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Hidrogênio verde no Brasil

Por Redação de Além da Energia – 18 de agosto de 2022 – Reprodução: Site CIMM

Em evento realizado nesta semana em São Paulo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou o estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas e Potencial para a Indústria Brasileira, onde aponta caminhos para o país adotar o hidrogênio renovável como “nova fronteira energética”.

O estudo destaca o potencial nacional para produção e utilização imediata e/ou de médio e longo prazos de hidrogênio renovável.

O foco está no hidrogênio verde – produzido a partir de fontes de energias limpas e, portanto, sem emissão de gases de efeito estufa – e o hidrogênio azul, cuja produção ocorre a partir do gás natural, com emissões mitigadas através da aplicação de tecnologias para captura e armazenamento de carbono.

Desde 2021, segundo o relatório, foram anunciados 131 novos projetos de larga escala em hidrogênio, com investimentos previstos de cerca de US$ 500 bilhões até 2030.

Somente em 2022, mais de 30 países teriam lançado planos nacionais nessa área.

“Para atingir os objetivos do Acordo de Paris, cujo propósito é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o mundo precisará descarbonizar grande parte do sistema energético mundial”, destaca o documento.

“É nesse contexto que o aproveitamento energético do hidrogênio se apresenta como uma alternativa eficaz para a descarbonização da economia global”, contextualiza.

Expectativas altas para o hidrogênio renovável

O estudo identificou também que, desde 2000, o total de 990 projetos de hidrogênio foram realizados no mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).

Eles estão espalhados por 67 países, sendo que o Brasil concentra quatro deles, localizados no Porto do Pecém (CE), Porto de Suape (PE) e Porto do Açu (RJ).

Presente virtualmente no evento da CNI, o assessor sênior para o Diálogo Global sobre Energia da Agência Internacional de Energia (IEA), Joerg Husar, diz que “o mundo começa, de fato, uma curva descendente de emissão de carbono pela primeira vez na história, e isso é um efeito prático do Acordo de Paris”.

Destacando o hidrogênio verde como um dos pilares da transição energética até 2050, ele explica que a “nova economia energética está emergindo”.

Em detalhes, Husar mostra que os comércios de recursos relacionados à energia atingiram 1,5 trilhão de dólares em 2019, sendo os derivados de petróleo responsáveis por 66% disso.

O gás natural respondeu por 14% dos recursos e os minerais críticos, como o cobalto, por 11%.

Em uma projeção de cenário ideal para 2050 – data de corte estabelecida no Acordo de Paris – a IEA prevê que os recursos relacionados à energia podem ser reduzidos a 0,9 trilhões de dólares.

Porém, a matriz seria invertida consideravelmente, com o hidrogênio assumindo posição de destaque, com 35% de representatividade sobre o montante.

Os minerais críticos também cresceriam em proporção, chegando a representar 47% do valor estimado. Já os derivados de petróleo, por outro lado, perderiam o seu protagonismo atual e passariam a representar 11% dos recursos.

“Isso mostra que a nova economia está emergindo com mais eletrificação, eficiência, energia limpa e digitalização, oferecendo também enormes oportunidades para crescimento do emprego”, diz.

No Brasil, a CNI concorda com o potencial para a reestruturação da indústria com base em energia limpa e sustentável.

Segundo o presidente da entidade, Robson Andrade, o país tem condições de ser protagonista no processo de descarbonização da economia mundial justamente por meio de tecnologias limpas, como o hidrogênio verde.

“A consolidação do Brasil como produtor de hidrogênio tem o potencial de gerar empregos, atrair novas tecnologias e investimentos e desenvolver modelos de negócios, bem como inserir o país em uma posição relevante na cadeia global de valor, o que pode alterar positivamente a balança comercial do país”, diz.

Veja o link do evento abaixo:

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