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Londrina, PR – Novo secretário quer abate imediato de pombas

José Novaes Faraco assumiu cargo nesta terça-feira e prometeu acelerar liberação junto ao Ibama para eliminar aves. Qualidade do ar também preocupa.

Uma das principais metas do novo secretário do Ambiente, José Novaes Faraco, nomeado na manhã desta terça (15) pelo prefeito Homero Barbosa Neto (PDT), para substituir Carlos Eduardo Levy, é resolver o problema da superpopulação de pombos em Londrina. A primeira medida para isso é o extermínio em massa, afirmou ele nesta manhã ao Bonde.

“Vamos resolver os problemas burocráticos no IBAMA e imediatamente vamos começar o abate. Isso é uma medida de saúde pública”, disse Faraco.

O pedido autorização para o abate de parte das pombas amargosas (que se alimentam e se reproduzem normalmente na zona rural, mas dormem no centro da cidade) foi feito pelo ex-secretário Carlos Levy em setembro do ano passado. Àquela ocasião, foi solicitado o extermínio de 48 mil aves.

No entanto, até então o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis não concedeu tal autorização. “Eu sei que o IBAMA vai liberar (o abate). O chefe anterior do IBAMA, Álvaro Carneiro, tinha autorizado. Não sei se aqui em Londrina ‘eles dormiram’ e não pegaram esta autorização”, criticou o novo secretário, que era assessor do ex-governador Roberto Requião (PMDB), motivo pelo qual teria tido acesso a esta informação.

Faraco não deu detalhes de como seria o abate ou quantas aves seriam sacrificadas. “Essa autorização não irá demorar porque todos os trâmites burocráticos no IBAMA já foram resolvidos; precisamos apenas da autorização do novo coordenador do IBAMA”.

Arborização

A segunda prioridade apontada pelo novo secretário de Ambiente é a reconstituição da mata ciliar – árvores nativas que protegem cursos d’água, como córregos e rios. “Vamos trabalhar em conjunto com a Secretaria de Agricultura. Precisamos de mais gente (funcionários) para levar adiante esta meta”.

Ele também apontou a necessidade de mais funcionários para trabalhar na substituição de árvores condenadas. “De algum jeito temos que dar conta desse serviço porque está muito atrasado”.

Ainda na lista de prioridades, o secretário mencionou “as condições da qualidade do ar na região central de Londrina”. “É impressionante que Londrina não tenha um equipamento para aferir a quantidade de poluentes no ar. Toda grande metrópole tem. Esse equipamento custa menos de R$ 20 mil e nossa intenção é comprá-lo”, disse. Sabendo como está a qualidade do ar, o secretário passaria então a adotar as medidas necessárias.

Quem corta as árvores? É um serviço da prefeitura ou é terceirizado? Para onde vai o dinheiro arrecadado com a venda das árvores cortadas? Ele deve ser utilizado para aquisição de novas árvores com tamanho mínimo de 3 metros de altura e assim dar tempo do viveiro produzir novas mudas deste porte. Londrina tem plano diretor de arborização? De que ano é este plano? Quantas árvores tem a cidade? Foi feito o censo da arborização da cidade? Com estes dados o secretário tem condições, se quiser, de resolver todos os problemas de arborização de sua cidade.

Dizemos isso porque tem uma cidade a 100 km de Londrina que tem todos os dados acima, tem viveiro e a única coisa que falta para resolver o problema da arborização urbana é boa vontade política. Enquanto isso, nessa cidade, não existem mais árvores em frente a farmácias, concessionárias de veículos e das 130 mil árvores existentes à época do censo, hoje não devem chegar a 100 mil árvores e decrescendo dia a dia. Nesta cidade ninguém segue o plano diretor de arborização, planta-se o que dá na telha do pessoal da prefeitura, descaracterizando-se assim um plano de 1953 e que foi refeito em 2008. Mas de que adiantou se perder tempo atualizando o plano diretor se o sujeito que vai plantar as árvores – quando se planta, porque o normal é a prefeitura arrancar as árvores e o cidadão pavimentar as calçadas e a prefeitura olha para o outro lado, finge que não vê – planta o que quer e quando questionado diz: era o que tinha no viveiro. Então, para que diabos serve um plano diretor de arborização se ninguém planta o que é estipulado no plano? E para onde está indo o dinheiro arrecadado com o corte das árvores? Esse dinheiro deveria ser aplicado totalmente no viveiro ou na aquisição de árvores para arborização urbana, mas não vemos isso e olhe que acompanhamos esta situação faz mais de 10 anos.

Desejamos boa sorte ao novo secretário de Londrina e boa vontade, porque solução para a arborização urbana existe, é só querer trabalhar.

Fazenda Refúgio

Sobre a incorporação da Fazenda Refúgio como área de preservação natural e sua transformação em Parque Municipal, o secretário disse que pretende construir no local um viveiro de mudas. “Hoje há um “apagão” de mudas e sementes. Precisamos de um local que as produza para que possamos plantar novas árvores”, disse. “São 160 alqueires: há espaço para tudo”.

Uai, não existe viveiro municipal em Londrina, uma cidade com mais de 500 mil habitantes?

Conselho Ambiente

José Faraco também disse que pretende manter um “bom relacionamento” com o Conselho Municipal do Ambiente e que participou da conferência do ano passado, mas preferiu não citar nenhuma das propostas aprovadas para levar a diante em seu cargo. “Queremos trabalhar em parceria com o Conselho, mas não vamos nos sentir prisioneiros do Conselho. Todo projeto é bem-vindo, mas Londrina não pode parar por bobagens”.

Lixo

Questionado sobre o recolhimento e destinação do lixo em Londrina, o novo secretário disse acreditar que este problema está praticamente resolvido. “Ah, isso está uma beleza com a nova central que entrará em operação em 90 dias”, afirmou. Ele disse que o problema de a coleta seletiva ainda ser ineficaz em Londrina é algo que está sendo resolvido com a cooperativa de recicladores criada por Barbosa no final do ano passado “que está indo às mil maravilhas”.

Agilidade

Além das prioridades em sua pastas, Faraco disse que pretende ser ágil em suas atribuições. “Queremos resolver esses problemas que estão atrasados, afinal, foi por isso que houve a substituição de secretário”, comentou. “Eu peço apenas que me dêem um prazo para eu me inteirar e então faremos as coisas de maneira ágil”.

Hoje José Novaes Faraco, que disputou o cargo de deputado federal pelo PT do B em 2006, não é mais filiado a partido político.

Fonte – O Bonde de 15 de junho de 2010

Foto – Photo Plus 1 (Kamran Ahmed)

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