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Incineração de lixo, conheça alguns de seus problemas

Longe de ser uma tecnologia universalmente provada como asseguram seus promotores, a incineração de lixo doméstico com recuperação da energia tem sido uma experimentação, que depois de 20 anos deixou os cidadãos dos países industrializados com a herança de altos níveis inaceitáveis de dioxina e seus compostos em seus alimentos, seus tecidos, seus bebês e na vida selvagem.

Alguns dos problemas da incineração de resíduos –  descargas de poluentes tanto para o ar como para outros meios, custos econômicos e custos de emprego, perda de energia, insustentabilidade e incompatibilidade com outros sistemas para a gestão de resíduos. Também lida com os problemas específicos dos países do hemisfério Sul.

As dioxinas são os poluentes mais importantes associados aos incineradores. Estes são os causadores de uma grande variedade de problemas de saúde que incluem o câncer, danos no sistema imunológico, problemas na reprodução dos seres vivos e de desenvolvimento.

As dioxinas são bio-acumulativas, isto é, passam para a cadeia alimentar da presa para o predador, concentrando-se na carne e nos produtos lacticínios e por último no Homem. As dioxinas são de particular preocupação, pois se disseminam no meio ambiente e no homem, em níveis que já demonstraram estar causando problemas de saúde, implicando que neste momento estão populações inteiras sofrendo os seus efeitos adversos. Os incineradores são a principal fonte de dioxinas em nível mundial.

Os incineradores são uma das maiores fontes de poluição por mercúrio, sendo a sua contaminação de vasto alcance, os intoxicados pelo mercúrio tem prejuízos em suas funções motora, sensorial e cognitiva. Os incineradores são também uma fonte significativa de emissões para o meio ambiente de outros metais pesados, tais como o chumbo, cádmio, arsénio, cromo e berílio.

Outros poluentes que causam preocupação incluem – não dioxinas – hidrocarbonetos halogénicos, gases ácidos, que são precursores da chuva ácida, partículas que prejudicam as funções pulmonares e gases que provocam o efeito de estufa. Contudo, a caracterização das descargas de poluentes das incineradores ainda está incompleta e estão presentes nas emissões de ar e nas cinzas muitos componentes não identificados.

Os operadores de incineradores afirmam várias vezes que as emissões estão sob controle, mas as evidências indicam que isto não é verdade.

Primeiro porque para muitos poluentes tais como as dioxinas qualquer nível de emissão é inaceitável. Segundo porque a verificação das emissões é irregular e bastante imperfeita, deste modo não são verdadeiramente conhecidos os atuais níveis de emissões. Terceiro porque a informação existente indica que os atuais incineradores são incapazes de satisfazer o padrão mínimo.

Quando o equipamento para o controle de poluição funciona, remove os poluentes do ar concentrando-os nas cinzas soltas, criando um fluxo perigoso de resíduos tóxicos que necessita de um tratamento adicional. Deste modo o problema da libertação de poluentes não está resolvido. Os poluentes são simplesmente transferidos de um meio – ar – para outro  -sólido ou água -.

As cinzas liberadas pelos incineradores são bastante perigosas e são muitas vezes mal reguladas. Nem os aterros sanitários são seguros, porque deixam passar substâncias perigosas. Em alguns lugares as cinzas estão expostas ao ambiente ou até espalham-se por áreas residenciais ou áreas de produção alimentos – agropecuárias -.

Os incineradores estão muitas vezes situados ao redor de populações, normalmente minoritárias de baixo rendimento, com a teoria de que estes setores da população politicamente fracos, serão menos capazes de resistir-lhes. Isto é uma violação dos princípios básicos da justiça ambiental e dos direitos humanos.

Os incineradores modernos são de longe, a abordagem mais dispendiosa para a gestão de resíduos, só os custos da construção podem ser centenas de milhões de dólares. Os custos de construção e de funcionamento normal dos incineradores são inevitavelmente suportados pelo público.

