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Rio de janeiro – ‘Saco de pancada’ nos mercados

Lei que entra em vigor em julho obriga estabelecimentos a dar descontos e oferecer alimentos gratuitos para quem não pedir ou devolver sacolas plásticas. Mas representantes comerciais querem adiamento do prazo e criticam regras

O cordão dos ‘puxa-sacos’ do meio ambiente cada vez vai aumentar mais, porém a pressão de lados distintos já é tão grande que ele pode arrebentar. A pouco mais de um mês para entrar em vigor, a lei estadual que obriga supermercados a dar incentivos financeiros e produtos gratuitos para quem ajudar a retirar o excesso de sacolas plásticas das ruas virou “saco de pancadas”. Autoridades e empresários não conseguem chegar a um acordo.

A orientação é para que os estabelecimentos substituam as sacolas comuns que ficam à disposição no caixa por outros tipos de materiais reutilizáveis e mais resistentes, ainda não especificados. Se o mercado não cumprir a ordem, a regra é a seguinte: a cada 5 produtos que o cliente comprar sem pedir uma sacola, ele ganha um desconto de, no mínimo, três centavos. E, se ele juntar 50 sacolas velhas e levar para o estabelecimento, ganha 1 kg de arroz ou feijão.

Em cada sacola cabe uma média de 5 produtos e esta sacola custa R$ 0,03. É somente uma questão de justiça o comerciante devolver o dinheiro ao consumidor por algo que ele não utilizou, uai. Se o comerciante se recusar, está lesando o consumidor.

As empresas devem ainda exibir um cartaz aconselhando o uso de bolsas reutilizáveis. A multa varia de R$ 200 a R$ 20 mil por obrigação descumprida. Na segunda-feira, donos de grandes empresas que participaram de audiência pública da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pediram que o prazo para o cumprimento da lei, aprovada ano passado, seja prorrogado de 15 de julho para janeiro do ano que vem.

Se for adiada uma vez, o que garante que os donos das grandes empresas não vão pedir novo adiamento ou que isto seja um subterfúgio para a plastimorte mexer seus pauzinhos e derrubar a lei. Eles tiveram tempo suficiente e não terão absolutamente prejuízo nenhum, pois que venha a lei com toda a sua força.

Segundo o presidente da Associação dos Supermercados do Rio, Aylton Fornari, a legislação não é clara e tem imperfeições: “Não explica pelo que temos de substituir os sacos e nos obriga a receber da população sacolas em qualquer estado. Temos muitas regras da vigilância sanitária, por que vou recolher lixo dos outros se não sou órgão público? As pessoas vão começar a pegar vários sacos para trocar por comida”, argumenta.

Ahhh aylton, vá catar sacola! Você é um ser pensante e temos certeza de que você entendeu perfeitamente bem que o varejo agora tem que oferecer sacolas retornáveis de qualquer material, inclusive de plástico, desde que tenha uma gramatura mínima de 100 micras por parede, para poder aguentar uns 20 quilos de peso. Cara, pare de bancar a vítima e faça sua parte, livre o planeta das sacolas plásticas. É simples, é barato para o varejista porque ele vai economizar – e muito – ao não ter que adquirir mais as sacolas plásticas de uso único, vai economizar espaço ao não ter que estocar estas sacolas plásticas de uso único. Seja um verdadeiro representante dos supermercadistas, ajude estes supermercadistas a economizarem e ainda por cima você pode posar de herói ao dizer que você foi o responsável por deixar o RJ mais limpo.

Óóótimo. Se as pessoas começarem a catar sacos na rua para trocar por comida o planeta agradecerá, pois quem deveria dar a destinação final a estas pragas plásticas, que são os varejistas, as fábricas, a petromáfia, a plastimorte não estão fazendo absolutamente nada. Muito pelo contrário, as fábricas, a petromáfia e a plastirmorte continuam vendendo mais e mais sacolas e para piorar, sacolas 30% com mais plástico, isto é, 30% a mais de plástico em cada sacola para contaminar nosso planeta. Esquisito pois se os supermercadistas dão as sacolas, por que não querem receber de volta? Logística reversa, limpou sujou, distribuiu recebeu. Se não querem ter esse tipo de problema, simplesmente deixem de distribuir estas inúteis sacolas plásticas de uso único.

O deputado Carlos Minc (PT) é contra o aumento do prazo: “Sempre que uma lei tem custo e obrigação, a posição é contra. Eles podem dar o desconto e fazer acordo com cooperativas para recolher os sacos”, defende.

Nas ruas, a população está dividida. Muitos precisam dos sacos para armazenar lixo em casa, mas reconhecem que pegam sacolas demais porque têm medo de elas rasgarem devido ao peso dos produtos. O estudante Daniel Villarinho, 19, leva bolsa de casa quando faz compras com a sogra. Para ele, os estabelecimentos deveriam vender bolsas de pano mais baratas e fazer campanha para convencer outros a entrar na onda verde.

Discordância impede solução

As possíveis soluções para o dilema ambiental das sacolas plásticas dividem opiniões. Para o presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, deputado André Lazaroni (PMDB), o governo deveria proibir a distribuição gratuita das sacolas no mercado. “Foi essa medida que resolveu o problema em outros estados e países”, argumenta ele, que vai realizar outra audiência pública, em breve, para discutir mais uma vez o assunto.

Já o presidente da Associação dos Recicladores do Rio de Janeiro, Edson Freitas, discorda da cobrança. “Não tem como começar a pagar por algo que sempre foi gratuito. A solução é o oferecimento de sacola mais resistente, que aguente mais peso e possa ser reutilizada. Também precisam pagar melhor os coletores e reduzir impostos para a venda de plástico reciclado. Assim, essa indústria poderia crescer mais”, acrescenta.

Fonte – Cristine Gerk para O Dia Online de 22 de maio de 2010

A única forma de desplastificar o planeta é proibindo a distribuição das sacolas plásticas de uso único. Os recicladores não coletam estas sacolas porque são muito leves, estão contaminadas com lixo, enfim, elas são totalmente dispensáveis e a lei deve permanecer para proteger o ambiente e os moradores do RJ.

Quanto à questão de se usar sacolas como saco de lixo, somos totalmente contra. Primeiro que saco de lixo tem que ser feito de material com ciclo de vida útil controlado – oxibiodegradável – e reciclado, para fomentar a cadeia de reciclagem. Depois, a separação de material para reciclagem tem que ser obrigatória, o que diminui o uso de sacos de lixo em 75%, pois só vai para o saco de lixo – oxibiodegradável e reciclado – o material orgânico que se decomporá juntamente com o saco de lixo e o material separado para reciclagem deve ser descartado em lixeiras permanentes, caixas de papelão, sacos de ráfia ou grandes sacos de lixo, que depois voltam para a residência para serem usados novamente para a colocação de material reciclável.

Parabéns aos deputados por estarem lutando bravamente contra a máfia do plástico, a quem interessa somente destruir o mundo em nome do capitalismo selvagem, o capitalismo sem responsabilidade ambiental ou social.

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