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Quando uma entrevista não funciona

Robert Sinclaire

É isso que dá você conceder entrevista para um veículo de comunicação do governo, no caso, A Voz do Brasil.

No dia 25 de fevereiro de 2009 fomos convidados a falar sobre a espiral descendente de carbono. Foram dois telefonemas, sendo o segundo com mais de 30 minutos de entrevista e uma enxurrada de perguntas e só o que veicularam foi metade de uma frase, a única em deu para cortarem para atender a seus interesses.

O assunto foi a espiral descendente de carbono, discutida durante a reunião do PNUMA – programa das nações unidas para o meio ambiente – em Nairobi, no Quenia, em que nosso ministro do meio ambiente, para variar, colocava os países ricos contra os países pobres, os desenvolvidos – os vilões da história – contra os em desenvolvimento – os coitadinhos que ele acha que podem, tem o direito de destruir o mundo tanto quanto os países desenvolvidos, afinal, para pessoas como ele, os países ricos já destruíram para crescer, agora é nossa vez de destruir, pois, para ele, sem destruição não há desenvolvimento, o que para nós é o raciocínio de um ministro suicida, isto é, como muitos, ele quer que a humanidade desapareça da face da terra.

Fizeram a besteira de entrevistar a FUNVERDE sobre o assunto, digo besteira porque não sei de onde eles tiraram a idéia de que iríamos concordar com as imbecilidades ditas pelo nosso ministro do colete.

Não concordamos de maneira alguma que só os países desenvolvidos devem ampliar suas metas de redução de gases que contribuem com o efeito estufa.

Todos os países tem que ampliar suas metas, afinal, China, Índia e Brasil não ficam em marte, ficam no mesmo planeta que Estados Unidos – que é o campeão das emissões – e os outros países desenvolvidos. Lembre-se que a China logo estará a frente do Estados Unidos em emissão de gases de efeito estufa.

Todos os países, todos os cidadãos,  vivem nesta bolinha azul, nesta espaçonave chamada terra e todos nós juntos, estamos rumando a um futuro sombrio. A causa deste futuro catastrófico é o  egoísmo dos governantes, que acham que uma fronteira imaginária irá proteger os cidadãos de seus países do aquecimento global causado pelo país vizinho.

Se todos os seres viventes habitam uma fina camada de terra nem sempre fértil nesta rocha fundida chamada de planeta terra, como é que este  ministro vem com uma proposta indecente desta?

A canoa do clima já virou, não podemos mais deter o aquecimento global, mas podemos sim, minimizar os danos causados à natureza e a nós e não é com esse discursinho de coitadinho subdesenvolvido que o mundo vai melhorar, o que necessitamos agora é que todos os países, do mais pobre ao mais rico, tenham metas exatamente iguais de redução de gases do efeito estufa, que todos mudem o padrão de produção e consumo, que todos apliquem tecnologias ambientalmente corretas, que todos usem fontes renováveis e não poluentes de energia.

Algumas pérolas do ministro “responsabilidade conjunta e diferenciada de países desenvolvidos e em desenvolvimento para enfrentar o problema das mudanças climáticas”.  A responsabilidade tem que ser conjunta e igual para todos, afinal, todos estamos no mesmo planeta.

A única coisa que concordamos é quando ele diz “transferência de tecnologias limpas para as nações em desenvolvimento”, desde que seja o ato das nações desenvolvidas não cobrarem royalties para o uso de suas tecnologias limpas, porque se duvidar o que ele quer dizer é receber de graça usinas eólicas, geradores fotovoltáicos … ai que raiva desse ministro de achar que somos pobrinhos e temos que receber esmola dos países desenvolvidos, isto é minimizar a inteligência de nossos pesquisadores, que só não fazem descobertas porque o governo rouba todo o dinheiro para pesquisas, para criar fortuna para os políticos.

Cem ministros do meio ambiente do mundo todo se encontraram para encontrar soluções para o aquecimento global e pelo que vimos, foram fazer só turismo, porque nada aconteceu, foi uma luta dos riquinhos contra os pobrinhos, esperamos que tenha valido pelo turismo.

“Criação de um fundo de mais de 100 bilhões de euros para mitigação de emissões e adaptação das regiões que serão mais atingidas pelas mudanças climáticas”. Esse dinheiro será melhor utilizado em pesquisas de tecnologicas ambientalmente corretas.

“… os países ricos devem se comprometer a aplicar cerca de 10% do valor total das transações anuais dos projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) e 10% do lucro da produção e comercialização do petróleo e do carvão no Fundo Clima, a ser utilizado em ações imediatas de mitigação do efeito estufa e de adaptação de regiões atingidas.” Errado, esses 10% do lucro da produção e comercialização do petróleo e do carvão devem sim, ser utilizados em seus países de arrecadação em pesquisas para novas tecnologias limpas, energias renováveis.

Enfim, a entrevista foi divertida, mas que deu raiva na quando ouvimos na CBN, ah isso deu.

Tudo uma besteira, esse ministro parecia estar usando a lei de gerson, aquela de tomar vantagem em tudo, algo assim, bem, bão, vamos ver se recebemos uma graninha das grandes potências.

Nossos governantes precisam parar com os discursos e começar a atuar efetivamente para o combate ao aquecimento global, seja aqui, seja na China. Nós cidadãos, temos que cobrar nossos politicos, eleitos por nós para que acordem para este problema, esqueçam um pouco a politicagem do umbigo, onde sempre se está atrás de algum beneficio para ele ou para os seus. Vamos enviar email para nossos representantes para que começem a ver a verdade, antes que não exista mais o que se ver.

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