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Petrobras é acusada de despejar toneladas de resíduos tóxicos no mar

A Polícia Federal (PF) acusa a Petrobras de despejar no oceano toneladas de resíduos tóxicos resultantes da operação de extração de petróleo de plataformas marítimas sem nenhum tipo de tratamento.

Inquérito da Divisão de Crimes Ambientais da PF no Rio concluiu que a empresa não respeita a legislação sobre o tratamento e o descarte da água tóxica – chamada de “água de produção” ou “água negra” -, que se mistura ao óleo prospectado.

Para o delegado Fábio Scliar, responsável pelo inquérito, a Petrobras é “leviana” no tratamento de resíduos da extração petroleira.

A fiscalização a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é ineficaz, segundo a PF.

Na avaliação do delegado, os danos ambientais provocados pelo descarte irregular da água de produção nas plataformas de petróleo “é 300 vezes maior” do que os impactos resultantes do vazamento de óleo do Campo de Frade, da empresa americana Chevron, na Bacia de Campos, no ano passado.

“Essa água negra é descartada há décadas no oceano sem o tratamento adequado. E não há fiscalização qualquer. Isso é um segredo nacional de décadas”, disse o chefe da Divisão de Crimes Ambientais.

A água negra é uma mistura de água do mar com óleo, graxa e inúmeras substâncias tóxicas, como os metais pesados bário, berílio, cádmio, cobre, ferro, e até radioativas, como estrôncio-90 e bismuto-214, entre outros.

O caso foi revelado em reportagem publicada nesta quinta-feira (6) no site da Revista Época.

De acordo com as investigações da PF, a Petrobras informou que 99% da água de produção extraída junto com o petróleo é tratada nas próprias plataformas marítimas.

O inquérito ressalta, no entanto, que nem todas essas unidades contam com estações de tratamento.

Segundo a PF, apenas 29 das 110 plataformas têm capacidade de limpar o líquido tóxico antes de seu retorno ao mar.

O 1% restante da água negra segue para refinarias da Petrobras, onde também deveria receber tratamento.

Segundo a PF, isso não acontece.

A unidades de tratamento estão desativadas. O líquido tóxico é embarcado em navios da empresa, “onde, sem tratamento algum, será despejado em alto mar”, afirma o inquérito enviado pelo delegado Scliar à Procuradoria da República em São João de Meriti há dois meses.

A Petrobras foi multada, segundo a PF, e se comprometeu a erguer até 2017 uma nova unidade de tratamento de resíduos.

No andamento da investigação, no entanto, servidores públicos responsáveis pela fiscalização ineficiente da empresa comentaram com os agentes federais que pior do que os descartes de poluentes pela Reduc era o derrame da água de produção nas plataformas e refinarias.

O inquérito já está no Ministério Público Federal, que deve denunciar por crime de poluição pelo menos dois gerentes da empresa pelas irregularidades constatadas na Reduc.

Outro inquérito civil está em andamento para responsabilizar, e multar, a Petrobrás.

Fonte – Máfia do lixo de 07 de setembro de 2012

Imagem –  Porto Junior

Governo fiscalizando governo? Onde no mundo isto funciona? Um finge que fiscaliza, outro finge que cumpre e o planeta e a humanidade sofrem com esta parceria fajuta. E ainda usam meias verdades ao dizer que 99% da água de produção extraída junto com o petróleo é tratada nas próprias plataformas marítimas, mas estrategicamente omitindo que das 110 plataformas, só 29 tem local de tratamento. Talvez para em caso de processo esta afirmação possa ser usada como defesa. Então, né dotô, 99% é mesmo tratada… nos locais onde tem local de tratamento.

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