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Os desafios frente à crescente demanda por plásticos biodegradáveis

Em fevereiro de 2013 o “click’n vote” lançado no site Omnexus com a pergunta sobre a demanda mundial de plásticos biodegradáveis mostrou que a maioria absoluta das respostas aponta para um crescimento significativo nos próximos 2 a 3 anos. O resultado não foi considerado uma surpresa já que os temas relacionados com plásticos biodegradáveis, de fontes renováveis e mesmo a reciclagem, são bastante populares.

A razão por detrás disso está na crescente preocupação da população em relação às questões ambientais e as questões relacionadas à crescente quantidade de resíduos plásticos gerados a cada ano na Terra.

A realidade do lixo plástico tem se tornado crítica e todos já ouviram falar sobre a formação de um sétimo continente composto de resíduos plásticos que estão flutuando na superfície do Oceano Pacífico. Tais resíduos são compostos por sacos, garrafas, tampas, redes de pesca e muitos outros detritos.

Neste contexto, a reciclagem e a biodegradabilidade vão para a mesma direção: Reduzir a quantidade dos resíduos plásticos no meio ambiente.

Os resultados da pesquisa mostra que 77,5% dos votantes indicam que haverá crescimento no uso de plásticos biodegradáveis no mundo todo.

Esse enorme percentual apurado na pesquisa aponta o grande valor comercial que o desenvolvimento e a produção de plásticos biodegradáveis terão nos próximos anos. E já tem criado uma guerra entre as tecnologias existentes. A batalha da correta rotulagem é um exemplo disso.

Como os países devem definir o termo “biodegradabilidade” de modo que os fabricantes possam vender seus produtos rotulados como sendo “biodegradáveis” sem criar na mente dos consumidores ilusões sobre como e em quanto tempo o produto vai levar para biodegradar.

Em novembro de 2011 o Estado da Califórnia processou três empresas norte-americanas por rotularem ilegalmente suas garrafas como sendo “biodegradáveis e recicláveis”. As empresas ENSO Plastics LCC, Balance Water Company Lcc, Aquamantra Inc adicionavam ao plástico “um aditivo especial” que reinvidicava “um aumento da biodegradabilidade” do plástico. Tratava-se de aditivos que eram rotulados como sendo orgânicos e/ou enzimáticos.

Para acesso ao processo visite: http://ag.ca.gov/cms_attachments/press/pdfs/n2577_complaint.pdf

A rotulagem “biodegradável e reciclável” dos produtos criou uma situação potencialmente injusta em relação a outras tecnologias e materiais que de fato provavam a biodegradabilidade e a reciclabilidade. O processo movido pelo Estado da Califórnia foi de estrema importância para a proteção do que realmente funciona e está embasado em normas, testes, fatos e estudos científicos, além de informar ao cidadão sobre o potencial dano ambiental causado por propaganda enganosa.

Outra questão fundamental está no impacto que tais tecnologias podem causar na crescente reciclagem de PET. Os processos de reciclagem do PET nos EUA estão sendo beneficiados pelo aumento na rede de postos de coleta e sistemas de reciclagem. Marcas famosas pretendem incrementar pontos de coleta de embalagens PET. A introdução de um novo tipo de PET aditivado com “enzimas ou orgânicos” tem potencial de prejudicar a eficiência da reciclagem e ter um efeito oposto: aumentar a quantidade de PET no lixo, sem possibilidade de reciclagem.

Do lado técnico desta crescente demanda por plásticos biodegradáveis, os fabricantes não podem ficar focados apenas para o polímero plástico, e sim considerar toda a formulação, ciclo de vida, certificados e provas que sustentem a correta rotulagem da biodegradabilidade e/ou reciclabilidade.

Devem ter em conta que alguns materiais usados para produção de plásticos biodegradáveis não atendem aos requisitos de alto desempenho na sua produção e muito menos em suas aplicações, desempenhos esses plenamente atendidos pelos plásticos derivados do petróleo e gás.

Entendemos que o mercado dos plásticos biodegradáveis irá evoluir a favor dos plásticos oxibiodegradáveis, os quais degradam na precisão de um período de tempo pré determinado. Provavelmente é o tipo de plástico biodegradável mais amigável ao meio ambiente por suas características de degradar completamente, tanto na terra, quanto na água, sem deixar fragmentos nocivos ao meio ambiente.

Plásticos oxibiodegradáveis podem ser reciclados ou compostados em condições industriais, apesar de sua principal função é degradar totalmente caso abandonado no meio ambiente. Sua crescente popularidade também decorre do fato que países do Oriente Médio, África e Ásia estão exigindo que todos os produtos plásticos sejam oxibiodegradáveis em conformidade com normas internacionais vigentes.

Não permita falsa rotulagem ambiental de seus produtos. Não se deixe enganar por falsos materiais e tecnologias que prometem produzir plásticos biodegradáveis. Exija sempre o cumprimento de normas e solicite certificações independentes e válidas.

Boletim dos Instituto IDEAIS de 27 de maio de 2013

Instituto Ideais
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+ 55 (19) 3327 3524

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