam observadores, pouca atenção se presta à ciência que torna isso  possível.

Aqui é que entra o Mar Sem fim.

Uma onda poderia carregar a bateria de 30 milhões de smartphones.

Quem já viu ondas batendo na areia percebeu a enorme energia que têm. E essa energia parece ser uma das mais promissoras fontes renováveis do futuro, potencialmente suprindo 10% da demanda global.

Entenda como as ondas são formadas

Ondas são formadas de diversas maneiras. Na maioria dos casos são criadas pelo vento soprando na superfície do oceano.

Enquanto a onda viajar em velocidade menor que a do vento, a energia será transmitida do vento para a onda.

Equações podem determinar de forma precisa a quantidade de energia de cada onda

Há complexas equações para determinar de forma precisa a quantidade de energia das ondas. Em termos simples:  quanto maior a onda, maior a energia.

E existem poucos lugares do mundo com ondas tão grandes como Nazaré, Portugal. Por falar em Nazaré, e ondas gigantes, vamos lembrar que a maior onda registrada no hemisfério Sultinha inacreditáveis 23,8 metros.

imagem de onda de Nazaré sendo surfada

Ondas monstruosas

As ondas monstruosas podem chegar a 30,5 m de altura, graças à combinação entre a posição geográfica e o relevo submarino.

Geradas por tempestades no Atlântico Norte, em profundidades de até 4.900 m, as ondas são amplificadas ao se aproximarem da costa.

E crescem  enormemente.

Mas, além de Nazaré, em Portugal, a costa dos Estados Unidos, no Oregon, tem ondas chamadas de aberrantes, de tão perigosas.

No Brasil a maior onda já surfada foi registrada na Praia da Costa, no Espirito Santo.

Imagine a energia contida em uma onda tão grande quanto um prédio de oito andares.

Cientistas estimaram que algumas das ondas de Nazaré poderiam carregar, só uma delas, a bateria de 30 milhões de smartphones.

Segredos das ondas

Nazaré está longe de ser o único local amado por surfistas.

O vilarejo de Teahupo’o, no Taiti, é idolatrado.

Suas ondas são íngremes e grandes.

Nem mesmo o risco de ser cortado em pedaços pelos corais afasta os interessados.

As ondas em Teahupo’o são de um tipo apelidado pelos cientistas de “surto”.

Não são as maiores do mundo, atingindo um auge de 9,1 m.

Mas são extremamente volumosas, formadas também pelo encontro de águas profundas com uma costa rasa.

imagem de onda enorme

Imagem, https://www.surfertoday.com/.

O Taiti é uma ilha vulcânica e seus recifes de coral criam um obstáculo bem íngreme para frear as ondas, fazendo com que a parte superior ultrapasse a anterior (da onda).

Isso deveria resultar em ondas grandes e assimétricas, mas a geologia de Teahupo’o dá origem a um efeito único: a água doce descendo das montanhas vizinhas cria canais no fundo do oceano que previnem a formação de corais.

Esses canais criam ondas “limpas” e rápidas ao canalizar a água da beira para o fundo.

A jato sobre a prancha

No mar, porém, a história é outra. Durante uma etapa do Circuito Mundial de 2011, o surfista australiano Mick Fanning atingiu velocidade de quase 40km/h sobre sua prancha, o que ajudou a justificar seu apelido de Relâmpago Branco.

Inspiração da natureza

Quilhas, localizadas na parte inferior de uma prancha, são cruciais para dar estabilidade e controle.

Tradicionalmente, eram feitas de madeira, hoje os avanços tecnológicos deram espaço para plástico e materiais compostos, que melhoraram o controle em manobras radicais.

imagem de onda monstruosa

E, aí, vai encarar? Imagem, https://angelnumber.org/.

Patrulha ecológica sobre pranchas

Cientistas sabem que nossos oceanos estão mudando: estão ficando mais quentes e mais ácidos.

Seus níveis também estão subindo e isso está levando a alterações climáticas (como mais tempestades), além de alterações em ecossistemas e comportamentos animais.

Para medir essas mudanças, cientistas usam barcos, sondas e até satélites para coletar  dados em mar aberto. Isso é mais difícil perto da costa, onde as águas são mais agitadas.

Quilhas de surfe com sensores: novidade que está chegando

Uma nova tecnologia pode ajudar a vencer este desafio: a smartfin é uma quilha que contém sensores capazes de medir uma série de fatores na água, como temperatura, salinidade e oxigênio, por exemplo.

As quilhas seriam instaladas em pranchas de surfistas voluntários.

O acadêmico Andrew Stern, fundador do projeto Smartfin e neurologista da Universidade de Rochester, nos EUA, explica que a tecnologia pode ajudar a monitorar cenários como a degradação de corais e populações de crustáceo, que sofrem com o aumento da acidez dos oceanos.

Stern explicou:

Essa tecnologia tem como fatores únicos o fato de ser pequena e de baixo custo em comparação com os sensores existentes

Sendo assim, oferecemos uma nova geração de sensores que podem ser posicionados em enormes números e em locações previamente inacessíveis.

 

 

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