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Mensagem do consórcio biopuster para a FUNVERDE

Senhores Diretores da Funverde,

Ficamos surpresos com a informação equivocada publicada por esta Fundação em relação ao Composto Orgânico (húmus) gerado pela utilização da tecnologia BIOPUSTER para tratamento dos RSU em Maringá.

Segundo o contido no site da FUNVERDE, sua missão consiste em “melhorar o planeta, através da preservação, recuperação e educação”.

Assim, acreditamos que o compromisso com a verdade também deve ser um dos valores da FUNVERDE.

Para contribuir com esta premissa, gostaríamos de informar que o composto orgânico (húmus) gerado após o tratamento dos RSU pela tecnologia BIOPUSTER não apresenta metais pesados e tampouco patógenos (ovos de helmintos ou salmonelas) conforme laudos de análises desenvolvidos pelo TECPAR, UEM e laboratório particular de Maringá, obedecendo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.

Estes laudos foram entregues pelo Consórcio Biopuster à Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura do Município de Maringá tão logo terminou o Projeto Piloto e encontram-se à disposição da comunidade maringaense, incluindo a FUNVERDE.

Esperando ter contribuído para dirimir o equívoco, solicitamos a gentileza de dar publicidade à esta informação, pela qual agradecemos, colocando-nos ao vosso inteiro dispor.

Atenciosamente,

Prof. Dr. José J. Previdelli
Consórcio Biopuster

Prof. Dr. José J. Previdelli

A resposta da FUNVERDE.

Sr José,

A responsabilidade que temos, como uma fundação de meio ambiente, nos faz trabalhar sempre com o bom senso e usarmos o sempre princípio da precaução, visto que somos referência para muitas pessoas e entidades pelo mundo afora.

Permita-nos simular a seguinte hipótese:

Você, usando o biopuster faz o composto orgânico, pega este composto orgânico já preparado, leva até a horta da sua casa, planta uns pés de alface ou qualquer outra verdura.

Depois de algum tempo vá lá, faça a colheita e prepare uma saborosa salada para servir à sua família.

Você pode afirmar aqui e agora que faria isso, sem medo de contaminar seus entes queridos?

Nós, com certeza, não faríamos isso e se soubessemos a origem do produto, não iríamos adquirir uma comida cultivada com este tipo de adubo.

Nós trabalhamos em cima do princípio da precaução, isto é, este tipo de adubo gerado pelo biopuster, ou através de qualquer outra tecnologia, se for feito de material não separado na fonte – se vier tudo misturado do jeito que vem hoje das residências, do comércio e indústria – onde se deposita de lâmpadas a remédios, de pilhas e baterias a materiais metálicos – contaminando o composto com chumbo, cromo, cádmio e níquel, além do mercúrio e muitos outros metais pesados – não deve jamais ser utilizado como fonte de enriquecimento do solo onde é plantado alimento.

O biopuster, do jeito que está sendo aplicado em Maringá deve ser chamado de bioembuster, primeiro porque enterra mais de 50% do material que poderia voltar para o ciclo de produção através da reciclagem – poupando recursos naturais do planeta – porque o material chega tão contaminado pela falta de separação na fonte que a perda é inaceitável.

O composto gerado pelo biopuster que deveria ser utilizado em lavouras, para recuperar a fertilidade do solo, não deve jamais ser utilizado neste solo por conta da contaminação por metais pesados, de novo por falta de separação de materiais antes da coleta.

Em Maringá, a reciclagem não chega a 5%, sendo que vemos diariamente nas ruas da cidade as lâmpadas fluorescentes quebradas ou inteiras dispostas incorretamente no lixo,– que são mais visíveis pelo seu formato – e sabemos também que a prefeitura não tem nenhum projeto ou local de recolhimento destas lâmpadas e pilhas e baterias, sendo que todas estas fontes de contaminação são jogadas junto com o lixo das empresas e residências.

Como é que vocês podem afirmar que este composto orgânico, que é feito da separação de lâmpadas, baterias, metais é um composto seguro?

A parte errada desde o começo da utilização desta tecnologia, não é a tecnologia, e sim como ela é empregada, pois não é feito o óbvio, a prefeitura não tem uma lei que multe quem não separar o material reciclável do lixo orgânico compostável e das pilhas e baterias e o rejeito.

