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Relatório destaca empresas que mais contaminam o solo e as águas no Brasil

As empresas Fundição Tupy na região sul, Usiminas- Arcelor Mittal, na região sudeste; Braskem na região nordeste e Petrobras na região norte, são os principais destaques em relatório que aponta avanço da contaminação das águas e do solo no país.

A Campanha da Fraternidade, realizada todos os anos no período da quaresma, em 2011 teve como lema “Fraternidade e a vida no planeta”, coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promovendo a reflexão coletiva da sociedade em relação ao descaso das autoridades com a preservação dos recursos naturais.

Tratada como mercadoria, “a vida no planeta” está em risco, para as presentes e futuras gerações.

FUNDIÇÃO TUPY – JOINVILLE – SC

Na região SUL, Joinville é destaque NEGATIVO, devido ao avanço da contaminação na baía da Babitonga, tendo a FUNDIÇÃO TUPY como principal agente de degradação com riscos à saúde pública, entre as 10 maiores poluidoras das águas, desde a primeira edição, em função do não tratamento de seus resíduos industriais extremamente tóxicos, em especial as areias de fundição. Nesta edição foi dectado o agravamento disso.

A areia usada no processo de fundição, quando em contato com uma série de produtos químicos se contamina. O elemento mais tóxico é o fenol, que representa cerca de 20% do total, trata-se de substância cancerígena, que torna essa areia muito escura e perigosa. A empresa deveria segregar esse material, dar destinação correta, mas estão misturando os 20% contaminados com o restante, tornando o todo comprometido, depositando irregularmente nas margens da Baía da Babitonga.

Além disso, há denúncias também em relação à contaminação da atmosfera, pela liberação de “pó de ferro” que – além de sujar os quintais da vizinhança – aumentam os problemas respiratórios da população. Trata-se de um pó fino extraído das lixas e absorvidos do ambiente interno por compressores que deveria ser umidificado e enviado a local adequado. Mas a empresa tem jogado esse pó, extremamente fino, na mesma área em que depositam a areia de fundição, aí ele dissipa na atmosfera e se espalha na vizinhança.

O problema é mais grave por conta da omissão das autoridades e da mídia, afinal, a Tupy é uma indústria se coloca como estratégica na geração de empregos em Joinville. Com isso, chantageiam a opinião pública e jogam com os políticos. Em Floripa procuram agradar o DEM, em Joinville, procuram se arranjar com o PT.

Em 2008 a FIESC (Federação das Indústrias catarinenses) se uniu à Federação do Agronegócio, com a proposta de criação de um Código Ambiental catarinense, como forma de burlar limitações da legislação ambiental federal. Em troca introduziram no texto alguns artigos que beneficiam as indústrias, entre eles um que previa o reuso das areias de fundição na construção civil.

O Código Ambiental catarinense foi questionado na justiça federal, mas a Tupy tem pressa em impor essa reuso, para não pagar pela poluição que causa, tanto que recentemente cedeu lajotas feitas de areias contaminadas para a Prefeitura de Joinville usar, inclusive na reconstituição da calçada do Exército.

Em fevereiro de 2011, no 11º. Fórum Social Mundial, juntamente com representantes de comunidades afetadas por graves contaminações em todo o mundo, como a Chechênia, Bósnia e outras, por conta de minas terrestres; Índia, China e África por conta de vazamentos químicos e do Brasil, por conta das contaminações por indústrias e lixões, foi aprovada recomendação para que as organizações sociais busquem criminalizar as práticas de contaminação que afetam principalmente populações pobres desprotegidas.

No caso da Tupy em Joinville, estão sendo reunidos testemunhos de pessoas da comunidade do entorno da fábrica, juntando provas para se exigir indenizações.e até requerer a prisão preventiva de autoridades ligadas à FUNDEMA e, se for o caso, do próprio prefeito da cidadepor estarem se curvando a interesses econômicos colocando em risco a saúde da população que dizem defender.

USIMINAS ARCELOR MITTAL – IPATINGA – MG

Na região SUDESTE, o maior destaque recai sob a empresa Arcelor Mittal em cuja área onde está instalada a USIMINAS existe uma ampla camada de contaminação por benzeno e outros metais pesados cancerígenos. Apesar da intensa luta da comunidade local e pressão da imprensa exigindo que a retirada imediata desse solo contaminado, que se espalha, a empresa continua enrolando as autoridades.

Para se ter uma idéia, além das áreas de produção, no solo abaixo da área destinada a “vestiários” foram descobertas mais de 60 mil metros cúbidos de solo contaminado com benzeno e alcatrão. Para esse caso específico a USIMINAS está contratando pelo prazo de 20 anos uma empresa de monitoramente ambiental, confirmando sua opção pelo embromatios, apesar do compromisso com o Ministério Público de solucionar o problema global a partir de 30 de abril de 2011.

O Ministério Público em Ipatinga obrigou a USIMINAS a tomar providências. Para enganar a população e o MP – se propuseram assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) comprometendo-se com o início da remediação da área e remoção de lodo contaminado. Com o espírito do “embromation” comum a grandes empresas que tripudiam em cima de populações de cidades do interior, humilhando suas autoridades com arrogância e cinismo, a USIMINAS anunciou que todo o trabalho local será realizado pela CSD Geoclock.

Trata-se de uma empresa que – em todo o Brasil – tem servido só para as empresas enganarem as autoridades e a opinião pública, tendo sido a grande responsável pela falta de providência em diversos passivos históricos como o Aterro Matovani (região de Campinas-SP). A missão desse tipo de empresa é inventar a necessidade de monitoramento e pequenas ações de remediação, sem exigir providências concretas como remoção de contaminantes, caro para quem as contratam para que gastem o mínimo.

BRASKEM e PETROBRAS – CAMAÇARI (BA), MANAUS E URUCUM (AM)

Na região nordeste, o destaque negativo é a BRASKEM, grande produtora de matéria prima para embalagens plásticas, em função do LOBBY contra o uso de tecnologias de biodegradação do plástico pelas indústrias a quem fornece matéria prima e contra a aplicação de leis que inibam a distribuição indiscriminada de embalagens plásticas não recicláveis. Junto com a Petrobrás, a Braskem domina o cartel da produção e distribuição de resinas.

A distribuição indiscriminada de sacolas plásticas não recicláveis, principalmente por grandes redes de supermercado como Walmart, Carrefour e Pão de Açucar, tem como efeito nocivo dessa ação o agravamento do problema causado pelas enchentes, além da poluição das águas marinhas, causando danos irreparáveis na fauna aquática que morre por sufocamento ao ingerir o plástico que, jogado no oceano leva centenas de anos para degradar, ganhando a aparência de algas, fonte de alimentação das espécies.

Já na região norte, disparada, aparece a Petrobrás como a maior poluidora, em especial por contaminação do solo em sua unidade de Manaus e na área do duto de gas de Urucum

Fonte – Brasil Sustentável

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