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Degelo revela segredos antigos na Rússia a um preço elevado para o planeta

Por Nikita Zimov – Jornal de Notícia de Portugal – 22 de julho de 2021

O degelo da camada de permafrost na Rússia está a revelar vestígios de vida milenar, tanto animal como vegetal.

Revelações científicas que chegam a grande custo, uma vez que a libertação de gás metano acelera a destruição da camada gelada.

Cientistas encontraram ossos e presas de rinoceronte e de mamute na zona de Duvanny Yar, perto de Chersky, na Rússia, no ártico da Sibéria, onde estão instalados vários pontos de investigação científica aos impactos do degelo.

Entre estes, o parque do plistoceno, que tem no pai, Sergei Zimov, e no filho, Nikita, a força motora da pesquisa.

As carcaças encontradas pertenciam a animais que vagueavam pelas estepes do Ártico: rinocerontes há cerca de 14 a 15 mil anos; mamutes há cerca de 10500 anos, no fim da última idade do gelo.

Os investigadores encontraram uma carcaça de rinoceronte tão bem preservada que ainda tinha tecido mole, incluindo partes dos intestinos e genitais, além do corno nasal, uma parte do corpo destes animais que normalmente se decompões rapidamente.

O degelo também revelou plantas congeladas da época do Pleistoceno, um vasto período de tempo que começou há 2,6 milhões de anos e terminou há 11700.

Estas descobertas, na zona de Abyisky, em Yakutia, no nordeste da Rússia, permitem aos cientistas saber mais sobre estes animais que habitavam o planeta há milhares de anos, mas não chegam sem um custo.

A destruição da camada de permafrost, enfunada pelas alterações climáticas, liberta grandes quantidades de gás metano na atmosfera, o que acelera o degelo e por aí adiante, numa espécie de pescadinha de rabo na boca que é difícil de controlar.

Esta região, que padece de cada vez verões mais amenos e invernos mais curtos, é ainda afetada pelo aumento dos incêndios florestais.

Os fogos lentos que afetam a turfa característica desta zona são particularmente lesivos, pois podem manter-se durante meses abaixo da superfície, libertando toneladas de carbono prejudiciais para o planeta.

Segundo os cientistas, 1,7 mil milhões de toneladas carbono são libertadas anualmente para a atmosfera pelo degelo da permafrost.

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