As companhias de incineradores têm inventado vários esquemas de financiamento complicados, para conseguirem o apoio do governo em pagamentos em longo prazo, o que várias vezes provou ser desastroso para os governos locais. Muitas cidades, nos Estados Unidos, endividaram-se devido investirem em incineradores.

Os incineradores criam de longe menos empregos por toneladas de resíduos do que as tecnologias alternativas e práticas, tais como a reciclagem e compostagem. Geralmente, também substituem o trabalho em rede de reciclagem informal, já existente, causando dificuldade adicional ao mais pobre dos pobres.

Os incineradores são também adaptados para funcionar como produtores de energia, visto poderem produzir eletricidade. No entanto, uma análise detalhada do ciclo de atividade revela que os incineradores gastam mais energia do que produzem.

Isto porque os produtos reutilizáveis e recicláveis que são incinerados e que deveriam ser reutilizados ou reciclados devem ser substituídos por novos produtos, extraindo e processando materiais virgens, pressionando ainda mais o planeta com a exploração de recursos naturais finitos para transformá-los em novos produtos, gastando muito mais energia, causando também mais danos ao meio ambiente do que seria se os materiais fossem reutilizados, ou produzidos a partir de materiais reciclados.

A grande parte da história da incineração de resíduos, tem sido nos países do Norte. Os contextos dos países do Sul são capazes de ser ainda mais problemáticos para esta tecnologia. A falta de capacidade de monitoramento significa que os incineradores são capazes de ser ainda mais poluidores do que os do Norte. Problemas administrativos, tais como orçamentos incertos e a corrupção, podem interferir com a manutenção necessária. As diferentes condições físicas, tais como o tempo e as características dos resíduos, podem tornar as operações difíceis ou até mesmo impossíveis.

Finalmente, deve ser entendido que os incineradores são incompatíveis com outras formas de gestão de resíduos. Os incineradores competem para o mesmo orçamento e materiais descartáveis com outras formas de gestão de resíduos, subestimando a ética da separação na fonte, que gere o manejo apropriado dos resíduos.

Alguns fatos

Utilizar os 5Rs, para diminuir geração de resíduos, que hoje já passa de 1 quilo / dia por pessoa no Brasil. 5Rs – REPENSAR a nossa relação com o planeta e de como o nosso consumismo está afetando a viabilidade da continuação da raça humana e de todos os outros seres vivos, com o objetivo de nos tornarmos consumidores sustentáveis e diminuir a geração de lixo; RECUSAR o que faz mal ao planeta e às pessoas, como no caso das sacolas plásticas e de tantas outras besteiras inventadas e também jamais adquirir produtos com embalagens que não possam ser recicladas ou com sobreembalagens; REDUZIR nosso consumo somente para o necessário para que todos – inclusive os humanos que ainda não nasceram – tenham à sua disposição os recursos naturais, ar limpo, terra fértil e água potável para para viverem uma vida digna; REUTILIZAR todas as  embalagens antes de separar para a reciclagem e finalmente RECICLAR, isto é, separar todo o material para a reciclagem e compostagem.

Ao se realizar a reciclagem e a compostagem, apenas restará de 3 a 5% de todo o lixo produzido para ser dada uma destinação correta. As últimas tecnologias que estudamos de incineração tem como resíduo final de até 15% de rejeito, muito mais do que se fosse realizada a compostagem e a reciclagem.

Incinerar lixo é dar incentivar as pessoas se tornarem consumistas, afinal, depois de consumir é só queimar, é varrer o lixo para baixo do tapete.

Reciclagem e compostagem gera muitos postos de trabalho, inserindo no mercado produtivo pessoas sem qualificação, gerando renda e dignidade para estas pessoas.

Reciclagem e compostagem não necessita de investimentos milionários, muitas vezes passando da casa das centenas de milhões para sua implantação.

Reciclagem e compostagem, estas são as verdadeiras soluções para limpar o lixo do planeta.

Diga não à incineração!

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