Não teríamos nada contra o biopuster se ele fosse utilizado somente para recuperar o lixo antigo e somente processasse o lixo orgânico novo, sem mistura de material reciclável ou de metais pesados, se o biopuster somente acelerasse a decomposição do lixo orgânico estaria tudo certo, mas enquanto esta tecnologia for utilizada sozinha, sem a reciclagem 100% na fonte, enquanto o biopuster estiver enterrando material reciclável, contaminando composto orgânico, certamente seremos contra este processo.

Sempre batemos na mesma tecla, Reciclagem já!

Sabemos que numa cidade com 200 mil habitantes, a prefeitura gasta 8 milhões de Reais por ano para enterrar seu lixo e se reciclasse esse lixo o município lucraria 15 milhões de Reais e que se somados aos 8 milhões que deixarão de gastar ao não mais enterrar o lixo, esta cidade estaria ganhando hoje 23 milhões de Reais, isto sem contar o dinheiro obtido com a venda do húmus – ouça aqui na CBN a entrevista com o consultor da ONU para o meio ambiente e presidente do Instituto Brasil Ambiente Sabetai Calderoni falando sobre a fortuna que os municípios estão enterrando nos lixões todos os dias http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/wma/player_gradio.asp?audio=2008%2Fnoticias%2Fpaulo%5F081030%2Ewma&OAS%5Fsitepage=sgr%2Fsgr%2Fradioclick%2Fradiosam%2Fcbn%2Fbusca.

Podemos traçar um paralelo com Maringá, com uma população de 350 mil habitantes, que coleta 300 toneladas de lixo/dia – temos dados de mais de 350 ton/dia – que gasta 14 milhões por ano para enterrar seu lixo e que se fizesse a reciclagem 100% lucraria quase 26 milhões de Reais somente com a venda de recicláveis e que se fosse somado este valor ao valor gasto com o lixo enterrado, lucraria quase 40 milhões de Reais anualmente, isto, novamente, sem contar com a venda do húmus, que agora sim, sendo implantada na cidade a reciclagem 100% nós, sabedores da qualidade do húmus, apoiaríamos totalmente o uso deste húmus para enriquecimento do nosso solo.

E tem mais, não achamos nada justo termos que pagar a taxa de tratamento de lixo, já que o consórcio do biopuster vende o húmus – contaminado – e o material reciclado – os menos de 50% que sobram depois da perda inaceitável pela contaminação -. A tabela da composição da taxa do lixo nunca foi aberta realmente para a população, nós queremos saber quanto custa este tratamento, já que vocês também vendem o material separado.

Mais uma pergunta, sabíamos vocês estavam processando 10 ton/dia do lixo, como estão ficando as outras 290 ton/dia restantes? Até a pouco, sabíamos que estas toneladas restantes continuavam sendo enterradas no aterro, enterrando ouro no lixo.

Vamos aos fatos e às fotos, que falam mais do que palavras, pois não se esqueça, Sr José, que estivemos presentes na inauguração do biopuster e fizemos algumas fotos.

O plástico pode ter mais de 50% de seu peso em resíduos contaminantes grudados pendendo valor comercial ou até imposibilitando a sua reciclagem.

Note nesta foto que temos madeira misturada com plástico, e papel.

Depois de peneirado, o material que sobra vai para a compostagem – palavras do pessoal do biopuster no dia da inauguração.

Isso lá é separação, é só ampliar a foto e ver do que é composto o composto. Novamente perguntamos, você usaria este composto em sua horta? Nós não, porque está cheio de pedaços de materiais que poderiam ser reciclados, principalmente plásticos.

Agora você pode brincar de onde está o wally e descobrir quantos vetores de contaminação do húmus estão presentes, é só clicar em qualquer uma das fotos e ver em tamanho maior.

Novamente insistimos, o problema do lixo em qualquer cidade do planeta só será resolvido com a reciclagem e compostagem 100% na fonte, com leis, com multas.

As fotos acima dizem tudo, contradizem tudo o que o Sr José disse na mensagem, precisamos falar mais alguma coisa? Certamente não.

Vamos parar de consumir o mundo, reciclagem já!

Este Post tem 2 Comentários

  1. Completamente de acordo!
    O problema de lixo vai ser resolvido com reciclagem e compostagem 100% na fonte e muita multa porque nós seres humanos somos cabeça dura.

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