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Caindo a máscara dos plásticos pseudo verdes e de amido – biofuels industry in denial over CO2 error

Leia esta matéria que faz cair a mascara dos plásticos pseudo verdes da Braskem, dos plásticos de comida da Basf e de boa parte dos combustíveis de origem renovável. Agora, em português.

Indústria do biocombustível nega erro de neutralização de carbono

A União Europeia quer que o uso da bioenergia cresça mais de 50% até 2020, argumentando que esta fonte de energia é neutra em emissões de Carbono: o problema é que não é verdade, e este objetivo deve ser, de fato, descartado.

Tal medida iria enfrentar uma grande oposição do lobby ligado à agricultura, florestal e de energia, e diminuir ou reverter uma multibilionária indústria de bioenergia na Europa.

No entanto, as emissões de Carbono pela queima de bioenergia são, na verdade, muitas vezes maiores do que os combustíveis fósseis sendo considerada nula de carbono sob as regras de comércio de emissões e de baixo carbono em energia renovável.

Bioenergia refere-se a combustíveis líquidos ou sólidos derivados de plantas, seja das colheitas de alimentos, madeira ou gramíneas. 

Assim como combustíveis fósseis como gasolina, diesel e carvão, os chamados biocombustíveis também liberam Carbono quando se queimam em um motor de carro ou na indústria. 

Mas os políticos têm afirmado que a energia da queima das plantas não é poluente, porque o Carbono liberado é o mesmo que o Carbono absorvido quando as plantas estavam em crescimento. 

Essa afirmação ignora o fato que o plantio de uma lavoura para fins de gerar energia substitui outras plantações que seriam plantadas neste local, fazendo com que terras não cultivadas em outro lugar tenham que ser usadas para o cultivo que foi de lá tirado do seu local original de cultivo.

Quando esse novo campo, onde existia  grama, árvores ou arbustos é convertido em plantações para fins alimentar, ele não pode mais absorver CO2, anulando o suposto efeito neutro desta bioenergia.

Em outras palavras, a ideia de que esta bioenergia é carbono neutro, acaba não saindo da porteira da fazenda.

Uma exceção é o lugar onde a plantação desta lavoura de bioenergia, por exemplo, não substituiu a área plantada para produção de alimentação humana ou animal.

Mas isso significa reconhecer que existe alguma perda de utilidade,  isso é um debate antigo na industria, sendo plantar para fins de alimentação versus plantar para fins de gerar biocombustíveis.

O erro

Um painel de cientistas da Agência Europeia do Ambiente (EEA) há dois meses disse em uma nota: “As potenciais consequências deste erro da contabilidade de bioenergia são imensas”.

Eles confirmaram a primeira pesquisa destacada por Timothy Searchinger da Universidade de Princeton em um artigo de 2009 na revista Science.

A EEA é uma agência da União Européia que fornece consultoria independente.  Em seu painel de ciência recomendou há três anos que o objetivo da UE de usar biocombustíveis líquidos deveria ser suspenso.

O erro é crítico porque o maior objetivo da UE é de direcionar um quinto da energia do bloco europeu para derivados de fontes renováveis até 2020 depende muito da bioenergia.

Enquanto isso, a indústria está se expandindo através de metas para as refinarias e utilitários para consumo deste tipo de combustível.

Um joint venture envolvendo a companhia petrolífera BP, Dupont e AB Açúcar irá inaugurar uma nova refinaria no nordeste da Inglaterra, onde irá processar anualmente 1.100.000 toneladas de trigo, gerando  bioetanol, e vende a ideia de que este produto gerado não irá emitir Carbono, ou seja, seria um produto Carbono neutro.

“O CO2 emitido quando o biocombustível é queimado nos veículos é compensado pelo CO2 absorvido durante o crescimento do trigo na lavoura”, diz o website Vivergo.

O erro surgiu originalmente na Convenção do Clima das Nações Unidas 1992, onde as emissões de bioenergia foram categorizadas de acordo com o uso da terra em vez do tipo de energia, diz Searchinger.

O Protocolo de Kyoto de 1997 manteve essa abordagem. Mas neste protocolo, os países não têm a obrigatoriedade que prestar conta do uso de suas terras em suas metas de emissões e assim a quantidade CO2 emitido a partir de bioenergia desaparecem da contabilidade.

O erro do Carbono neutro acrescenta às preocupações de que os biocombustíveis poderiam realmente levar a grandes aumentos nas emissões de carbono, se os agricultores substituírem a perda de locais de plantação derrubando florestas, um efeito conhecido como a mudança indireta do uso da terra (ILUC).

O que significa?

O ponto principal é que o total das emissões de carbono emitidos nos escapamentos dos carros ou nas chaminés devem ser contabilizadas, assim como os combustíveis fósseis, em vez de ser ignorado, como está sendo feito hoje.

Atualmente, a bioenergia é considerada isenta de gases de efeito estufa permitindo o comércio de emissões de carbono no esquema da União Européia. Enquanto isso, funcionários da Europeus estão decidindo quais combustíveis gerados a partir de bioenergia devem ser considerados renováveis, dependendo das emissões de Carbono, o que provavelmente irá ignorar o equívoco do Carbono neutro. 

A soma das emissões da queima faz da bioenergia muito mais poluente do que os combustíveis fósseis porque existem emissões extras no crescimento da cultura e porque o produto tem um maior teor de umidade do que o petróleo ou o carvão.

Então,  a bioenergia a partir de plantas , não deve ser considerada como mais renovável ou de baixo carbono do que a energia gerada partir dos combustíveis fósseis.

Faz sentido continuar a apoiar a transformação de energia a partir de RESÍDUOS de produtos, incluindo resíduos de origem animal, alimentos e serrarias.

A bioenergia pode poupar algum carbono, mas é discutível se estes são suficientes para compensar as maiores emissões comparado com a queima de combustíveis fósseis.

Um caminho é aumentar o preço dos alimentos que poderiam ajudar os agricultores a melhorar o rendimento das culturas, o que significaria melhorar o rendimento das terra não cultivadas.

Outra coisa é não substituir as plantações deslocadas para outras áreas, apesar de que isso pode gerar ampliar os problemas com a alimentação humana .

Utilizar subprodutos para alimentação animal também pode salvar o cultivo dedicado para a alimentação do gado.

Economias nas emissões de carbono serão feitas caso a plantação produzir mais matéria vegetal, e então absorver mais CO2 do que a safra que a substituiu. Esse é o caso, por exemplo, onde a cana para produzir etanol é cultivado no lugar das pastagens.

Mas há também impactos de Carbono, incluindo o impacto ILUC mencionado acima.

Dada a dificuldade de calcular esses impactos, a suposição padrão deve ser que estes combustíveis emitem tanto carbono quanto os combustíveis fósseis.

Florestas plantadas para produzir o combustível de madeira também não escapam.

A primeira colheita pode absorver mais CO2 do que o uso anterior da terra. Mas, em sucessivas rotações, mudas novas absorvem menos carbono do que se as árvores cortadas fossem deixadas para crescer até a sua maturidade.

Searchinger usa o exemplo de uma rotação de 55 anos de Douglas Firs – uma conífera – para gerar combustível de madeira, que emite quatro a cinco vezes mais CO2 do que queimar carvão ou gás durante 25 anos, o período usual utilizado na análise de retorno do investimento.

Fonte – Gerard Wynn, Reuters de 14 de novembro de 2011. – Tradução – FUNVERDE

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