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Nos EUA, 32% das empresas têm projetos para banir o bisfenol A de suas embalagens

Químico encontrado em produtos de plástico e latas de alimentos e bebidas está associado ao câncer e diabetes

Uma pesquisa do grupo de Investimento Green Century Capital Management divulgado este mês nos Estados Unidos, traz um dado bastante animador: 32% das maiores empresas do setor de bebidas e alimentação do país já estabeleceram projetos para descontinuar o uso do bisfenol A (BPA) em embalagens, um aumento de 7% em relação ao ano passado. Para a elaboração do relatório chamado “Em busca de embalagens mais seguras 2010”, os pesquisadores ouviram 26 empresas.

Entre as que mais têm dado atenção ao tema estão Hain Celestial, ConAgra e H.J. Heinz, empresas do setor alimentício, que segundo informaram, estão começando a comercializar enlatados sem o bisfenol A. “As empresas estão tomando iniciativas mais rapidamente do que as agências reguladoras na busca de alternativas ao bisfenol A (BPA) no setor de embalagens de alimentos e bebidas,” disse Emily Stone, Green Century Capital Management, empresa coautora do relatório juntamente com o grupo de defesa do meio ambiente As You Sow.

O bisfenol A é um composto utilizado na produção da maioria dos plásticos e no revestimento das latas de alimentos e bebidas. Seu uso na fabricação de mamadeiras e outras embalagens vem sendo condenado em diversos países já que a substância provoca o aborto, anomalias e tumores do trato reprodutivo, câncer de mama e de próstata, diminuição da qualidade e da quantidade de esperma em adultos, endometriose, fibromas uterinos, gestação fora da cavidade uterina, infertilidade, modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos, precocidade sexual, síndrome dos ovários policísticos, entre outros prejuízos à saúde. Os principais grupos de risco são mulheres em fase reprodutiva e crianças, principalmente na primeira infância, em que os órgãos e o cérebro ainda estão em desenvolvimento e podem sofrer alterações.

Apesar do avanço de algumas empresas, o relatório dá notas decepcionantes a uma dúzia de corporações incluindo a Coca-Cola, Del Monte, Kraft, Unilever, Kroger, Safeway, Supervalu and Wal-Mart. “Com a crescente preocupação de consumidores e agências reguladoras com os efeitos do efeito do BPA na saúde, empresas devem descontinuar o uso do químico para evitar problemas de cunho legal e de mercado, além de arriscar sua reputação com os consumidores”, destacou Larisa Ruoff, diretora do grupo Green Century.

A FDA (Food and Drug Administration) expressou “alguma preocupação” com os potenciais efeitos do bisfenol A no cérebro, comportamento e próstata em fetos, bebês e crianças pequenas, mas ainda não o proibiu. A Associação de Indústrias de Produtos para Supermercados diz que o BPA é seguro. Sete estados americanos já proibiram o BPA em alguns produtos. A Dinamarca e França também baniram o bisfenol A em produtos infantis e o Canadá já o incluiu na lista de substâncias tóxicas. Na Alemanha os consumidores são aconselhados a evitar o consumo de bisfenol A.

Fonte – USA Today de 21 de outubro de 2010 / O Tao do Consumo

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