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Frigoríficos do Brasil apertam cerco a pecuaristas na Amazônia

Os grupos frigoríficos JBS e Marfrig suspenderam juntos relações comerciais com mais de 200 fornecedores de gado que atuam com alguma irregularidade, social ou ambiental, no Bioma Amazônico, informaram as empresas nesta terça-feira.

O JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, e o Marfrig, o segundo do Brasil e também um dos maiores participantes no mercado global de carnes, tomaram a decisão após detectarem via satélite que parte de seus fornecedores atuava em áreas de preservação, indígena ou próximas de desmatamentos.

Seguindo um acordo feito com representantes da sociedade civil, entre elas o Greenpeace, o Marfrig suspendeu 170 fornecedores de sua lista de mais de 2 mil que atuam em Mato Grosso e Rondônia. Já o JBS cortou de seu cadastro 31 pecuaristas, colocando ainda 1.491 em situação de “alerta”, enquanto verifica a condição desses criadores de gado nos Estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre.

“Com isso, garantimos 100% de controle sobre a carne abatida no Bioma Amazônico”, disse à Reuters Ocimar Villela, diretor de Sustentabilidade do Marfrig, cuja produção na região responde por 7% do total da companhia.

“Os trabalhos de coleta das coordenadas dos currais de embarque de bovinos para abate passou a fazer parte do processo de aquisição de matéria prima da JBS, tornando o procedimento obrigatório em todas as unidades do grupo”, acrescentou Marco Bortolon, presidente da Divisão de Carnes Mercosul, do JBS, lembrando que 100% das 9.813 propriedades fornecedoras ao frigorífico na região estão monitoradas por satélites.

O cerco aos pecuaristas que atuam na ilegalidade tende a se intensificar ainda mais. Seguindo um acordo firmado com o Ministério Público do Pará, o representante do Marfrig afirmou que a companhia, a partir de 13 de novembro, só comprará gado de quem tiver o CAR (Cadastro Ambiental Rural) regularizado.

O avanço da pecuária é tido por especialistas e pelo Ministério do Meio Ambiente como um dos principais responsáveis pelo desmatamento da Amazônia.

Frigoríficos têm sido pressionados no país e no exterior para adotarem práticas sustentáveis de produção no Bioma Amazônico, que se estende por cerca de 50% do território brasileiro.

O Ministério da Agricultura lançou no ano passado um programa para monitorar fazendas de gado do Pará – importante criador de gado e um dos Estados que mais desmatam ao lado do Mato Grosso – com o objetivo de coibir desflorestamentos decorrentes do avanço da criação de bois. E o Ministério do Meio Ambiente tem intensificado a fiscalização na área.

Fonte – Folha de 20 de agosto de 2010

Imagem – Edy Luigi

Essa mudança só ocorreu por pressão do terceiro setor. Agora é a sua vez. Saia de sua zona de conforto e preguiça e quando for comprar carne, procure saber a procedência dessa carne. Só o terceiro setor, sem o apoio da sociedade, dos consumidores, não conseguirá fazer todas as mudanças necessárias para que o setor produtivo aja sustentavelmente.

Há também a necessidade da rotulagem com a procedência da carne ou no site do fornecedor da carne um local em que tenha a lista das fazendas em que este frigorífico adquire a carne, para termos certeza de que ao consumirmos carne não estamos contribuindo com o desmatamento.

Não deixe para os outros o papel de salvadores da humanidade e do planeta, esta responsabilidade é de todos os humanos. É fácil, é só esquecer um pouco do seu próprio umbigo e pensar um pouco no umbigo dos outros bilhões de humanos que habitam este planeta. O bem estar de todos significa o também o seu próprio bem estar.

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